RENOVAÇÃO DO CIESP PARA A RETOMADA DA RELEVÂNCIA DA INDÚSTRIA PAULISTA

ARTIGO DE JOSÉ RICARDO RORIZ COELHO

O Dia da Indústria, celebrado em 25 de maio, relembra a relevância do setor para a economia do País. Historicamente, a indústria já respondeu por cerca de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Embora seja geradora de quase 3 milhões de postos de trabalho, o conglomerado paulista, em especial, se ressente da queda na participação no PIB estadual de 25% para 16%, entre 2004 e 2020.

Neste contexto, é inegável que, ao longo dos anos, houve perda de representatividade, destacadamente junto ao governo estadual. No conjunto de problemas, chamado Custo Brasil, as reformas estruturais constituem uma pauta urgente, principalmente a tributária que tanto prejudica o setor.

O dia 25 de maio homenageia Roberto Simonsen, patrono da indústria nacional que faleceu nesta data, em 1948. Engenheiro industrial e administrador, Simonsen foi o primeiro a ocupar a vice-presidência do recém-criado Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), com Francisco Matarazzo como presidente. Em 1928, no discurso de posse, Simonsen ressaltou em seu posicionamento, ainda muito atual por sinal, o papel da indústria como elemento propulsor da independência política e econômica de um país.

De fato, as indústrias, e neste ponto destaco as que se estabeleceram fora do eixo da Capital – especialmente na Região Metropolitana de Campinas (RMC) –, continuam a exercer seu potencial de pujança para superar adversidades, gerar empregos e contribuir para o crescimento econômico do Brasil. No entanto, é preciso, mais que nunca, criar condições para que a forte indústria do Estado retome seu lugar na história.

O Ciesp, que congrega hoje quase 7 mil empresários, é a entidade mais representativa da base industrial no Brasil e muito pode fazer pelo setor. Mas para isso, carece, urgentemente, de renovação. No próximo dia 5 de julho, os industriais associados ao Ciesp vão escolher o próximo presidente da entidade. O fato ocorre após 17 anos sem que houvesse disputas de chapas diferentes nas eleições, mas apenas a ratificação de chapa única. Neste pleito, diferentemente, concorrem duas chapas.

A chapa da situação representa, essencialmente, a falta de alternância e a manutenção dos interesses partidários que tanto contribuem para minar o protagonismo da indústria, principalmente junto ao governo do Estado. Como proposta de modernização e despolitização do associativismo na entidade, os industriais terão a oportunidade de votar na Chapa 1, da qual estou à frente.

Nosso grupo é composto por 134 empresários e empresárias, conhecedores das dificuldades enfrentadas no dia a dia de quem capitaneia um negócio no Brasil. Na formação da chapa, apenas 2% dos integrantes fizeram parte da atual gestão na sede do Ciesp e da Fiesp. O fato demonstra a capacidade que temos de realizar um projeto construído com a maioria dos industriais do Interior, do Litoral, da Grande São Paulo e da Capital.

A partir das diretrizes da Chapa 1, consideramos fundamental acabar com o descaso com as regionais do Ciesp, assim como valorizar a experiência das mulheres e de jovens lideranças empresariais.

Nosso compromisso e os nossos esforços serão para inserir a indústria de São Paulo nos padrões de competitividade mundial. Sem esse empenho, o Brasil perde em magnitude global, como mostra o ranking anual de 63 países avaliados pela Fundação Dom Cabral e o International Institute for Management Development (IMD). Neste relatório, a indústria brasileira permanece entre as 7 menos competitivas.

O nosso partido é a indústria. E é pela indústria que vamos retomar a relevância de um setor que, historicamente, é força motriz do desenvolvimento nacional.

 

José Ricardo Roriz Coelho é presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) e do Sindicato da Indústria do Plástico (Sindiplast) e atualmente segundo vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e vice-presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp)

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