FITCH ELEVA RATINGS DO BANCO DAYCOVAL S.A.

A Fitch Ratings realizou, nesta terça feira (26/03),
ações de rating no Banco Daycoval S.A. (Daycoval). O aumento dos ratings do
Daycoval reflete o consistente histórico de desempenho do banco, mantido em
diferentes ciclos da economia brasileira, a maior diversificação dos negócios e
suas confortáveis posições de liquidez e capitalização. O banco tem apresentado
consistente rentabilidade, mesmo em cenários turbulentos, sustentado por uma
adequada precificação de ativos, forte controle de despesas e baixo custo de
captação. Destacam-se, ainda, o prudente gerenciamento da liquidez e o adequado
casamento entre ativos e passivos, que ajudam a mitigar a carga de uma
estrutura de captação menos diversificada em comparação aos maiores
concorrentes.

O Daycoval tem sido bem-sucedido em expandir suas
operações e aumentar a rentabilidade, desde meados de 2009. Com a alta
inadimplência no crédito a pequenas e médias empresas em 2012, o banco direcionou
seu crescimento para o crédito ao consumo, principalmente o consignado, de
menor risco. A expansão neste segmento ajuda a melhor diluir as concentrações
por cliente e também suas fontes de receitas.

A rentabilidade permanece boa e melhor que a dos pares,
mesmo com baixa alavancagem, devido à maior eficiência operacional e à boa
precificação do risco de crédito, que deve continuar a influenciar seus
resultados, embora as maiores provisões para crédito possam reduzir a
rentabilidade a curto e médio prazos. Na opinião da Fitch, o recente aumento do
custo de crédito deve perdurar a curto prazo, à medida que a recém-expandida
carteira mature e em função da desaceleração econômica no Brasil observada
desde 2012. O Daycoval tem tido sucesso em preservar seus indicadores de
rentabilidade baseado no efetivo controle de custos e na melhora das margens,
beneficiado pelo menor custo de captação nos últimos anos. Apesar do aumento
dos custos de crédito, a agência espera que o banco consiga manter bons
indicadores de rentabilidade, em linha com a sua média histórica.

A maior inadimplência no mercado em 2012 resultou
em uma grande piora na qualidade de crédito do banco, que registrou índice
créditos ‘D-H’ de 7,1% do total em 2012, ante os 3,3% apresentados em 2011. Os
créditos em atraso acima de noventa dias aumentaram para 2% (0,7% em 2011). A
deterioração foi mais intensa do que a registrada pela média dos pares, embora
tenha sido compensada pelo aumento das margens e contida pela redução da
carteira em pequenas empresas. Dada a boa qualidade das garantias e a eficácia
na análise dos créditos problemáticos, as perdas de crédito devem ser
limitadas, enquanto sua ampla base de capital e os bons indicadores de
rentabilidade contribuem para criar provisões para perdas de crédito
adicionais, em caso de necessidade.

O Daycoval também tem tido relativo êxito em
incrementar e alongar sua base de captação, bem como em reduzir o custo desta,
com destaque para o forte aumento da emissão de letras financeiras em 2012.
Ainda assim, sua captação continua concentrada por cliente e com
características de atacado. No entanto, a conservadora administração de ativos
e passivos e sua forte posição de caixa atenuam bastante o risco de liquidez.
Assim, o amplo colchão de liquidez gerenciado pelo banco e o curto prazo
relativo de seus créditos contribuem para casar o curto prazo da carteira de
crédito com o vencimento da captação.

O índice de capitalização (basicamente nível 1) e o
núcleo de capital Fitch permanecem sólidos, devido à boa lucratividade, além da
estabilidade da carteira em 2012. Em dezembro de 2012, o núcleo de capital
Fitch atingiu altos 17,2%, quase em linha com a média dos últimos dois anos e
acima da média dos bancos com RV na categoria ‘bbb’. Os atuais indicadores de
capital devem ser sustentados não apenas pela geração interna de capital do
banco, mas também, pela recente e esperada conversão de capital da emissão de
CDBs conversíveis.

Sensibilidade dos Ratings

Dado seu atual modelo de negócios, com
concentrações em ativos e passivos inerentes ao seu porte, inclusive a captação
de atacado, novas elevações dos ratings do Daycoval são limitadas. Estes
aumentos dependem de uma redução relevante da concentração da captação e do
êxito sustentado na recente diversificação para créditos para pessoas físicas.

Os ratings poderiam ser impactados negativamente
por uma contínua deterioração na qualidade de ativos que incorra em pressões no
resultado (ROA operacional abaixo de 2%) e no capital (núcleo de capital Fitch
inferior a 11%). Isto poderia ser impulsionado por uma deterioração maior que o
esperado da qualidade de ativos e/ou pelo agressivo crescimento dos ativos ou
política de distribuição de dividendos.

Criado em 1968, o Daycoval é controlado pela
família Dayan e, desde 2007, está listado na bolsa de valores de São Paulo
(BM&FBovespa).
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