SETOR HOTELEIRO BUSCA RECUPERAÇÃO E APOIO DO SETOR PÚBLICO

Com prejuízo estimado de R$ 65,6 bilhões desde o inicio da pandemia no País,  no qual a hotelaria foi o segundo segmento mais impactado com uma queda de 41,1%, o setor de turismo no Brasil começa a se preparar para uma retomada com o avanço da vacinação. De acordo com um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), o principal desejo dos brasileiros é viajar e fazer turismo assim que a situação da pandemia melhorar.

Para mostrar os impactos e a abrangência da crise neste setor, como desemprego e perdas financeiras, e ao mesmo tempo sensibilizar a população sobre os cuidados com adoções de medidas e protocolos de segurança, o G20, grupo que reúne as principais entidades de Viagens e Turismo, através da UNEDESTINOS, com apoio do FGV Cemd (Centro de Estudos em Marketing Digital da Fundação Getúlio Vargas), lançou no dia 8 de maio a campanha “Todo Brasil é Turismo”. A escolha da data não poderia ser mais emblemática, pois neste dia foi comemorado o Dia Nacional do Turismo.

Na região de Campinas, o evento conta com o apoio do Visite Campinas, ligado ao Campinas e Região Convention & Visitors Bureau. A ação já começa a ganhar a adesão de empresas do segmento, como a Rede Vitória Hotéis, com cinco unidades em Campinas, Indaiatuba e Paulínia. “Todo o setor foi severamente impactado com a crise, especialmente em nossa região, onde o turismo de negócios é muito forte e quase todos os eventos foram cancelados por quase um ano”, explica Eduardo Porto, Gerente de Marketing da Rede Vitória Hotéis, lembrando que este cenário resultou em queda de ocupação e demissões e em um prejuízo de R$ 455 milhões somente em Campinas. “Com a flexibilização nos últimos dias e a vacinação em curso, nossa expectativa é de que o turismo regional ganhe força nos próximos meses”, acrescenta Porto.

O impacto causado pela pandemia da Covid-19 está sendo devastador no setor hoteleiro de Campinas. Segundo o Campinas e Região Convention & Visitors Bureau com base em dados da ABIH – SP (Associação Brasileira da Industria de Hotéis) no Estado de São Paulo, o setor hoteleiro empregava 150 mil pessoas direta e indiretamente na cidade, mas 60% destas pessoas acabaram sendo desligadas durante a pandemia. Quando se foca especificamente nos  hotéis associados ao Campinas e Região Convention & Visitors Bureau, o meio de hospedagem na Região Metropolitana de Campinas demitiu  39% do seu efetivo. De março de 2020 a março de 2021, cerca de 1.000 pessoas foram desligadas na rede hoteleira.

A região de Campinas sempre teve um forte perfil no turismo de negócios com a realização de eventos, congressos, simpósios, entre outros. O diretor de hotelaria do Campinas e Região Convention & Visitors Bureau, Douglas Marcondes, destaca que em março de 2020 vários eventos foram desmarcados. “Em março de 2020, o número médio da taxa de ocupação estava em pleno vapor porque nós tínhamos eventos programados para o mês de março e em uma semana, 90% desses eventos foram cancelados. Os eventos para a cidade de Campinas que ocorreriam no ano de 2020, todos foram cancelados. No segundo semestre, seis eventos no The Royal Palm Hall, cada um em média com 5 mil pessoas participantes foram cancelados”, diz

No período de março de 2020 a março de 2021 segundo dados da ABIH-SP, a taxa média de ocupação na rede hoteleira de Campinas ficou em menos de 20%. Em março de 2021 houve uma queda de 35,77% de variação na taxa de ocupação em relação a março do ano passado.

Para minimizar os efeitos negativos, o setor hoteleiro tem buscado apoio da câmara de Campinas e da prefeitura em relação aos pleitos do setor desde o ano passado, com destaque para a negociação do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano),  Sanasa, Refis Municipal, além da Lei de Eventos de Campinas, cuja aprovação será uma ferramenta importantíssima na retomada dos eventos.

As demandas apresentadas

A tramitação da Lei de Eventos, que visa desburocratizar a autorização para realização de eventos, economicidade e eficiência na substituição de formas de verificação e averiguações dentro do sistema fisco- digital, e  criar um canal único de requerimentos de eventos de forma simplificada, otimizando a concessão de alvarás;

IPTU – Negociação do IPTU 2020/2021 para o setor com pagamento a partir de 2023. Para o ano em curso, que as empresas que possam pagar a parcela vincenda do mês possa ser acertada sem multas nem juros até o último dia útil do mês;

Refis – Criação de um Refis desde março de 2020, renegociação para empresas que fizeram negociação a períodos anteriores a 2019 que tenham interrompido pagamentos a partir de março de 2020 em virtude da pandemia;

Sanasa – Abertura de estudos para que hotéis associados possam renegociar contratos de fornecimento de água pelo consumo real, com condições especiais pelo menos até 2023. Com a manutenção das restrições do Plano São Paulo, que ampliam período de proibição dos eventos, muitos setores tiveram que promover fechamento de atividades para fazer frente aos custos em virtude da baixíssima receita. Em virtude da queda sem precedentes de receita, o setor demanda ainda  custo zero nas possíveis solicitações para interrupção no fornecimento de água.

Revisão tributária/ISS

Isenção da cobrança de ISS nos eventos sem fins lucrativos; com imunidade tributária federal e estadual comprovada;

Isenção de cobranças de ISS nos casos de cortesias de ingresso, convites e permutas;

Recolhimento do imposto até o dia 10 do mês seguinte da retenção ou recebimento.

 

Foto 1: Diretor de hotelaria do Campinas e Região Convention & Visitors Bureau, Douglas Marcondes.

Foto 2 – Eduardo Porto, Gerente de Marketing da Rede Vitória Hotéis.

Crédito: Divulgação.

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