ESPECIALISTA EM CAPITAL DE RISCO NA AMÉRICA LATINA COMENTA SOBRE SINAIS DE QUEDA NO MERCADO

Um dos principais investidores atuais de capital de risco da América Latina ofereceu uma perspectiva sobre as evidências crescentes de uma desaceleração global no ciclo de financiamento. Os comentários seguem relatos de que dois dos fundos mais conhecidos do setor, Insight Partners e Tiger Global, não chegaram nem perto de suas metas, enquanto mais baixas contábeis são esperadas. De acordo com pesquisas da Crunchbase², o financiamento global de capital de risco caiu 53% em relação ao ano anterior no primeiro trimestre de 2023, para US$ 76 bilhões – e isso inclui duas “mega” rodadas de OpenAI e Stripe, que juntas levantaram bilhões nos últimos meses.

Susana Garcia-Robles, sócia sênior da Capria Ventures, comentou o tema após anunciar a primeira etapa do seu Global South Fund, focado em 20-25 startups de tecnologia em estágio inicial em mercados crescentes, incluindo a América Latina. Os investimentos incluem a Agrofy (um marketplace b2b latino-americano para empresas agrícolas) e a Kueski (de decisões eficientes de empréstimo em toda a região por meio de big data e análises avançadas). “A América Latina não foi exceção à correção de mercado nas avaliações. A velocidade com que as empresas estavam captando recursos e os curtos intervalos entre essas rodadas, incluindo a fase de valorações inflacionadas entre elas, obviamente resultaria em um colapso. Mas não vamos culpar apenas os fundadores, havia investidores que ofereciam quantias inimagináveis de dinheiro a startups que não precisavam dele, os pressionando por uma expansão rápida, sem entender se a equipe estava suficientemente preparada”, afirma Garcia-Robles, que também é consultora executiva da Associação para Investimento de Capital Privado na América Latina (LAVCA). “Não é nenhuma surpresa ver quem são os vencedores neste momento: investidores que estavam cientes de que estávamos no final de um ciclo de altas e conseguiram ficar longe da miragem das mega-valorizações. Ficar longe das rodadas com excesso de assinaturas, nas quais os investidores estavam cedendo ao medo de ficar de fora (FOMO), agora valeu a pena”, acrescentou. “Estamos de volta ao que os investidores querem ver: fundos com visão e conhecimento sobre o crescimento da empresa, ao mesmo tempo em que são cautelosos em relação à economia unitária. As empresas com avaliações baseadas em sólidos fundamentos de economia unitária e indicadores-chave de desempenho são aquelas que estão levantando dinheiro na América Latina. Acredito que 2023 e 2024 continuarão sendo anos desafiadores, nos quais muitos sobreviverão e outros terão que reavaliar seus negócios”, conclui Garcia-Robles.

A Capria é uma empresa líder em capital de risco que investe em fundadores de tecnologia com aspirações ilimitadas, conectando-os em uma rede colaborativa exclusiva. A Capria aciona fortes relacionamentos entre centenas de fundadores e as principais empresas de capital de risco nos mais diversos centros tecnológicos – de São Paulo a Lagos, de Bangalore a Jacarta. A Capria traz inovação de ponta em capital de risco combinada com as melhores práticas globais em gestão sustentável de ESG para selecionar e gerenciar seu portfólio de startups que atendem a economias de crescimento mais rápido do mundo. A família de fundos da Capria administra coletivamente ativos superiores a US$ 200 milhões. A Capria tem escritórios em Seattle, Bangalore, Nairóbi e Washington DC.

 

Foto: Susana Garcia-Robles, sócia sênior da Capria Ventures.

Crédito: Divulgação.

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