MAIS DE 50% DAS STARTUPS INVESTIDAS PELA ANJOS DO BRASIL EM 2021 TÊM MULHERES ENTRE OS FUNDADORES

A Anjos do Brasil efetuou em 2021 um total de 30 investimentos em startups, um número recorde para uma única rede no Brasil, o que fez com que a organização atingisse a marca de mais de 160 startups investidas até hoje. Em 2021, foram apresentados por empreendedores um total de 703 projetos à rede Anjos do Brasil (www.anjosdobrasil.net), organização sem fins lucrativos que fomenta o investimento anjo e apoia o empreendedorismo de inovação no país. Dos negócios apresentados, 70 realizaram pitchs para rede e 30 receberam aportes financeiros, representando 14 setores distintos e um crescimento de 140% em valores investidos em comparação a 2020.

Chama bastante atenção o fato de que mais de 50% das empresas investidas têm mulheres entre os fundadores. Além da crescente participação das mulheres, os dados da Anjos do Brasil de 2021 mostram também que mais de 30% das startups investidas têm empreendedores pretos ou pretas. Esses números se tornam ainda mais impressionante quando vemos que mulheres, segundo dados da Associação Brasileira de Startups (ABStartups), estão à frente de apenas 16% das cerca de 12 mil startups espalhadas pelo país, e pretos e pretas representam somente 25% dos fundadores.

Esses resultados são fruto do pioneirismo da Anjos do Brasil em ações de valorização da diversidade entre fundadores e investidores. Em 2013, Maria Rita Spina Bueno, diretora-executiva da Anjos do Brasil, fundou o Mulheres Investidoras Anjo (MIA), um movimento que promove a maior participação de mulheres tanto como investidoras como apoiando empreendedoras com capacitação e conexões, e, desde 2016, a organização tem participado de iniciativas que apoiam empreendedores pretos e pretas, como o Inova Capital, Programa de Apoio a Empreendedores Afro-Brasileiros liderado pelo BID. “Ficamos muito satisfeitos em ver os resultados desse trabalho de longo prazo. Sabemos que há desafios específicos, tanto para empreendedoras mulheres quanto para empreendedores e empreendedoras pretos e pretas, e ter mais de 50% de mulheres e mais de 30% de pretos entre os fundadores das startups investidas é animador. Ainda há muito o que fazer, mas os números mostram que estamos no caminho certo”, diz Maria Rita.

A diretora da Anjos do Brasil sabe que existem desafios nessa trajetória. Quando há times mistos, por exemplo, é comum que as mulheres ainda tenham menos protagonismo durante o pitch e na negociação de investimento, embora sejam relevantes na operação e na construção da estratégia. “Uma das coisas que sempre falamos na Anjos do Brasil é que, para inovar, é necessário gente diferente pensando juntas. Ter mais mulheres, pretos e pretas faz com que os negócios sejam mais relevantes e tragam soluções melhores, o que se reflete no resultado do negócio e no retorno do investidor”, revela a executiva.

Ampliação da diversidade geográfica

De acordo com a Anjos do Brasil, das 30 empresas investidas no ano passado, 13 estão em São Paulo. Santa Catarina, Minas Gerais e Bahia, com cinco, quatro e duas investidas cada um, respectivamente, vêm logo na sequência. Os Estados do Espírito Santo, Paraná, Pará, Pernambuco, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro tiveram uma startup que recebeu aporte. Um total de 142 investidores atuaram diretamente nas avalições dos negócios. “Vejo essa crescente participação como resultado do amadurecimento do ecossistema, com muitos empreendedores entendendo como levar inovação ao mercado e cada vez mais investidores participando das redes de investimento anjo, que são, comprovadamente, o melhor lugar para que os investimentos em startups em etapa inicial sejam efetuados”, argumenta Cassio Spina, presidente e fundador da Anjos do Brasil.

As empresas que receberam aporte de investidores da rede Anjos do Brasil atuam, principalmente, nos segmentos de fintechs, agritechs, edtechs, adtechs e serviços para empresas. “Onde existem problemas, sempre haverá a possibilidade de soluções inovadoras e escaláveis. Temos oportunidades em todos os segmentos e o investidor anjo, em geral, é agnóstico para setor, ele investe em negócios que resolvem um problema real com escalabilidade e inovação”, afirma Cassio.

Crescimento da rede em 2021

Além do recorde no valor investido em startups, a Anjos do Brasil também comemora o crescimento de sua rede de investidores anjo. A organização fechou a temporada 2021 com 520 investidores, 10% mais do que em 2020. Maria Rita lembra também que 10% dos membros que investiram no ano passado participaram de quatro deals ou mais. Ela diz, porém, que os indicadores poderiam ser ainda melhores. “Temos um vasto espaço para crescimento, mas falta no Brasil políticas de estímulo para investimento em startups como as aplicadas por inúmeros outros países”, declara a executiva.

A Anjos do Brasil é uma organização sem fins lucrativos de fomento ao investimento anjo e apoio ao empreendedorismo de inovação. Fundada em 2011, atua em três verticais, como uma rede de investidores anjo, na produção de conhecimento para investidores e empreendedores e com a proposição de políticas públicas. Participam da rede da Anjos do Brasil mais de 520 investidores em 18 Estados que já investiram em mais de 160 startups através das conexões geradas pela rede. Mantém parcerias com redes nacionais de investimento anjo e internacionais, como a GBAN e WBAF – comunidades globais de redes de investimento anjo, que tem como objetivo fundamental a colaboração e investimento entre investidores anjo de diversos países, além de trazer conhecimento e engajamento sobre o papel fundamental de investidores anjo no crescimento de startups.

 

Foto: Maria Rita Spina Bueno, diretora-executiva da Anjos do Brasil.

Crédito: Divulgação.

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