TURISMO NAUTICO BRASILEIRO REGISTRA CRESCIMENTO

Cruzeiros
pela costa do Atlântico, barcos e escunas pelos rios, lagos e lagoas naturais e
artificiais. O turismo náutico brasileiro é uma atividade em expansão e deve
conquistar ainda mais espaço entre os roteiros de turismo da próxima década. De
olho na demanda futura, o Ministério do Turismo já investiu R$ 570 milhões na
estruturação e requalificação de atrativos e complexos de turismo e lazer que
dão vida às orlas marítimas, fluviais e lacustres do país.

Entre
os projetos contemplados, estão a revitalização da orla da Praia do Forte (BA),
a construção de complexo turístico na orla fluvial de Maués (AM), a urbanização
da orla de Aracruz (ES) e a urbanização da orla do Beira Rio, em Barra do Corda
(MA). De acordo com o ministro do Turismo, Gastão Vieira, “cabe ao governo, nas
diversas esferas, criar infraestrutura para aumentar a competitividade dos
nossos destinos com atrativos náuticos e buscar um diálogo permanente com o
setor privado capaz de desenvolver essas regiões”, explicou.

Grande
parte das atividades turísticas no Brasil são realizadas nas proximidades de
espelhos d’água, como praias, lagos, rios e estâncias hidrominerais. Para
incentivar viajantes brasileiros e estrangeiros a desfrutarem dos 8 mil
quilômetros de litoral e cerca de 35 mil km de vias internas navegáveis no
Brasil, o Ministério do Turismo acaba de lançar uma cartilha com dicas sobre
destinos e atrações de turismo náutico. Turistas que apostam em viagens em suas
próprias embarcações podem escolher e definir seus roteiros com o apoio do
manual.

De
acordo com a Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Abremar), a
temporada de Cruzeiros Marítimos 2013/2014, que começou em novembro, terá, até
abril de 2014, a presença de 11 navios no litoral do país. A expectativa da
entidade é que cerca de 648 mil cruzeiristas aproveitem os 230 roteiros de
viagens pelo mar disponíveis no período.

O
Brasil ocupa a terceira posição entre os países com maior potencial de
exploração de águas internas navegáveis, e hoje é também considerado um dos
maiores mercados mundiais de cruzeiros marítimos. Os principais portos para
receber grandes embarcações estão localizados em Santos (SP) e no Rio de
Janeiro (RJ), seguidos por Fortaleza (CE) Natal (RB), Fernando de Noronha (PE),
Recife (PE); Maceió (AL); Salvador (BA); Ilhéus (BA); Vitória (ES); Búzios
(RJ), Cabo Frio (RJ); Angra dos Reis (RJ); Paraty (SP), Ilhabela (SP); Ilha
Grande (SP); São Francisco do Sul (SC); Porto Belo (SC) e Rio Grande (RS).

Se
o passeio for por rios, existem diversas opções ao longo do Rio São Francisco,
que tem cerca de 2,8 mil km de extensão atravessando o estado da Bahia. O rio
faz divisa com Pernambuco, Sergipe e Alagoas, até desaguar no Atlântico. No
Alto Sertão de Sergipe, o Complexo Turístico de Xingó permite aos visitantes
passear de barco por entre os paredões de pedra do Cânion do Rio São Francisco.
Os rios Tietê, Paraná, Araguaia, Madeira, Tapajós, e, o maior deles, o
Amazonas, com mais de 6 mil Km, são alguns dos rios navegáveis que já contam
com atividades especiais de turismo e esportes náuticos.

O
Ministério do Turismo trabalha para que as atividades náuticas no país se desenvolvam
de maneira ordenada e sustentável. “Diferentes regiões que dispõem de recursos
hídricos com condições de balneabilidade ou propícios à pesca esportiva e à
prática de esportes náuticos já estão em processo de expansão das atividades
econômicas ligadas ao setor e à demanda de lazer”, afirma o ministro Gastão
Vieira. Segundo o estudo Perfil do Turista de Aventura e do Ecoturista no
Brasil 2010
, realizada pela Abeta a pedido do Ministério do Turismo, de
cada dez pessoas que viajam pelo Brasil, cinco têm interesse em atividades de
lazer/turismo que envolvem água (mares, rios, cachoeiras).

MERCADO E LEGISLAÇÃO

O
Brasil possui uma frota de pouco mais de 70 mil embarcações acima de 16 pés, o
que inclui lanchas, veleiros e iates. Em questões de infraestrutura e serviços,
são cerca de 400 locais de apoio náutico em 19 estados brasileiros. Ainda na
área de serviços náuticos, há 103 estaleiros, 445 fabricantes de equipamentos e
acessórios, 84 varejistas especializados, 23 prestadores de serviços e 12
importadores.

A
legislação brasileira sobre recursos hídricos contempla o aproveitamento das
águas para fins de turismo e recreação. A Política Nacional de Recursos
Hídricos (Lei nº 9.433/1997) determina a necessidade de manutenção dos usos
múltiplos da água, dentre as quais está o uso para turismo, recreação e lazer.

O
programa Bandeira Azul, muito popular na Europa, chegou no Brasil em 2009. A
finalidade é criar parâmetros de avaliação de praias e marinas para turistas
que buscam excelência em qualidade da água e iniciativas de educação ambiental.
Com a Bandeira Azul, além de conquistar visibilidade internacional no setor
ambiental, o destino agrega atributos que o diferenciam no mercado de viagens.
Em todo o mundo, 3.650 bandeiras azuis estão hasteadas. Atualmente, os estados
de São Paulo e Rio de Janeiro detém duas bandeiras cada um, concedidas em 2013.
O programa existe desde 1987 e é aberto a marinas e praias marítimas, fluviais
e lacustres.
 
Foto: Cruzeiro marítimo em Fernando de Noronha
Crédito: Ensetur

 
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