EVENTOS DISCUTEM ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

Terminam nesta sexta feira (23/09) no Expo D. Pedro, em Campinas (SP) os maiores e mais importantes eventos simultâneos sobre águas subterrâneas do país: O XIX Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas, XX Encontro de Perfuradores de Poços e Fenágua 2016 – Feira nacional de Água._cb_0404

Organizado pela ABAS – Associação Brasileira de Águas Subterrâneas, cerca de 800 congressistas brasileiros e estrangeiros estão participando de discussões técnicas, científicas e legais sobre a utilização, extração e o uso das águas subterrâneas, considerado o mais importante recurso de água doce do planeta.

A realização do congresso na cidade ocorre pelo fato da Região Metropolitana de Campinas apresentar grande vulnerabilidade dos sistemas de armazenamento de água quando submetidos a alterações climáticas sazonais de impacto, como a grave estiagem que ocorreu em 2015. No ano passado, 17 cidades da região estiveram em estado de alerta para o desabastecimento e dezenas em risco.

No Brasil, várias cidades são abastecidas total ou parcialmente por águas subterrâneas. O maior volume é destinado ao abastecimento público, embora Indústrias, propriedades rurais, escolas, hospitais e outros estabelecimentos utilizem, com frequência, água de poços profundos.

Em todo _cb_0059o planeta, as questões ambientais envolvendo as águas se multiplicam com o acréscimo de novas fontes de contaminação de solos, de águas subterrâneas e de novos cenários de aquíferos contaminados. Isso levou também ao aprimoramento do conhecimento hidrogeológico, com o desenvolvimento de melhores técnicas de análise e a busca por boas práticas e procedimentos para a solução dos problemas.

De acordo com a Associação Brasileira de Águas Subterrâneas (ABAS), apesar de o Brasil ser conhecido por abrigar em todo seu território expressivos mananciais hídricos subterrâneos representados pelos aquíferos, e da grande capacidade para atender a demanda, é necessário fazer uso racional e consciente da água subterrânea. Os riscos da superexploração em alguns trechos são grandes, assim como da contaminação dos aquíferos e do desperdício. “Por falta de cultura, sempre nos vimos como um país com água abundante, mas poucos estão preocupados com ela”, diz o presidente da ABAS, Cláudio Oliveira. “As águas subterrâneas são importantes para a formação dos rios e grande parte do abastecimento no país. Se não houver planejamento e fiscalização, esse recurso também estará ameaçado com consequências terríveis”, alerta.

Com o tema “Águas subterrâneas nosso melhor recurso” o congresso está discutindo conteúdos como: Planejamento e Gestão das Águas, Reservas, Recursos e potencialidade das águas subterrâneas, Contaminação das Águas Subterrâneas, Províncias Hidrogeológicas, Águas Subterrâneas em zonas costeiras, Ciclo hidrológico e balanço hídrico, Hidrogeologia em terrenos cristalinos, Aquífero Cársistico, Remediação de solos e águas subterrâneas, Locação, projeto e construção de poços, Reabilitação e manutenção de poços, Monitoramento das_cb_9963 águas subterrâneas e vários outros.

Para fazer chegar o assunto até a população, simultaneamente a ABAS preparou a Exposição gratuita “Venha conhecer o fundo do poço – De onde vem a água que você bebe” que vai tratar o assunto com estações interativas, painéis fotográficos e holográficos entre outros recursos pedagógicos. Além disso, como parte de um programa educacional, haverá apresentações de peça de teatro e oficinas de arte que utilizam o Aquífero Guarani como ponto de partida.

Sobre águas subterrâneas

A disponibilidade Hídrica no Brasil (13,3% da Terra) ou 47.000 m3 de água por habitante por ano. O número é considerado pela ONU como rica; porém com gestão deficiente.

Em Israel, a disponibilidade Hídrica em Israel é menor ou igual a 500 m3/habitante ano. Segundo a ONU, muito pobre. O país porém, tem uma  ótima gestão e é abastecido principalmente com água subterrânea de poços.

No Brasil, apesar da grande quantidade de água Existe o risco de escassez pela falta de infraestrutura e de gestão adequada de recursos. Há também a questão geográfica – a grande concentração de água não está necessariamente onde existe mais necessidade dela.

De acordo com estudos hidrológicos recentes, as águas subterrâneas possuem volume trinta vezes maior do que as águas doces superficiais (presentes nos rios, lagos, córregos e etc.). Em algumas localidades,img_0651 as águas subterrâneas afloram das rochas com temperaturas elevadas.. Nesses casos, as águas, também chaadas de termais, são exploradas, são exploradas para fins de lazer, ´clínicos ou energéticos.

Assim como as águas superficiais, as águas subterrâneas podem enfrentar problemas relacionados à poluição decorrente, principalmente, da contaminação do solo por produtos químicos de origem agrícola (pesticidas), industrial (chumbo e outros metais pesados) e residencial (esgoto doméstico).

Os mais importantes aquíferos brasileiros são: Barreiras (costa nordeste e norte do Brasil); Solimões e Alter do Chão (Amazônia); Cabeças, Serra Grande e Poti-Piauí (estados do Piauí e Maranhão); Açu (no Rio Grande do Norte) e São Sebastião (na Bahia).

O Aquífero Guarani é um dos maiores do mundo localiza-se na região sul da América do Sul – Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. No Brasil está distribuído por São Paulo, Goiás, Matogrosso e Mato Grosso do Sul, Paraná, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Águas subterrâneas no Estado de São Paulo

Segundo a CETESB – 2.012, no estado de São Paulo 73% dos Municípios  são abastecidos com águas subterrâneas, 48% Totalmente (Ribeirão Preto, S. J,. Rio Preto, Catanduva) e 25% Parcialmente (Bauru, S. J. Campos, Marília).

Na Região Metropolitana de São Paulo, o consumo de Águas Subterrâneas está estimado em aproximadamente 10 m3/segundo, através de um número de poços outorgados  estimado em mais de 9.000.

O número de poços outorgados na Bacia do Piracicaba, Capivari, Jundiaí (CBH – PCJ) até junho de 2.016 é de 3.826, contabilizando 60 municípios e 5 milhões de habitantes, incluindo Campinas, Jundiaí, Piracicaba, Sumaré e Rio Claro, em 14.178 km2.

Poços Outorgados apenas no município de Campinas até junho de 2.016 é de  1.200 (DAEE Campinas).

Os grandes consumidores de Águas Subterrâneas são: Indústrias (estimado em 95%); shopping Centers; escolas; hospitais; Clubes; Condomínios; Abastecimento rural e irrigações.

 

 

Fotos 1 a 4 – Eventos sobre águas subterrâneas no Expo D. Pedro.

Crédito: Divulgação.

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