FAMÍLIAS PAULISTANAS ESTÃO MAIS ENDIVIDADAS MAS MANTÉM APLICAÇÕES

A
Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (Prie), realizada mensalmente
pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo
(FecomercioSP), revelou que no mês de outubro houve forte aumento da solidez
financeira da sociedade. Numa época em que, geralmente, exageros financeiros
são cometidos por credores e devedores, o controle orçamentário mostrou-se
consolidado. Em parte o consumidor faz ajustes orçamentários nesta época já
pensando no provável incremento de gastos e na necessidade de novos
financiamentos por conta dos compromissos naturais de final de ano. Não é à toa
que os grandes mutirões para “limpar” o nome são feitos nesta época.

Os dados revelam que, entre setembro e outubro, houve redução de 28,6% no
índice de intenção de financiamento, ao mesmo tempo em que o grau de cobertura
dos endividados subiu mais de 10%. Na prática, os números apontam para um
crescimento na parcela de famílias endividadas, que, apesar de suas dívidas
mensais, mantém algum tipo de aplicação financeira.

A evolução recente desse “colchão” de segurança financeira indica
que, ao contrário do que vem sendo apregoado, não há indícios de descontrole
orçamentário ou de uma explosão de inadimplência. A FecomercioSP tem se
pronunciado, há tempos, no sentido de que o incremento da inadimplência entre o
final de 2011 e o início deste ano tinha um componente conjuntural momentâneo,
e que o cenário, em longo prazo, seria de tranquilidade.

Essa tese é confirmada tanto pelos números do Banco Central, como os da
Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) ou pelo
acompanhamento da PRIE: o que se nota no mercado é a estabilidade da inadimplência
e a tendência gradual de melhoria do perfil de endividamento familiar. Somado a
esse cenário está o bom momento do mercado de trabalho, que proporciona um
ambiente favorável ao desenvolvimento normal e salutar do setor de crédito no
País.

A pesquisa também mostra a propensão em tomar novos empréstimos e poupar de
acordo com a situação de inadimplência das famílias. Outubro registrou, pela
primeira vez, desde o início da série da PRIE, em junho deste ano, o Índice de
Segurança de Crédito superando os 100 pontos (100,8 pontos). Isso significa que
existem mais famílias com aplicações do que sem nenhum recurso poupado. O
indicador de segurança ficou em 84,7 pontos dentre as famílias endividadas e
116,7 pontos entre aquelas que não possuem dívida, e, em ambos os casos, houve
avanço dos índices. O estudo revela, além disso, que a poupança ainda é a
campeã na escolha dos poupadores. Porém, um refluxo para renda fixa foi
registrado, principalmente após a mudança de regras para o rendimento das
cadernetas de poupança, que ameaçaram tomar conta do mercado quando valiam as
regras anteriores de garantias de rendimentos mínimos muito elevados.

A Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (Prie), apurada pela Federação
do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP),
tem o objetivo de acompanhar o interesse dos paulistanos em contrair crédito e
a evolução da proporção de famílias endividadas na capital paulista que possuem
aplicações financeiras, gerando um índice de risco inerente a estas operações.
Os dados que compõem a Prie são coletados em 2.200 entrevistas mensais
realizadas na cidade de São Paulo.

 
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