A Regional Campinas do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) divulgou a Sondagem Industrial de março, revelando que as principais dificuldades enfrentadas pelo setor são o cenário econômico nacional e a falta de mão de obra qualificada, ambos apontados por 50% das empresas consultadas.
O diretor do Ciesp-Campinas, José Henrique Toledo Corrêa, destacou que esses fatores refletem as principais preocupações do setor produtivo. Curiosamente, nenhum dos participantes mencionou burocracia, legislação, custos, financiamento ou inovação como desafios.
Importância da internet 5G
A pesquisa também revelou que 100% das indústrias associadas consideram a implementação total da internet 5G essencial para a evolução tecnológica dos seus negócios, evidenciando a crescente necessidade de conectividade rápida e eficiente para impulsionar a produtividade e a inovação.
Sinais de alerta no setor industrial
O levantamento apontou que 50% das indústrias registraram queda no volume de produção e no faturamento em relação ao mês anterior, indicando um panorama desafiador para os próximos meses. Apesar de a inadimplência ter permanecido inalterada para todas as respondentes e o endividamento estabilizado para 75%, outros fatores preocupam: nenhuma empresa está operando com capacidade instalada entre 80,1% e 100%, e 75% delas relataram aumento nos custos de matérias-primas e componentes.
Comércio exterior regional
O diretor do Departamento de Comércio Exterior do Ciesp-Campinas, Anselmo Riso, destacou os dados da Balança Comercial Regional de fevereiro de 2025. As exportações alcançaram US$ 299,4 milhões, um crescimento de 31,07% em relação ao mesmo período de 2024. Entretanto, as importações também cresceram, somando US$ 1,063 bilhão, um aumento de 24,45%. O saldo comercial foi negativo em US$ 764,3 milhões, agravando o déficit em 22,03% em comparação ao ano anterior.
A corrente de comércio exterior da região, que engloba exportações e importações, atingiu US$ 1,363 bilhão, registrando uma queda de 25,84% em relação a fevereiro de 2024.
Municípios de destaque
Entre os principais exportadores da região, Campinas liderou com 38,51%, seguido por Paulínia (20,23%), Sumaré (13,17%), Mogi Guaçu (7,59%) e Valinhos (4,63%). No que se refere às importações, Paulínia ficou no topo da lista com 40,56%, acompanhada de Campinas (23,92%), Hortolândia (8,80%), Sumaré (8,07%) e Valinhos (7,13%).
Os Estados Unidos foram o principal destino das exportações regionais, com um volume de US$ 65,32 milhões (21,82%), seguidos pela Argentina (US$ 34,46 milhões – 11,51%) e pelos Países Baixos (Holanda) (US$ 22,56 milhões – 7,54%). Em relação às importações, a China liderou como principal fornecedor para a região, com US$ 252,97 milhões (23,78%), seguida pelos Estados Unidos (US$ 197,22 milhões – 18,54%) e pela Coreia do Sul (US$ 67,24 milhões – 6,32%).
Perspectivas
Diante desse cenário, os desafios econômicos e a escassez de mão de obra qualificada se consolidam como entraves significativos para o setor industrial de Campinas. A adoção de novas tecnologias e a capacitação profissional podem ser alternativas para minimizar os impactos negativos e impulsionar a competitividade da indústria regional.
Foto 1 – Diretor do Ciesp-Campinas, José Henrique Toledo Corrêa.
Foto 2 – Diretor do Departamento de Comércio Exterior do Ciesp-Campinas, Anselmo Riso.
Crédito: Roncon & Graça Comunicações.
