FGV: CONFIANÇA DA CONSTRUÇÃO RECUA EM FEVEREIRO

O Índice de Confiança da Construção (ICST), da Fundação Getulio Vargas, recuou 1,4 ponto em fevereiro, para 92,8 pontos. Apesar da queda pontual, o índice registra a nona alta em médias móveis trimestrais, passando de 91,9 pontos em janeiro para 93,0 pontos. “Em fevereiro, o Índice de Expectativas, que havia avançado em ritmo forte nos meses anteriores, mostrou uma correção no otimismo setorial. Essa moderação pode ter muitas origens como uma frustração com o ritmo da recuperação ou o aumento das incertezas em relação à continuidade do Programa Habitacional. Ainda assim, os empresários do setor apresentam uma confiança superior à alcançada no mesmo mês de 2019 e a percepção em relação à situação corrente dos negócios continuou avançando e já está em patamar equivalente ao do início de 2015, o que, por enquanto, validam as projeções de crescimento para o ano, observou Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção da FGV IBRE.

O resultado negativo do ICST em fevereiro refletiu a piora da percepção dos empresários em relação às expectativas para os próximos três e seis meses. O Índice de Expectativas (IE-CST) recuou 5,2 pontos, para 99,0 pontos, nível muito próximo à neutralidade. O indicador de demanda prevista apresentou queda de 5,5 pontos, para 99,7 pontos, enquanto o indicador de tendência dos negócios para os próximos seis meses caiu 4,9 pontos, para 98,3 pontos.

Por sua vez, o Índice de Situação Atual (ISA-CST) avançou pelo nono mês consecutivo, saindo de 84,3 pontos para 86,7 pontos, o maior valor desde dezembro de 2014 (91,0 pontos). Apesar do indicador de situação atual dos negócios ter permanecido estável (variando 0,3 ponto, para 86,9 pontos), o indicador de carteira de contratos apresentou alta de 4,4 pontos, para 86,6 pontos.

Neste mês, o Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) cedeu 0,3 ponto percentual (p.p.), para 70,6%, influenciado pelas quedas de 1,1 p.p. do NUCI de Máquinas e Equipamentos e 0,1 p.p. de Mão de Obra.

Acesso ao crédito

Ao longo de 2019, os bancos foram anunciando sucessivas reduções na taxa de juros dos financiamentos habitacionais. Assim, o crédito mais acessível para as famílias tem sido um dos fatores que tem contribuído para um maior otimismo com as perspectivas das empresas da área de edificações. A proporção de empresas que apontam dificuldade de acesso a crédito bancário, que chegou a 61% em maio de 2016, recuou a 45,5% em fevereiro do ano passado e a 33% agora. “Para a maioria das empresas o acesso ao crédito ainda está difícil — o Índice está abaixo de 100. No entanto, desde junho do ano passado o indicador subiu de forma expressiva, apontando menos dificuldades por parte das empresas para conseguir crédito, o que é também um elemento importante no movimento de recuperação do mercado” observa Ana Castelo.

 

Foto:  Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção da FGV IBRE.

Crédito: Divulgação.

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