ARTIGO DE SCHER SOARES
Quem acompanhou as Olimpíadas deve ter reparado: as competições esportivas de grande porte trazem à tona algumas atitudes dos atletas que, muitas vezes, representam o comportamento humano geral.
A vitória, o sucesso, a derrota, o fracasso e a reação a cada um deles dominam a cena, e fatos corriqueiros levantam calorosas discussões. Mas essas características não são exclusivas dos atletas de alto nível. O universo esportivo está muito próximo do mundo dos negócios. Esportistas e executivos passam pelas mesmas tentações.
Em alguns momentos, nos preparamos para viver o novo, quando, de repente, acabamos cometendo os mesmos erros e, no meio do caminho, a tão esperada mudança não acontece ou a conquista não vem. Esse boicote é chamado de autossabotagem. No esporte, a gestão por resultados é óbvia. Você sabe quando não foi bem e o que fazer para melhorar. Mas, na profissão, como ter clareza sobre isso?
Alguns fundamentos da autossabotagem ajudam nessa explicação.
Expectativas – uma das formas mais comuns da autossabotagem é a falta de autoconhecimento. Alinhar as expectativas é imprescindível para evitar decepções com o resultado final. Você começa a perder para seu oponente logo depois de perder a confiança em si mesmo. Foi o caso da seleção brasileira de futebol feminino, que começou a disputa com motivação e terminou sem medalhas.
Coaching – todo atleta tem um treinador para ajudar a alavancar sua carreira. Você tem um? Para evitar a autossabotagem, é importante ter alguém para ajudar nos treinos e na escolha do caminho a trilhar. É preciso treinar o físico, a técnica e o emocional. O preparo e o planejamento devem vir antes, pois, na hora da prova, o que importa é a gestão da sua performance. Muitas vezes, o principal adversário está dentro de nós mesmos.
Gatilho – sempre tentamos melhorar, mas em algum momento a motivação pode se perder pelo caminho e nada muda. Esse momento é o chamado “gatilho”. É preciso ter maturidade para identificar essa armadilha, superá-la e sair da zona de conforto. Os campeões só chegam ao topo após esse processo.
Críticas – há duas possíveis reações diante das críticas: tem gente que cai e tem gente que cresce. Nesse caso, não existe certo ou errado. O que importa é a reação frente a ela. Se for positiva, não tem porque hesitar. Como exemplo, posso citar o caso da seleção masculina de futebol, que transformou os comentários e julgamentos em energia para se destacar na final contra a Alemanha. No quesito comportamento humano, todo mundo pode ser um Neymar.
Scher Soares é especialista em comportamento e desenvolvimento humano, é autoridade quando o assunto é vender, motivar, liderar, alcançar o sucesso e reúne uma experiência extremamente rica nesses aspectos. Em suas palestras, é reconhecido pela mensagem que mescla alto nível de conteúdo com uma abordagem lúdica e divertida, ao mesmo tempo em que provoca e estimula mudanças e atitudes no público. Ele ainda traz em sua bagagem o sucesso como CEO do Grupo Empresarial Triunfo, que controla a agência Triunfo Sudler Brasil, única vencedora do Cannes Lions 2016 do interior de São Paulo, e, em breve, lançará um livro sobre liderança.