FITCH RATINGS ELEVA RATING NACIONAL DA CONCESSIONÁRIA CRT

A Fitch Ratings elevou, nesta quarta-feira (14) o
Rating Nacional de Longo Prazo da Concessionária Rio-Teresópolis (CRT) para
‘AA(bra)’, de ‘AA-(bra)’ (AA menos (bra)). A Perspectiva do rating permanece
Estável.

A elevação do rating da CRT reflete os consistentes
aumentos na capacidade de geração operacional de caixa da companhia e a forma
eficiente com que esta tem gerenciado sua baixa alavancagem, mesmo em períodos
de maiores investimentos.

O desempenho operacional da CRT foi testado em meio
a cenários adversos, que englobaram o recrudescimento da atividade econômica
brasileira, a partir de 2011, obras relevantes em trechos da rodovia, suspensão
de cobrança em uma das praças de pedágio e catástrofe climática em alguns
municípios atendidos pela empresa. Estes fatores, aliados à comprovada
disposição dos acionistas e debenturistas da companhia de flexibilizar o fluxo
de recebimento de dividendos e a remuneração das debêntures, mediante o aumento
das necessidades de caixa para financiar os elevados investimentos, fortalecem
o perfil financeiro da CRT. A empresa tem demonstrado forte disciplina
financeira no gerenciamento de seu negócio e de seus indicadores de crédito.

O rating da CRT permanece apoiado na estrutura de
capital conservadora, no adequado perfil de sua dívida, na elevada
previsibilidade de seus resultados e em suas robustas margens operacionais, que
estão em linha com outras concessões rodoviárias maduras. Por se tratar de um
negócio regulado, o risco político está presente, mas o histórico positivo do
modelo regulatório nas concessões rodoviárias no Brasil favorece a
previsibilidade do fluxo de caixa futuro da companhia.

Eficiência Para Obter Geração de Caixa Operacional
Crescente

A crescente geração de recursos da CRT se baseia no
aumento do tráfego e na aplicação de adequados reajustes tarifários. No período
de 12 meses encerrado em 30 de setembro de 2012, o tráfego da CRT cresceu 4,5%,
em comparação com o mesmo período do ano anterior, apurado sob a mesma base. O
reajuste tarifário médio foi de 15,4% em setembro de 2011.

A combinação destes fatores permitiu que a CRT
reportasse EBITDA de BRL109,3 milhões e recursos das operações (FFO) de BRL56,5
milhões no período de 12 meses encerrado em setembro de 2012, frente aos
BRL90,4 milhões e BRL49,0 milhões registrados, respectivamente, em 2011. Ainda
neste período, o fluxo de caixa livre (FCF) ficou negativo em BRL4,3 milhões,
como resultado de investimentos de BRL44,4 milhões, dividendos distribuídos de
BRL15,3 milhões e remuneração a debenturistas de BR10,5 milhões. Em 2011, o FCF
da CRT foi de BRL15,9 milhões e a companhia distribuiu BRL35,7 milhões entre
dividendos e remuneração aos debenturistas.

A Fitch acredita que a CRT continuará apurando, nos
próximos anos, índices de crescimento do tráfego em linha com o aumento do PIB,
conforme historicamente reportado. As obras em curso de construção da terceira
faixa da serra e de recuperação do pavimento no trecho Teresópolis-Sapucaia
deverão continuar tendo impacto limitado no tráfego da concessionária. As
projeções da Fitch indicam que a receita e o EBITDA da CRT manterão a tendência
de alta nos próximos anos, apoiados no crescimento do tráfego total e em
reajustes tarifários satisfatórios. Para 2012, a Fitch espera um EBITDA de
BRL105 milhões, com um aumento em torno de 8% em 2013. O FCF deve ficar
negativo nos próximos dois anos, pressionado pela continuação dos agressivos
investimentos, que deverão totalizar cerca de BRL115 milhões em 2013 e 2014.

Maior Flexibilidade Financeira

A política da concessionária é de distribuir, no
mínimo, 75% de seu lucro líquido apurado como remuneração aos debenturistas e
pagamento de dividendos. No entanto, sempre que necessário, a companhia tem se
mostrado proativa em gerenciar com cautela as decisões referentes às
remunerações a seus acionistas e debenturistas, de forma a proteger o fluxo de
caixa e os indicadores de crédito. Em 2012, os acionistas e debenturistas da
CRT decidiram reduzir suas remunerações para 25% do lucro líquido, por
entenderem que o fluxo de caixa da companhia já estava pressionado pelo
relevante programa de investimentos. Na visão da Fitch, a flexibilidade na
maximização de distribuição de resultados é positiva, uma vez que indica o
forte comprometimento dos acionistas com a manutenção da qualidade de crédito
da companhia. A agência considera que, em eventuais períodos de pressões no
fluxo de caixa, a estratégia de preservação das medidas de crédito da CRT será
seguida.

Baixa Alavancagem Não Deverá Ser Afetada Pelo
Programa de Investimentos

A CRT apresenta baixa alavancagem. No período de 12
meses encerrado em 30 de setembro de 2012, a alavancagem, medida pelo índice
dívida líquida/EBITDA, foi de 0,5 vez, e o índice de cobertura dos juros – que
inclui a remuneração aos debenturistas – pelos recursos das operações foi de
3,7 vezes. O rating contempla o fato de que a CRT deverá financiar os
investimentos para manutenção e benfeitorias na via, com a combinação de
geração de caixa e captação de linhas do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES), com prazo alongado e custo competitivo. A
alavancagem da CRT, ao final deste ano, deverá permanecer no patamar atual.
Pelas projeções da Fitch, este índice deve se manter abaixo de 1,0 vez nos
próximos dois anos.

Adequado Perfil de Dívida; Fortes Índices de
Cobertura de Dívida de Curto Prazo

O crescente fluxo de caixa operacional deve
contribuir para o fortalecimento dos índices de cobertura da dívida de curto
prazo a médio e longo prazos. Em 30 de setembro de 2012, a companhia reportou
dívida total de BRL66,7 milhões, dos quais apenas BRL20,1 milhões, ou 30% da
dívida, venciam no curto prazo e BRL31,5 milhões, até 2014. A relação entre
caixa disponível + FFO pela dívida de curto prazo deverá permanecer forte,
acima de 4,0 vezes, frente a 3,2 vezes no período de 12 meses encerrado em 30
de setembro de 2012.

A CRT se beneficia da flexibilidade da estrutura
das debêntures híbridas, cujo saldo era de BRL7,7 milhões ao final de setembro
de 2012. Estas têm remuneração baseada na apuração de resultados pela
companhia, e seu pagamento ocorre por meio da distribuição de um percentual do
lucro líquido da concessionária, estimado em 75%. As debêntures são
conversíveis em ações preferenciais e seu vencimento está programado para o
término da concessão, em 2021.

Fatores de Alteração do Rating e da Perspectiva

Um aumento significativo da geração operacional de
caixa da CRT, combinado com a manutenção da conservadora estrutura de capital
em bases consistentes, poderia levar à elevação do rating da companhia.

Por outro lado, a classificação poderá ser
negativamente impactada em caso de aumento significativo de sua alavancagem,
como resultado de deterioração no desempenho operacional ou pelo insucesso na
aplicação dos reajustes tarifários, bem como se houver maiores pressões no
fluxo de caixa da companhia para financiar investimentos ou para distribuir
volumes elevados de resultado a acionistas e debenturistas.

 
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