Panorama de Negócios
Duas gerações de bailaoras se encontram no palco do Teatro Iguatemi no dia 22 de novembro e conduzem o espetáculo Federico, que destaca a imensurável contribuição do artista Federico García Lorca para a cultura espanhola. Lu Garcia, do Centro de Arte Flamenca (CAF), e Mari Abreu, do Soniquete Estúdio de Artes, professora e aluna do curso de flamenco na década de 1990, somam seus conhecimentos nesta apresentação de final de ano de suas respectivas escolas, garantindo uma noite de emoções, sensibilidade e profissionalismo.
Não é de hoje que os poemas de Lorca servem de inspiração para os flamencos. O CAF mesmo, com o espetáculo La Leyenda Del Tiempo, em 2003, já fundamentou o enredo nas obras do artista. E neste ano em que as escolas se juntam para a principal apresentação envolvendo os alunos, o tema é recorrente.
De acordo com Mari Abreu, a poética de seus textos sobressai como o amálgama perfeito entre as duas escolas. “Não exibiremos uma biografia em ordem cronológica, mas sim, cenas darão corpo à sua poesia. Ora ela aparece falada, ora as canções flamencas trazem as poesias na letra”, explica Mari.
Aproximadamente 60 artistas estão envolvidos no espetáculo, entre professores, coreógrafos, músicos e alunos. Lu Garcia e Mari Abreu, que também atuam na direção geral, estão acompanhadas no palco dos professores e coreógrafos Ana Cristina Marzagão, Carlinhos Rowlands e Sara Lima, além dos músicos Diego Zarcón (cantaor), Helena de Los Andes (cantaora) e Micael Pancrácio (guitarrista).
União de vivências
O Federico será o 23º espetáculo com alunos do Centro de Arte Flamenca e o 15º do Soniquete Estúdio de Artes. Lu Garcia foi professora de flamenco de Mari Abreu em 1995, quando a aluna era adolescente e iniciava na arte espanhola. Ao longo de 2018, as duas amigas organizaram outros eventos juntas. A dobradinha foi bem sucedida e a parceria incide também na principal apresentação do ano. “Conheço a Mari desde pequena, muito antes do flamenco. Tê-la como aluna e acompanhar o seu desenvolvimento pessoal e profissional me enche de orgulho”, frisa Lu Garcia. “Compartilhar o palco com quem nutriu as bases do meu trabalho é uma honra. Significa que ela o fez com amor, dedicação e êxito. Lu Garcia é um parâmetro que demonstra que trilhei um caminho sólido a partir destas raízes”, elogia Mari Abreu.
O Centro de Arte Flamenca (CAF) é a primeira escola de dança de Campinas (SP) a ministrar exclusivamente o ritmo. A fundadora e diretora do CAF, Lu Garcia iniciou a carreira na dança há mais de 30 anos com o balé e, na década de 1990, ao morar na Espanha, apaixonou-se pelo flamenco e trouxe o autêntico e original baile quando retornou à Campinas.
Depois de ministrar a arte em escolas de dança convencionais, decidiu, em 1997, criar o CAF, que completou 20 anos em 2017. Além de ensinar os passos da dança, divulga a arte por meio de música ao vivo, palestras, exposições, tablaos, workshops com renomados artistas, promoção em Campinas de eventos similares aos tradicionais na Espanha, entre outras iniciativas. O Centro de Arte Flamenca enaltece e valoriza a tradição da Espanha na região formando os melhores bailaores da redondeza.
O Estúdio Soniquete, que completará 10 anos em 2019, busca a interação entre várias artes para criar seus espetáculos flamencos. Recorrendo sempre à tradição, estuda várias formas contemporâneas para criar a dramaturgia da cena. O Soniquete propõe aos alunos ainda saúde física, exercício da criatividade e expressão individual com o corpo em movimento, de forma artística. A escola oferece aulas e cursos regulares de Dança Flamenca, Dança de Rua e Sapateado Americano.
Disseminar a cultura hispânica de forma consistente é outra atribuição do estúdio, através do Grupo Soniquete de Arte Flamenca e Grupo Amador, que exploram todas as formas do flamenco, promovendo uma experiência única com alto nível técnico e de grande carga emotiva.
Fotos 1 e 2 -Bailaoras Lu Garcia e Mari Abreu.
Crédito: Divulgação.
