O IBEF Campinas Interior Paulista – Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças – promoveu na quinta-feira (27/11) uma edição especial do Equilibrista 2025, reunindo executivos, autoridades e especialistas para discutir temas que devem orientar o ambiente econômico e empresarial do país nos próximos anos. A programação contou com três painéis que abordaram tributação, comércio internacional, agronegócio e perspectivas macroeconômicas.

A primeira vice-presidente do IBEF Campinas, Élica Martins, reforçou o propósito do encontro. “Este é um momento privilegiado para aprendermos juntos, trocarmos visões e fortalecermos o networking que nos une como líderes e protagonistas do ambiente empresarial”, destacou.
Reforma Tributária abre programação e movimenta debate empresarial
O primeiro painel, “Tributação em Transformação”, foi conduzido por Alexys Fonteine, CEO da Steverlynck Fonteyne Consultoria e ex-deputado federal. Ele explicou de forma detalhada os efeitos da Reforma Tributária e o impacto direto sobre os negócios.

Fonteine classificou a mudança como um marco profundo na estrutura fiscal do país. “A reforma tributária vai ser disruptiva para o Brasil, que tinha o pior sistema tributário do mundo. Estamos indo para um padrão europeu, da Oceania e da Ásia. Isso nos torna mais competitivos e dá mais segurança jurídica ao investidor”, afirmou.
Apesar dos avanços, ele alertou que a transição exige cautela, especialmente no fluxo de caixa das empresas. “Existem riscos importantes, inclusive de capital de giro. Alguns setores, como a construção civil, passarão por mudanças significativas. Cada empresário precisa analisar seu negócio para não perder oportunidades ou enfrentar dissabores”, orientou.
Ao comentar a preocupação de prefeitos que afirmam que a arrecadação municipal pode cair, Fonteine avaliou que o cenário não deve ser alarmante. “Há fundo de compensação, mecanismos de proteção e uma nova dinâmica econômica. Muitas análises catastróficas não devem se confirmar”, argumentou.
Tarifaço e agronegócio são tema do segundo painel
No painel “O Tarifaço e seus Impactos Econômicos”, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Guilherme Campos — ex-vice-prefeito de Campinas e ex-deputado federal — analisou os efeitos das tarifas impostas pelos Estados Unidos e ressaltou a resiliência do agronegócio brasileiro.

Campos afirmou que o setor conseguiu reagir de forma estratégica. “O agronegócio brasileiro não foi tão impactado pelo tarifaço de Trump porque buscou caminhos alternativos”, disse.
Ele também avaliou o desempenho do MAPA em 2025. “O MAPA é o grande indutor das políticas públicas do setor mais competitivo da economia brasileira. O agro puxa todos os outros setores e o Brasil vem se consolidando como protagonista mundial”, declarou.
Sobre as perspectivas para 2026, Campos destacou três fatores positivos: queda dos juros, comportamento estável do dólar e posição fortalecida do Brasil na produção global. “É irreversível a vantagem brasileira na produção de alimentos, bioenergia e fibras. São cadeias complementares e estratégicas para o futuro”, explicou.
Ao comentar a COP 30, realizada em Belém, ele elogiou a escolha da capital paraense e o destaque do Brasil. “Belém tem um simbolismo enorme por estar na porta da Amazônia. A AgriZone montada pela Embrapa surpreendeu o mundo ao apresentar tecnologia, inovação e sustentabilidade do agro brasileiro. Somos imbatíveis”, afirmou.
Cenário macroeconômico para 2026 encerra os debates
O último painel trouxe Joaquim Levy, diretor de Estratégia Econômica e Relações com Mercados do Banco Safra, ex-presidente do BNDES e ex-ministro da Fazenda, para apresentar o tema “Perspectivas Econômicas para 2026”.

Levy avaliou que o país caminha para consolidar a queda da inflação. “Vamos continuar a convergência da inflação para a meta. Isso deve permitir a redução da taxa de juros”, analisou.
Ele destacou que, apesar do esforço do Banco Central para desacelerar a economia, o investimento segue ativo. “O investimento vem se mantendo mesmo com juros altos, principalmente em infraestrutura, petróleo e energia. Esses setores abrem novas possibilidades para o crescimento”, disse.
Sobre o recuo do tarifaço norte-americano e seus efeitos, Levy afirmou que a situação está sob controle. “Boa parte das nossas exportações já ficou livre de tarifas, mas ainda há negociações em andamento. Cada empresa tem se adaptado como pode, buscando outros mercados e apoio governamental quando necessário”, explicou.
Embora o impacto macroeconômico tenha sido limitado, Levy reforçou que ainda existem desafios individuais. “Alguns setores enfrentam mais dificuldades e precisam ser acompanhados de perto”, concluiu.
Evento reforça papel do IBEF como referência de diálogo empresarial
A programação especial do Equilibrista 2025 reafirmou o IBEF Campinas como um polo de reflexão estratégica e de fortalecimento da liderança empresarial. Com temas alinhados aos desafios de 2026, o encontro proporcionou análises profundas e diversos insights para empresários e executivos da região.
Foto 1 – Primeira vice-presidente do IBEF Campinas, Élica Martins.
Foto 2 – Alexys Fonteine, CEO da Steverlynck Fonteyne Consultoria e ex-deputado federal.
Foto 3 – Secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Guilherme Campos.
Foto 4 – Joaquim Levy, diretor de Estratégia Econômica e Relações com Mercados do Banco Safra, ex-presidente do BNDES e ex-ministro da Fazenda.
Crédito: Divulgação.
