VARIAÇÃO CAMBIAL: MOTIVO ELEITORAL

COLUNA DO CEO DO GRUPO BAHIA JORGE BAHIA

A ausência de ponderação e bom senso indicadas nas pesquisas eleitorais, situação que pode até não se concretizar já que estamos falando de pesquisas, demonstram que a disputa final nesse certame eleitoral poderá ocorrer entre dois opostos radicais.

Essas oscilações das variáveis políticas internas são, atualmente, o principal ingrediente para a variação do dólar; ajudada também por outras pitadas de questões econômicas e comerciais externas como aumento de juros nos EUA, acenos de entraves comerciais entre grandes potencias.

Toda essa variação da moeda, reflete a incerteza do mercado sobre qual radical tem mais chance de ganhar as eleições, e ganhando o que ele vai efetivamente fazer. Assim é uma questão de especulação de mercado e o próprio mercado tem que buscar seu equilíbrio. Em resumo os especuladores buscam proteção mediante a incerteza da cena política.

A situação é favorável para empresas exportadoras, que não são poucas, não havendo indicativos de que a crise tem suporte também em questões recessivas como no passo em que empresas locais vendiam seus ativos e patrimônio para honrar compromissos, ou seja, não é um caso de recessão é um caso de especulação diante do momento político.

Por outro lado, a segurança para o “momento cambial” vem das reservas cambiais (ou internacionais), que identificam os recursos que o País tem guardado em moedas estrangeiras, ou em recursos que podem ser transformados facilmente nessas moedas considerando a sua alta liquidez. O valor atual dessas reservas é de US$ 383 bilhões, e considera-se o mesmo suficiente para barrar qualquer tipo de desajuste cambial estrutural. Essa ferramenta (reservas cambiais), pela sua importância e estratégia de uso, não deve ser aplicada como meio de controle para variações especulativas, como identificamos na variação atual dessa moeda.

Empresas buscam se proteger dessa situação, em outras maneiras, prospectando mercados externos para poderem exportar, ou, realizando hedge cambial pelo qual buscam efetivar o chamado “travamento do câmbio” e assim poderem ter maior controle quanto aos seus recursos para a liquidações futuras baseadas nessa moeda.

Dessa forma, a possibilidade de termos nesse ciclo eleitoral dois opostos radicais chegando a reta final do processo eleitoral, sem dúvida, é forte combustível especulativo para o que estamos vivenciando em termos de oscilação do dólar.

Jorge Bahia, consultor e sócio proprietário do Grupo Bahia Associados – bacharel em administração de empresas, contador, consultor de empresas, palestrante, professor em cursos profissionalizantes, sócio proprietário do Grupo Bahia Associados, com experiência profissional de mais de 20 anos em empresas multinacionais atuando na área fiscal, tributária, contábil e controladoria.

 

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