MESMO COM ALTA DA INFLAÇÃO, SONDAGEM INDUSTRIAL APONTA EXPECTATIVA POSITIVA PARA ÚLTIMO TRIMESTRE DO ANO

A Pesquisa de Sondagem Industrial de outubro na região de Campinas apontou expectativa melhor para o último trimestre do ano envolvendo os meses de outubro, novembro e dezembro, quando comparado com mesmo período de 2020. Esse foi um dos indicadores analisados pela Regional Campinas do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), na apresentação de pesquisa online na última sexta-feira (29/10).

Na Sondagem Industrial, realizada junto às suas empresas associadas foi possível detectar uma expectativa mais positiva dos respondentes com relação à economia brasileira para o último trimestre do ano. Para 67% dos respondentes será Melhor. Para 17%, Muito Melhor. Outros 5% será Igual e Pior para 11%.

O vice-diretor do Ciesp-Campinas, José Henrique Toledo Corrêa, destacou que os principais indicadores da pesquisa mostram que a indústria segue em busca da sua recuperação, como exemplo, o faturamento em setembro aumentou para 44% das empresas respondentes. Já nessa pesquisa de outubro, 55% das associadas apontaram crescimento no faturamento.

Toledo Corrêa explicou que outros indicadores, como volume de produção, queda no nível de endividamento das empresas, utilização da capacidade instalada de produção e lucratividade apontam para uma “retomada sustentável”. No entanto, na análise desses dados, o vice-diretor do Ciesp-Campinas mencionou preocupação com os efeitos da inflação para os próximos meses e com a manutenção nos últimos meses do aumento nos custos das matérias-primas (apontado nessa pesquisa por 67% das empresas). Já os custos com energia, água e transporte também aumentaram em outubro para 85% das associadas.

Com relação ao aumento da inflação, Toledo Corrêa, foi enfático ao destacar que entre os principais fatores geradores de inflação  estão justamente os gastos públicos, principalmente dos poderes legislativo e executivo. No entanto, mesmo assim, acredita no crescimento da economia brasileira. Apesar do aumento da taxa básica de juros da economia (Selic) por parte do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) como um mecanismo de forma a controlar a inflação, José Henrique Toledo Corrêa, acredita que mesmo assim as empresas ainda terão a oportunidade de obterem crédito fora dos grandes bancos para garantirem seus negócios. “Os pequenos e médios empresários podem recorrer as fintechs para  empréstimos a juros mais baixos e fugir dos grandes players”, disse.

Nível de Emprego

O Ciesp-Campinas também apresentou Pesquisa Fiesp-Ciesp com dados do Caged – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, focando o nível de emprego da indústria em setembro, nas cidades que compõem a Regional. No mês de setembro, o saldo em número absoluto foi positivo com 971 empregos. No acumulado do ano – de janeiro a setembro de 2021, o Ciesp-Campinas também registrou saldo positivo com 8.928 vagas.

Balança Comercial Regional

O diretor do Departamento de Comércio Exterior do Ciesp-Campinas, Anselmo Riso, apresentou os números da Balança Comercial Regional de setembro. Riso comentou a falta de insumos que prejudica o segmento de autopeças e também sobre as modificações introduzidas nas plataformas de veículos.

Em setembro de 2021 o valor exportado foi de US$ 282,2 milhões – 25,2% maior que em setembro de 2020. Já as importações no mesmo mês foram de US$ 1,124 bilhão – 21,8% maior do que em setembro do ano passado. O saldo em setembro de 2021 foi negativo em US$ 842 milhões – 20,8% maior do que o registrado em setembro de 2020.

A corrente de comércio exterior regional (soma das exportações e importações) em setembro de 2021 foi de US$ 1,406 bilhão – 22,5% maior que no mesmo mês do ano passado.

Em setembro os principais municípios exportadores da Regional Campinas do Ciesp foram, pela ordem: Paulínia (29,8%), Campinas (26,1%), Sumaré (11,9%), Mogi Guaçu (8,6%) e Amparo (4,9%). Já os municípios que mais importaram foram: Paulínia (38%), Campinas (22,5%), Sumaré (12,8%), Jaguariúna (8,5%) e Hortolândia (8,2%). O percentual do município refere a sua participação em relação ao total da Regional no Mensal.

Anselmo Riso comentou sobre o congelamento por 90 dias do chamado “preço médio ponderado ao consumidor final”, que incide sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) estadual cobrado nas vendas de combustíveis. A medida foi anunciada pelo Confaz, o conselho formado pelos estados e pelo governo federal, vem em meio a disparada dos preços dos combustíveis.

Segundo Anselmo Riso, a alta dos combustíveis representa um custo logístico maior. O congelamento por 90 dias é uma medida paliativa de forma a nesse período serem decididas algumas questões como o auxílio para caminhoneiros autônomos e que poderá ter valor de até R$ 400. O auxílio para caminhoneiros ou auxílio diesel seria uma forma de compensar o aumento descontrolado dos preços. “A situação é um tanto complicada, pois o motivo do aumento do combustível não é um problema apenas do Brasil, mas internacional. Nós temos que lembrar que a Petrobras tem o capital aberto com ações na Bolsa. Se houver uma intervenção do Governo Federal na Petrobras vai acontece o que aconteceu no passado e quem se sentiu prejudicado no estrangeiro entrou com ações bilionárias contra a Petrobras.  O governo federal fica um pouco amarrado com isso”, destacou.

O Ciesp-Campinas conta com 494 empresas associadas, distribuídas em 19 municípios da região. O faturamento conjunto das empresas associadas é de R$ 41,52 bilhões ao ano. Conjuntamente essas empresas empregam 98.894 colaboradores.

 

Foto 1 – Vice-diretor do Ciesp-Campinas, José Henrique Toledo Corrêa.

Foto 2 – Diretor do Departamento de Comércio Exterior do Ciesp-Campinas, Anselmo Riso.

Crédito: Divulgação.

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