USO DO DESIGN THINKING NO RH É DECISIVO NO DESENVOLVIMENTO DE EMPRESAS

Um dos gargalos que as empresas enfrentam para o desenvolvimento dos funcionários e melhorar a produtividade começa pelo departamento de recursos humanos. O RH é visto pelos colaboradores como responsável apenas por demissões, criar projetos de liderança com altos custos ou levar para o ambiente de trabalho elementos de descontração, como mesa de jogos ou atividades lúdicas. No entanto, nem sempre estes projetos vêm acompanhado de pesquisa e visão estratégica.Lilian Cidreira (10)

Deparando-se com estas situações, Lilian Cidreira, CEO da Future Minds e fundadora do RH Que Inspira, migrou da área de Relações Públicas e organização de eventos para aplicar as técnicas de comunicação em estruturação de departamentos de recursos humanos. O objetivo era promover um incômodo positivo no RH para desenvolver os funcionários. A primeira experiência foi em 2008, quando foi trabalhar em um empresa multinacional, a Chemtech, e logo acabou sendo transferida para o departamento de recursos humanos. “Quando cheguei no RH, vi que poderia usar muito da formação de Relações Públicas pela lógica de que o RH tem muito psicólogo, administrador e pessoas que têm uma preocupação mais humana, enquanto que eu tinha uma visão mais estratégica. A preocupação era fazer com que a empresa seja bem vista lá fora para as pessoas que fossem trabalhar nela”, explica.

O desafio era liderar uma equipe de 2 mil funcionários da área de exatas e mostrar a importância da visão estratégica para os funcionários. Em quatro anos, conseguiu estruturar  a área de Educação Corporativa com programas de liderança, trainee e estágio. “Isso me deu know-how para que eu pudesse trabalhar em outras empresas, como a de construção naval do Eike Batista. Foi muito interessante porque eu ajudei a construir todos os projetos de treinamento e desenvolvimento do zero, e vimos desde a ascensão até a crise”.

Depois da expFUTUREMINDS-101ertise de estruturar área de recrutamento e de desenvolvimento de uma das empresas do grupo EBX, recuperar o RH de uma organização no segmento de óleo e gás, e ser atingida pela crise econômica, Lilian Cidreira decidiu empreender e em 2016 abriu a própria consultoria, a Future Minds. “Na Chemtech, não tinha experiência nenhuma em RH, então decidi fazer um MBA e um processo de coaching para me envolver com a posição. Isso mudou a minha cabeça e passei a pensar em abrir uma consultoria. Desde quando trabalhei em assessoria de imprensa era por conta própria. Com o coaching, comecei a fazer um planejamento de carreira: coaching, MBA, mestrado, dar aula e abrir a consultoria”, diz.

O coaching de carreira, utilizado por Lilian Cidreira para empreender, transformou-se um dos pilares da Future Minds. Em três meses, já tinha 20 clientes buscando definir caminho profissional. “Pelo menos  80% dos meus clientes estão infelizes com seus trabalhos. Eu tenho clientes que estão há 15 anos trabalhando com coisas que não gostam porque era estagiário, foi efetivado e ficou. A crise foi um momento importante em que muitas pessoas repensaram se queriam fazendo algo diferente porque foi demitido ou porque a empresa é instável. Mas isso tem um impacto de estrutura familiar e financeira muito grande”, detalha.

A Future Minds trabalha com outros dois segmentos. O desenvolvimento, dividido entre o pessoal, interpessoal e organizacional; e a consultoria para projetos de inovação, eventos e recursos humanos. Para a reorganização de recursos humanos, a consultoria utiliza o método do design thinking, forma de propor planos de ações para melhorar o engajamento e a comunicação interna. “Hoje uma demanda vem da diretoria e o RH preocupa-se em atender essa necessidade, mas quem vai consumir mesmo esse projeto e que são alocados, geralmente, não é a diretoria. O que o design thinking propõe é que o público-alvo saia do perfil passivo e participe da elaboração desse projeto. Quando misturamos vários perfis temos cabeças diferentes pensando em uma única solução. Então o resultado fica mais rico, mais rápido e com menos chances de dar errado, já que assim dá para entendermos o motivo do funcionário estar ali na empresa e qual a verdadeira necessidade dele, sem achismos ou hipóteses”, comenta.

Nas redes sociais, a consultoria construiu um dos maiores grupos de RH na internet. O RH Que Inspira nasceu em agosto de 2016 no WhatsApp com 15 pessoas e hoje está também com um fórum de discussão no LinkedIn mais de 30 mil membros. A proposta é gerar conteúdo positivo e ajudar no desenvolvimento de outros profissionais de recursos humanos.

O projeto expandiu e hoje são realizados encontros pessoais com um profissional de RH para contar um case e um outro perfil de especialista para pensar em uma visão estratégica. “Os encontros presenciais também ajudam pessoas desempregadas a se recolocarem no mercado de trabalho. Entre uma palestra e outra, tem o Momento Carreira em que pessoa vai a frente e se apresenta por três minutos. Com isso, já conseguimos fazer uma rede de networking e reposicionar profissionais no mercado”, finaliza.

Foto 1: Lilian Cidreira, CEO da Future Minds e fundadora do RH Que Inspira.

Foto 2:  Equipe do Future Minds.

Crédito: Divulgação

Compartilhe:
Facebook
Twitter
LinkedIn

Veja também

UMA HISTÓRIA DE PROTAGONISMO NO DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL

ARTIGO DE RAFAEL CERVONE O Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), que …

Deixe uma resposta

Facebook
Twitter
LinkedIn