SECRETARIO DE AGRICULTURA DA BAHIA SOLICITA À INDÚSTRIA DO CACAU QUE REVEJA SEU PROGRAMA DE IMPORTAÇÃO

O
secretário estadual da Agricultura da Bahia (Seagri), engenheiro agrônomo
Eduardo Salles solicitou à Associação Nacional das Indústrias Processadoras de
Cacau (AIPC), que reveja sua programação de importação de cacau, e desvie para
outros destinos ao menos parte das próximas cargas que estão para chegar. A
solicitação foi feita durante reunião, na Seagri, com o presidente da AIPC e
diretor da Cargill, Miguel Sieh; com o secretário executivo da associação,
Walter Tegani, e com Marcelo Grimaldi, consultor da entidade.

A
produção baiana de cacau na safra passada foi maior do que a previsão, e as
empresas beneficiadoras de cacau contrataram importações de amêndoas maiores do
que necessitavam. Em função disso, o cacau produzido na Bahia teve o seu prêmio
reduzido e, na visão dos produtores, vem prejudicando a comercialização por
falta de oferta de compra. Os representantes da indústria processadora disseram
que vão estudar a possibilidade, mas que a missão não é fácil em função da
crise na Europa, que fez o consumo cair.

Para que
essa situação não se repita no futuro, em reunião em Brasília, no Ministério da
Agricultura, o secretário baiano encaminhou reivindicação consensual da cadeia
produtiva do cacau para que a previsão de safra seja feita pela Companhia
Nacional de Abastecimento (Conab) em conjunto com a Ceplac. Além de reivindicar
a revisão da programação de importação, Salles discutiu também com os diretores
da AIPC a necessidade de reduzir o prazo do drawback e a taxação de amêndoas e
produtos importados derivados do cacau, para proteger a indústria brasileira.
Por exemplo, o Uruguai importa torta de cacau de países africanos, transforma
em pó de chocolate e exporta para o Brasil, sem pagar taxas por estar no
Mercosul. “Essa é uma relação injusta e prejudicial para o produtor
brasileiro”, avalia Marcelo Grimaldi.

De acordo
com Grimaldi, hoje, a produção brasileira de cacau é de 180 mil toneladas/ano,
das quais 150 mil produzidas na Bahia, mas as cinco grandes indústrias do
Brasil (Barry Callebaut, Cargill e ADM Joanes, em Ilhéus; Delfi, em Itabuna, e
a Indeca, em São Paulo) processam 250 mil toneladas/ano. Essa é uma situação
que o secretário quer transformar, tornando o Estado autossuficiente na
produção de cacau. “Estamos, através da Câmara Setorial Estadual do Cacau,
elaborando o Plano Estadual do Cacau, e já lançamos o Plano Estadual da
Borracha Natural, que visa em 20 anos ampliar de 32 mil para 100 mil hectares
de seringueira, consorciada com o cacau”, disse Salles.

Entre os
assuntos discutidos com os líderes da indústria processadora de cacau, o
secretário focalizou ainda a inclusão do cacau na Política de Garantia de Preço
Mínimo (PGPM) da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), e a necessidade
de maior fiscalização sanitária nas importações.

Todas
essas questões voltarão a ser discutidas nos próximos dias, para maior
aprofundamento, com todos os elos da cadeia produtiva, reunidos na Câmara
Setorial Estadual do Cacau, com participação da indústria. “Nesta reunião
espero poder sistematizar os pleitos dos produtores e da indústria para
levarmos ao Ministério da Agricultura uma decisão do setor como um todo”,
concluiu Salles.

 

 

 
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