
O sorvete deixou de ser apenas uma sobremesa refrescante para se consolidar como um verdadeiro motor da economia brasileira. De acordo com levantamento inédito realizado pelo Senai-SP em parceria com a Associação Brasileira do Sorvete e Outros Gelados Comestíveis (Abrasorvete), o setor é responsável por 274,8 mil empregos diretos e indiretos em todo o país, revelando-se um pilar de geração de renda, empreendedorismo e inovação.
O estudo, divulgado nesta terça-feira (23/09), Dia do Sorvete, mostra que são 39.635 empregos diretos e outros 235.180 indiretos em toda a cadeia produtiva, que envolve agropecuária, insumos, equipamentos, embalagens, logística e distribuição. A análise foi feita com base em dados da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) e do cadastro da Receita Federal, incluindo não apenas os CNAEs principais, mas também os secundários, o que ampliou a visão sobre o impacto do setor. “Há muito tempo defendemos que o setor de sorvetes é muito mais do que se vê na superfície. Esses novos dados finalmente nos permitem provar seu impacto na economia. O sorvete é um gerador de emprego, um catalisador para o empreendedorismo e uma cadeia de valor que sustenta milhares de famílias”, destacou Martin Eckhardt, presidente da Abrasorvete.
Predomínio de pequenos negócios
O levantamento mostra que o setor é formado, em sua maioria, por micro e pequenas empresas, com maior concentração nas regiões Sul e Sudeste. O estado de São Paulo responde por 25% dos 20.580 CNPJs ligados à atividade.
Apesar da relevância, o consumo per capita brasileiro ainda é considerado baixo: 7,7 litros por ano, bem distante da Nova Zelândia, onde cada pessoa consome cerca de 26 litros. Para ampliar esse mercado, a Abrasorvete lançou a campanha “50 em 10”, que busca aumentar em 50% o consumo de sorvete no Brasil até 2033.
Nutrição e inovação

A nutricionista Jacqueline Bloch Ozi, parceira da iniciativa, ressalta que o sorvete pode fazer parte de uma alimentação equilibrada. “Quando consumido com consciência, ele proporciona prazer e ativa memórias afetivas. O sorvete não é vilão. Hoje já temos versões mais funcionais, sem lactose, plant-based e até enriquecidas com proteínas e fibras, que unem sabor e benefícios para quem busca um estilo de vida saudável”, destacou.
Reconhecimento nacional
Além da ação “Felicidade Congelada”, que promove atividades sociais e comerciais em todo o país nesta data, o setor comemora um avanço político: a apresentação, no Senado, do Projeto de Lei nº 4673/2025, de autoria do senador Luis Carlos Heinze (PP/RS), que propõe instituir o Dia Nacional do Sorvete no calendário oficial de eventos do Brasil.
Para a Abrasorvete, a oficialização da data não apenas valoriza a tradição do consumo de sorvete, mas também fortalece sua relevância cultural e econômica.
Fundada em 2020, a Abrasorvete tornou-se a principal representante do mercado de sorvetes no país. A entidade reúne empresários de toda a cadeia produtiva e se consolidou como fonte de dados e informações estratégicas, atuando na defesa dos interesses do setor.
Foto 1 – Martin Eckhardt, presidente da Abrasorvete.
Foto 2 – Nutricionista Jacqueline Bloch Ozi.
Crédito: Divulgação.