CUSTO BRASIL DIFICULTA INVESTIMENTO E GERAÇÃO DE EMPREGOS

Com encargos sociais que somam 109,75% do que as empresas pagam ao governo federal para contratar um funcionário, o Brasil é atualmente o campeão mundial neste quesito. Este percentual é considerado hoje uma das principais barreiras para atração de investimentos estrangeiros e a geração de empregos, capaz de reduzir o problema de mais de 12,9 milhões de pessoas. Além disso, dos 365 dias do ano, um trabalhador brasileiro acaba onerando os custos da empresas por conta do excesso de dias parados.

Um levantamento realizado pelo Contador e Consultor Contábil Antonio Carlos Ayuso, diretor da Ayuso & Associados, e também professor da Unip Campinas, para orientar empresas e investidores nacionais e internacionais, chegou à conclusão de que um funcionário no Brasil teve apenas 275 dias produtivos. Em 2018, um trabalhador passou 90 dias longe da empresa: Descanso Remunerado (52 dias), Dias de férias (26 dias), Feriados (12 dias), o que se chegou a um total de 90 dias parados.

Segundo Ayuso, os números levantados são importantes na hora de um investidor tomar a decisão de investir no País ou abrir novas vagas de empregos. Ele elaborou o levantamento em três quadros: Encargos sobre a Folha de Pagamento; Encargos sobre a mão de obra; e Incidências Cumulativas.

No caso das empresas optantes pelo SIMPLES (Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições), elas estão dispensadas do pagamento dos encargos sobre a folha de pagamento, exceto o FGTS e Multa FGTS. “Em nosso levantamento, não foram considerados Plano de assistência médica, vale-transporte, vale-refeição, adicionais, insalubridade, periculosidade, horas extras, auxilio maternidade, e outros derivados de acordos ou convenções coletivas”, explica Ayuso.

Na avaliação do diretor da Ayuso & Associados, a conclusão que se tira deste levantamento é de que o encargo social é sem dúvida nenhuma é um dos componentes mais significativos do chamado Custo Brasil, pois o alto custo gerado é uma das causas do desemprego no país.

Ele ressalta que os altos índices de encargos sociais pagos no Brasil não penalizam somente os empresários, mas os próprios trabalhadores. “Criados para proteção dos trabalhadores, tais encargos acabam por desestimular a contratação de funcionários”, aponta.

Antonio Carlos Ayuso afirma que os funcionários também são penalizados nos seus salários. “No contracheque existem descontos, tais como:Imposto de Renda Retido na fonte, dependendo de sua faixa salarial, o percentual de desconto será de: 15% a 27,5%; Contribuição Previdenciária dependendo de sua faixa salarial, o percentual de desconto será de: 8% a 11%. Nossa conclusão é de que as empresas pagam muito, e os seus funcionários recebem pouco atualmente”, diz.

Para Ayuso, reduzir estes percentuais e baixar os encargos será um grande desafio para o presidente Jair Bolsonaro, assim como seus assessores. “A necessidade de se adotar mecanismos que minimizem os custos é de suma importância para a geração de empregos, alterando para uma nova relação de contrato de trabalho, pois sem nenhuma ação por parte de nosso Governo, estaremos na contramão”, conclui o especialista.

 

Foto 1 – Antonio Carlos Ayuso, diretor da Ayuso & Associados.

Foto 2 – Sede da Ayuso & Associados em Campinas.

Crédito: Divulgação.

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