FGTS PODE IMPULSIONAR VENDA NO DIA DAS CRIANÇAS

Os consumidores brasileiros estão mais propensos a comprar presentes no Dia das Crianças em 2019, se comparado aos últimos três anos. O preço médio dos mimos também subiu, como mostra pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE). O estudo aponta que, apesar do ânimo ter aumentado em todas as faixas de renda, o indicador ainda está abaixo da série histórica. Já a média de preços subiu bem mais entre as famílias que ganham acima de R$ 9.600.

Coordenado pela economista do FGV IBRE, Viviane Seda Bittencourt, o levantamento aponta que o ímpeto de gastos com presentes na data comemorativa avançou 13,3 pontos entre 2017 e 2019 (de 64,3 para 77,6), ficando ainda assim abaixo do nível histórico (84,1). A melhora foi registrada em todas as faixas de renda, porém o destaque foi o avanço entre as famílias de menor poder aquisitivo, com renda mensal de até R$ 2.100 – o indicador subiu 21,9 pontos, atingindo 69,4, o maior desde 2014. “Famílias de renda mais baixa possuem menor margem no orçamento doméstico e estão mais endividadas. Segundo estudo que fizemos pela Sondagem do Consumidor, 71,9% desses consumidores pretendem utilizar os recursos do FGTS para quitar dívidas e 23,9% almejam consumir bens e serviços. Apesar disso, não surpreende o resultado sobre a intenção de compra, pois o pagamento de dívidas libera o orçamento familiar e gera uma percepção mais favorável para os consumidores dessa faixa de renda sobre a economia, possibilitando-os realizar novas compras no curto prazo”, analisou Viviane.

De acordo com a pesquisadora, nos últimos 5 anos os consumidores, de modo geral, vêm mantendo o ímpeto para comprar bens duráveis abaixo da média histórica. Essa postura mais cautelosa foi provocada pela fragilidade do ambiente econômico e pela alta incerteza no período. Com a depreciação de bens ao longo do tempo, há necessidade de substituição dos itens, provocando melhora gradual do setor, motivada principalmente pela liberação dos recursos extras.

Presentes este ano devem ser mais caros

A pesquisa também mostra que as famílias devem desembolsar um pouco mais este ano: houve aumento real de 16,1% no valor médio dos presentes em relação a 2017, chegando a R$ 88,9. O crescimento foi puxado pelo ânimo das famílias que ganham acima de R$ 9.600, que pretendem gastar em média R$ 136, contra R$ 56 das famílias de menor poder aquisitivo. Brinquedos lideram a preferência do consumidor (50,8%), seguido por vestuário (21,1%) e livros (4,9%). O estudo consultou 1.733 pessoas.

 

Foto: Economista do FGV IBRE, Viviane Seda Bittencourt.

Crédito: Divulgação.

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