Panorama de Negócios
A multinacional japonesa OJI Holdings Corporation está completando em 2017 seis anos de atuação no Brasil. De olho no potencial produtivo de Piracicaba (SP), o grupo japonês OJI, que assumiu o controle da fábrica de papéis de Piracicaba, em 2011, tem investido na planta e no biênio 2016-2017 foram mais de R$ 50 milhões. Com destaque para a aquisição de uma nova tecnologia, inédita na América Latina, que irá incrementar a produção de papéis térmicos, o sistema Multilayer Curtain Coater. A empresa é líder na produção de papéis térmicos e autocopiativos, que respondem por 90% de sua produção. A empresa utiliza 100% de sua capacidade instalada em três turnos de produção, 24 horas, sete dias na semana com uma produção anual de 120 mil toneladas de papel e 100 clientes em todo o Brasil.
O presidente da OJI Papéis Especiais, Agostinho Monsserrocco, que está a quase dois anos na função disse que o investimento atual da empresa está na mudança do portfólio de produtos, melhorar a qualidade e aumentar o volume dos produtos mais rentáveis. O sistema Multilayer Curtain Coater incrementou a produção de papéis térmicos. A inovação é que o papel térmico, ele possui tinta inserida que no processo de impressão das maquininhas ao utilizar cartões de débito ou crédito e também na impressão do cupom fiscal dos supermercados e das lojas de varejo a tinta se projeta no próprio papel. “O novo sistema Multilayer Curtain Coater é um aplicador de tinta no papel térmico com uma menor quantidade para uma maior qualidade de tinta na impressão sem desperdício de tinta e sujando menos a máquina de impressão, reduzindo a manutenção”, explica.
Nos anos de 2015 e 2016, no auge da crise econômica brasileira, a OJI Papéis Especiais não sentiu e nem vem sentindo a crise e cresceu numa projeção de 6% ao ano, enquanto outros mercados decresceram e fecharam com índices negativos. No período, inclusive, gerou novos postos de trabalho ao invés de demitir. “Isso foi um fator que a gente se orgulhou muito de dizer que nós passamos pela crise sem ter que fazer demissões e nem reduzir nossa produção e pelo contrário até contratamos. Só com a área de logística, que era terceirizada e justamente quando estava em votação no congresso a lei da terceirização, nós resolvemos primarizar a logística e contratamos cerca de 80 pessoas em 2016. Nas outras áreas também tivemos contratações, pois precisamos melhorar os nossos controles e o atendimento ao cliente”, diz.
Atualmente a fábrica tem 630 funcionários diretos e indiretos mais 300 postos de trabalho, entre colaboradores diretos e indiretos e foca no desenvolvimento destes profissionais. No ano passado, a OJI foi reconhecida na quarta colocação de melhores empresas para se trabalhar da região, entre as médias e grandes empresas, pelo instituto global Great Place to Work.
A OJI celebra a posição de líder nacional no setor de papéis térmicos e autocopiativos e a consolidação do seu negócio, sempre aliado à sustentabilidade. “Nossos papéis térmicos estão presentes no dia a dia de todos, seja no extrato do banco, comprovantes fiscais a ingressos de cinema, por isso trabalhamos fortemente para que por trás de toda a tecnologia empregada esteja o respeito ao meio ambiente e ao município que acolheu tão bem a nossa empresa”, afirma.
Segundo Agostinho Monsserrocco, os papéis térmicos e autocopiativos representam 90% dos negócios da OJI e os autocopiativos apesar de uma queda em sua utilização no Brasil, principalmente com o advento da nota fiscal eletrônica, ainda continua sendo um mercado interessante que ganha força na América Latina em países que ainda não migraram para o papel térmico. “No passado muitas lojas utilizavam o autocopiativo. Nas grandes redes de construção, por exemplo, a nota fiscal era emitida em várias vias sem carbono, o autocopiativo é esse papel. O mercado desse papel amadureceu e atingiu o auge em 2009. Com o advento da nota fiscal eletrônica, ele vem caindo ano a ano, mas é um mercado ainda interessante porque ainda tem uma boa demanda, pois tem algumas aplicações diferentes das aplicações fiscais, que praticamente aboliram o autocopiativo e migrou para o térmico. Hoje o cupom fiscal é impresso em papel térmico. Hoje a gente tem demandas na América Latina. Este ano nós lançamos um produto novo de autocopiativo, que é uma demanda do mercados mexicano, americano e argentino. Um produto específico para esses mercados”, explica. 
A OJI acredita em seu papel transformador e investe na formação de cidadãos. Em 2017, aportou 15 projetos sociais, entre eles a continuidade do Núcleo de Educação Ambiental e o Concurso Cultural de Desenho, Redação e Poesia, direcionados à rede pública de ensino da cidade. “A gente tem uma atuação forte na cidade com projetos sociais. Este ano a gente está com uma inovação porque estamos chamando os funcionários para serem voluntários e darem a sua contribuição par tentar criar esse espírito”, conta.
A OJI Papéis Especiais também desenvolve ações com foco no meio ambiente. “A gente capta água do rio Piracicaba e utilizamos no nosso processo industrial, reutilizamos e depois da segunda reutilização purificamos a água e devolvemos ao rio. Nós temos uma estação de tratamento de água e do nosso próprio esgoto extremamente moderna. Essa já é uma ação ambiental muito forte nossa”, diz.
Agostinho Monsserrocco atribui o bom desempenho da OJI a um planejamento estratégico competente olhando sempre a problemática de seus clientes buscando soluções e atendimento à demanda. A unidade brasileira já está trabalhando com a perspectiva de novos investimentos para o biênio 2018/2019. “Já estamos trabalhando com possíveis cenários. Em outubro nós submetemos isso a nossa direção interna e em dezembro nós vamos ao Japão para defender os nossos cenários e que investimentos vamos fazer”, finaliza.
Foto 1 – Linha de produção da OJI em Piracicaba.
Foto 2 – Sistema Multilayer Curtain Coater.
Foto 3 – Presidente da OJI Papéis Especiais, Agostinho Monsserrocco.
Crédito: Divulgação.
