VENDA DE VEÍCULOS NOVOS NA REGIÃO DE CAMPINAS SUPERA AS VENDAS NO BRASIL

A Região Metropolitana de Campinas (RMC) registrou aumento na venda de veículos zero quilômetro no período de janeiro a abril deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. O crescimento foi de 2,2%. O movimento registrado na RMC foi na contramão do que ocorreu do restante do país, onde a venda de veículos zero quilômetro apresentou retração de 3,5% no primeiro quadrimestre Segundo dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), 21.054 automóveis foram comercializados na região de janeiro a abril deste ano, enquanto no ano passado esse número foi de 20.599. No restante do país o caminho foi inverso. O segmento de automóveis teve retração de 3,5% nos primeiros quatro meses do ano em relação a 2011. O número de veículos vendidos caiu de 818.633 no ano passado para 789.919 neste ano.
A soma da venda de todos os segmentos envolvendo carro, moto, ônibus, comercial leve e caminhão se manteve estável na RMC. No primeiro quadrimestre do ano passado, foram vendidos 36.657 veículos, número que caiu para 36.441, correspondendo a uma retração de, apenas, 0,6%%.
Para o diretor de vendas e Marketing da rede de concessionárias Germânica, Gustavo Azambuja, o mercado de Campinas é muito próspero, com bom poder aquisitivo e uma população assalariada. Gustavo Azambuja disse que o mercado de automóveis hoje de cada dois veículos vendidos, um é financiado, ou seja, representa metade das vendas e o  financiamento de automóveis vem com uma inadimplência crescente. Em 2010 a inadimplência média girava entre 2% e 3% e hoje está beirando 7% e consequentemente os bancos acenderam a luz vermelha e passaram a selecionar para quem conceder crédito passando a restringir operações sem entrada em 60 vezes. Com isso o cliente autônomo que não tem registro em carteira já tem uma dificuldade maior de conseguir o crédito porque não tem comprovação de renda.
Segundo Gustavo Azambuja, os bancos estabeleceram uma tabela com taxa competitiva. Para a compra do veículo zero quilômetro em 24 meses não é necessária entrada. Para 36 meses, 20% de entrada. Para 48 meses, 30% de entrada e para 60 meses, 40% de entrada do valor do veículo. Mesmo assim, Gustavo Azambuja que ainda existe a possibilidade da compra sem entrada, mas a exigência para aprovação do crédito é mais rigorosa.  “A região de Campinas é muito próspera, a renda per capita é alta, o nível de informalidade é menor do que no restante do Brasil, então tem muita empresa, muito assalariado, muitas pessoas recebendo em carteira, então tem comprovação de renda e emprego fixo e isso conta muito numa análise de crédito. Eu credito que essa diferença entre a performance do mercado aqui em Campinas e o restante do Brasil se deve  que Campinas sofreu menos do que o restante do país com relação as alterações da política do a bancos  na concessão de crédito. A sustentação do setor de automóveis na região de deve à robustez da economia local”, afirma.
Com as medidas anunciadas pelo governo no dia 10 de maio com redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de carros populares, de IOF (Imposto Sobre Operações de Crédito) e do depósito compulsório, os consumidores encontrarão mais facilidades para comprar e financiar um veículo e o setor deve se manter aquecido.
Segundo Azambuja, o corte de IPI está gerando uma redução no preço final do veículo na ordem de 10%. As prestações poderão diminuir 0,03 pontos percentuais traduzidos em taxas mensais devido ao corte do IOF, ou seja, com o IOF antigo, uma taxa de 1,50% a.m. equivaleria a hoje uma prestação de com taxa de 1,47%. Além disso, com a diminuição do depósito compulsório, a oferta de crédito pelos bancos aumentará, flexibilizando as atuais entradas e reduzindo as taxas para prazos menores. “Na semana do dia 14 a 18 de maio nós trabalhamos para fazer com que o nosso estoque fosse agraciado com essa redução de IPI e a procura foi fantástica. O nosso volume de vendas de carro zero Km aumentou do dia para a noite entre 50% e 60%. A procura aumentou muito a ponto de hoje eu tentar comprar carro na montadora e não estar conseguindo. O Gol, por exemplo, é um carro que estou tendo dificuldade de achar e a bem pouco tempo atrás, antes das medidas do governo, as montadoras estavam com um estoque que não tinham onde colocar tanto carro”, comemora.
Por outro lado, o carro seminovo e o veículo usado também tiveram uma redução de avaliação da ordem de 10%. Como normalmente quem vai comprar um carro zero quilômetro utiliza o seu veículo usado ou seminovo para entrada, as concessionárias estão enfrentando certa dificuldade na venda deste tipo de veículo, pois muitos consumidores estão preferindo adquirir um carro zero devido as facilidades de pagamento no financiamento.
Aproveitando o bom momento do setor na região e o plano de incentivo do governo, a rede de concessionárias oferece, em parceria com o Banco Volkswagen, alguns planos de pagamento especiais, com taxas de 0% para alguns modelos zero quilômetro e taxa de 0,99% em 60 meses para seminovos.
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