
Um novo levantamento da consultoria LHH, com mais de 30 mil profissionais de 23 países, lança luz sobre as principais transformações do mercado de trabalho para 2025. Além de apresentar a variação salarial em diversos setores, o Guia Salarial 2025 revela mudanças no comportamento dos trabalhadores e destaca a necessidade urgente de adaptação por parte das empresas.
Segundo o diretor da LHH Brasil, Gustavo Coimbra, o cenário profissional atual é marcado por um ambiente dinâmico e altamente competitivo, influenciado especialmente pela ampla presença dos brasileiros nas redes sociais — o país ocupa a terceira posição em número de usuários no LinkedIn.
A pesquisa aponta que a média salarial já retornou aos níveis pré-pandemia, em alguns casos até superando-os. Contudo, surge um novo fenômeno: a “vibecessão” — um sentimento coletivo de pessimismo, mesmo diante de indicadores econômicos positivos. Fatores como o cenário político nacional e internacional são apontados como motivadores dessa percepção.
Permanência com um olho no futuro
Apesar do clima de incerteza, 73% dos entrevistados pretendem permanecer em seus empregos no próximo ano. No entanto, 47% afirmam estar atentos a novas oportunidades e 33% pensam sobre seu plano de carreira diariamente. Para Coimbra, isso exige das lideranças mais do que observação: “É preciso investir em treinamentos e criar um ambiente que promova desenvolvimento profissional e diversidade”, afirma.
A crescente presença da Inteligência Artificial (IA) também molda o mercado de trabalho. De acordo com o estudo, 65% dos profissionais acreditam que a digitalização terá um impacto positivo em seus cargos. Ainda assim, essa evolução exige preparo. “As empresas precisam ajudar seus colaboradores a absorver essas mudanças tecnológicas, oferecendo capacitação contínua e promovendo o crescimento profissional”, diz o diretor.
Diversidade, inovação e ESG como diferencial competitivo
Outro destaque do guia é a importância da agenda ESG (ambiental, social e governança), especialmente no campo da inclusão. O levantamento mostra que equipes diversas tomam melhores decisões em 87% dos casos, têm 15% mais clientes e alcançam maior participação no mercado. Apesar disso, há um descompasso entre empregadores e funcionários: 91% dos líderes acreditam estar promovendo diversidade de forma adequada, enquanto apenas 39% dos colaboradores compartilham dessa visão.
O novo papel da liderança
O estudo evidencia que mais da metade dos trabalhadores dependem de seus gestores para entender e se preparar para as mudanças em seus cargos. Diante disso, Coimbra afirma que as organizações precisam desenvolver lideranças com inteligência emocional, comunicação empática e adaptabilidade digital.
Por fim, a pesquisa reforça que valores intangíveis — como flexibilidade, modelo híbrido de trabalho e oportunidades de desenvolvimento — estão superando o peso da remuneração na hora de manter talentos. “É um novo momento. As empresas que souberem investir em soft skills, planos de carreira não-lineares e treinamentos contínuos terão equipes mais engajadas e preparadas para um mercado em constante evolução”, conclui Coimbra.
Foto: Diretor da LHH Brasil, Gustavo Coimbra.
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