A Rodada de Negócios da Construção, promovida pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), ocorreu nesta terça-feira (25/03) em Campinas, reunindo importantes representantes do setor e autoridades municipais. Entre os presentes, destacaram-se a secretária de Urbanismo de Campinas, Carolina Baracat, e o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Urbano de Campinas, Marcelo Coluccini, que enfatizaram a relevância do evento para o desenvolvimento econômico da região.
O diretor da Regional Campinas do SindusCon-SP, Márcio Benvenutti, ressaltou as perspectivas positivas para o setor da construção civil na cidade e região nos próximos meses. Segundo ele, o aumento na aprovação de empreendimentos imobiliários nos últimos quatro anos reflete um mercado aquecido, com expectativa de crescimento sustentado até 2026. “A construção civil em Campinas segue um ritmo positivo, e a Rodada de Negócios é um importante impulsionador para novos investimentos e inovações tecnológicas”, afirmou.
Avanços na desburocratização e impacto no setor
A secretária Carolina Baracat destacou o compromisso da Prefeitura de Campinas em participar ativamente do evento pelo terceiro ano consecutivo. Segundo ela, um dos principais desafios enfrentados pelo setor é a burocracia, mas avanços significativos têm sido feitos para otimizar processos. “Nos últimos quatro anos, houve um aumento de 37% na emissão de alvarás, reflexo de um esforço conjunto para revisar legislações e tornar os procedimentos mais eficientes”, destacou.
Para Marcelo Coluccini, a Rodada de Negócios desempenha um papel estratégico ao conectar construtoras e fornecedores em um momento crucial para o mercado. “Campinas vive um ciclo de crescimento que se estenderá pelos próximos 20 anos. Eventos como esse ampliam oportunidades, fomentam parcerias e impulsionam a adoção de novas tecnologias, resultando em maior produtividade e eficiência”, afirmou o secretário.
Qualificação da mão de obra: um desafio urgente
A escassez de mão de obra qualificada é um dos principais desafios do setor, conforme apontado por Benvenutti. Ele enfatizou que, apesar do aumento significativo na aprovação de empreendimentos, a formação de profissionais não tem acompanhado essa demanda. “O setor precisa investir fortemente na qualificação, pois muitas das formações necessárias só podem ocorrer no canteiro de obras. Hoje, não existem escolas públicas voltadas à capacitação na construção civil, e o SindusCon-SP tem assumido esse papel”, explicou.
Com a evolução tecnológica e a adoção de novos materiais e métodos construtivos, a necessidade de formação contínua se torna ainda mais evidente. “Hoje, um pedreiro que aprendeu a trabalhar com tijolos precisa ser treinado para lidar com paredes de concreto pré-moldado. Essas mudanças exigem adaptação constante”, disse Benvenutti.
Inflação e custos na construção civil
Apesar das preocupações com a inflação, Benvenutti destacou que a construção civil tem conseguido minimizar impactos financeiros por meio da redução do tempo de execução das obras. “Uma obra que antes levava 36 meses agora pode ser concluída em 18. Isso reduz custos indiretos e torna os projetos mais viáveis economicamente”, apontou.
No que diz respeito ao preço dos terrenos, houve uma leve redução no metro quadrado em algumas regiões, como Nova Campinas, em relação ao Cambuí. No entanto, isso não significa necessariamente uma queda nos preços dos imóveis. “O custo final envolve tanto o valor do terreno quanto o custo da construção. Com a expansão para novas áreas, há um equilíbrio entre oferta e demanda, mas sem uma redução significativa no preço final”, explicou Benvenutti.
Mudanças no programa Minha Casa, Minha Vida
Uma mudança significativa no programa Minha Casa, Minha Vida também foi abordada pelo diretor do SindusCon-SP. Em algumas áreas atendidas pelo BRT, a exigência de vagas de garagem foi reduzida, impactando positivamente o preço final dos imóveis populares. “A garagem pode representar de 15% a 20% do valor do imóvel. Com novas opções de transporte, essa flexibilização torna os imóveis mais acessíveis”, afirmou.
Redução no tempo de aprovação de projetos
Um dos avanços mais significativos mencionados no evento foi a redução no tempo de aprovação de projetos na cidade de Campinas. Segundo Benvenutti, a demora nos processos de aprovação tem um impacto direto no custo final dos imóveis. “Nosso trabalho junto à Prefeitura tem reduzido em 70% o tempo de aprovação nos últimos quatro anos, atualmente variando entre 90 e 120 dias”, destacou.
Ainda assim, um dos principais entraves é a falta de padronização nos projetos submetidos. “Cerca de 50% das plantas enviadas contêm erros, o que causa atrasos. Para resolver isso, estamos implementando um programa de qualificação para engenheiros e arquitetos, levando conhecimento diretamente às universidades”, explicou.
Com perspectivas otimistas para os próximos anos, a Rodada de Negócios da Construção reforça seu papel como catalisador de investimentos e melhorias estruturais no setor imobiliário de Campinas, garantindo um crescimento sustentável e inovador.
Foto 1 – Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Urbano, Marcelo Coluccini; diretor da Regional Campinas do SindusCon-SP, Márcio Benvenutti e a secretária de Urbanismo de Campinas, Carolina Baracat,
Fotos 2 e 3 – Rodada de Negócios da Construção,
Crédito: Roncon & Graça Comunicações.
