FALTA DE COMPETITIVIDADE REDUZ EXPORTAÇÕES DA INDÚSTRIA REGIONAL

Pesquisa realizada pelo Centro de Pesquisas
Econômicas da Facamp (Faculdades de Campinas) junto às empresas associadas ao
Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) regional Campinas (SP) revelou
um a situação preocupante enfrentada pelas empresas regionais no setor de
comércio exterior. O levantamento procurou identificar o desempenho exportador da
indústria da Região Metropolitana de Campinas (RMC) após a crise de 2008.
O desempenho posterior à 2008, quando a crise
afetou o comércio mundial, foi sensível para as exportações brasileiras. O
crescimento registrado de 22,1% ao ano entre 2004 e 2008 foi substituído por
uma evolução de 4,1% ao ano entre 2009 e 2013. A indústria da RMC sempre se
destacou com suas vendas ao exterior como um importante fator dinamizador das
vendas de empresas da região, no entanto nas cidades da RMC, o desempenho para
o período pós 2009 foi uma queda de 5,5|% ao ano. O setor que mais contribuiu
para esse declínio foi o de equipamentos de informática e produtos eletrônicos,
metalurgia, produtos de minerais não metálicos, papel e celulose, produtos de
borracha e plástico, outros equipamentos de transporte e máquinas e
equipamentos produziram  impacto negativo
expressivo sobre as exportações. Somados representaram uma redução de cerca de
US$ 1,56 bilhão no total das exportações durante os últimos 5 anos. Na
avaliação do diretor de comércio exterior do Ciesp Campinas, Anselmo Riso, as
exportações não evoluem pela falta de competitividade. “É bastante preocupante
e vem a evidenciar a falta de competitividade das indústrias aqui localizadas”,
disse.
A pesquisa indicou ainda que outros setores
importantes para a pauta da região como o automobilístico teve crescimento
nesse período de 0,42% ao ano e o químico de 1,8% ao ano. No ano passado o
setor automobilístico representou 20,7% da pauta de exportações e o setor
químico 19,1%
Os dados apontam para uma perda de
competitividade das exportações da RMC. Externamente perdeu espaço nos mercados
de destino para concorrentes de outros países e internamente perdeu-se espaço
para produção de outros locais do país.
Em abril desse ano o comércio internacional
das 19 cidades de cobertura do Ciesp Regional Campinas apresentou um
déficit  mensal de US$ 616,4 milhões,
2,8% superior ao verificado em abril do ano passado. No acumulado do ano houve
uma queda do déficit de 0,6% em relação ao ano anterior, totalizando um
resultado negativo de US$ 2.372,5 milhões. Essa redução do déficit teve como
responsável a queda das importações. Quanto às exportações, houve uma queda no
fluxo de 26,5% em relação a abril de 2013 somando US$ 261,1 milhões. No
acumulado do ano, as exportações contabilizaram US$ 1.099,4 milhão, valor 3,5%
menor ao verificado no mesmo período de 2013. As importações, por sua vez
apresentaram uma queda de 8,1% em relação a abril de 2013, somando US$ 877,5
milhões. No acumulado do ano, as importações somaram US$ 3.471,9 milhões, 1,6%
inferior ao verificado no mesmo período do ano passado.
Para o diretor titular do Ciesp Campinas,
José Nunes Filho, o país está parado em compasso de espera. “Os problemas que
nós sentimos na região metropolitana de Campinas não são problemas nossos. São
problemas macroeconômicos. São problemas políticos hoje que estão ajudando a
comprometer o investimento. É o problema do risco da falta de água. É o
problema do risco da falta de energia elétrica. É o problema das tarifas públicas
controladas que devem subir no ano que vem, da inflação sair do controle. Isso
tudo tira o incentivo ao investimento. Tira a motivação do empresário”, diz.

Para José Nunes Filho com relação a questão
do comércio exterior, o Brasil errou em escolher o Mercosul.”São países
quebrados, sem futuro, sem nenhuma expectativa, países que estão em derrocada
total entrando, praticamente alguns em guerra civil. Eu estive na semana
passada com o pessoal da Embaixada da Colômbia e com o pessoal da Câmara de
Comércio Exterior daquele país. Eles tem acordos comerciais com 41 países. Eles
estão completamente abertos para o mundo. Subindo a sua pauta de exportação,
enquanto que nós estamos perdendo. Colômbia, México e Peru estão aumentando a
pauta de exportação. Foi uma opção política do Brasil de fazer uma relação
comercial com o Mercosul. Foi um erro econômico, um erro estratégico e nós
estamos pagando a conta”, declarou. 

Fotos 1 e 2 – Entrevista do diretor titular do Ciesp Campinas, José Nunes Filho.
Crédito: Roncon & Graça Comunicações

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