OS MAIORES ERROS DAS FRANQUIAS EM 2016 E COMO EVITÁ-LOS

ARTIGO DE JOSÉ CARLOS FUGICE JR

O ano de 2016 foi economicamente problemático para a maioria dos modelos de negócios. E, no franchising, não foi diferente. Mesmo mjose-carlos-fugiceimage003antendo seus indicadores positivos, muitas redes se precipitaram e acabaram amargando alguns prejuízos. Como não há nada melhor do que aprender com os erros do passado, confira quais atitudes você deve evitar no próximo ano para prosperar no futuro.

Invista no capital de giro – para ter sucesso em um cenário desafiador, o primeiro passo é manter as finanças em ordem. Neste ano, muitas franqueadoras sofreram com problemas no fluxo de caixa, principalmente, em virtude da queda nas vendas e do crescimento da inadimplência de royalties.

Para ajustar a receita, algumas adotaram uma política de redução de custos severa. Contudo, ao mesmo tempo em que essa medida é justificável, ela também é problemática, uma vez que esse é momento que o franqueado mais precisa do suporte da franqueadora. Sendo assim, quanto mais esta reduzir a equipe e a estrutura, mais difícil será para a rede manter sua sustentabilidade.

Nesse caso, o ideal é fazer uma revisão no planejamento financeiro e, depois disso, cortar os custos que menos prejudiquem os franqueados. Também é interessante a franqueadora utilizar do seu capital de giro para manter o equilíbrio das contas e investir em treinamento e capacitações que apresentem à rede ferramentas para aumentar a performance de suas unidades.

Aposte em um crescimento sustentável – principalmente quando se sentem ameaçadas, muitas empresas decidem crescer a qualquer custo. Assim, acabam sustentando a frase “nós decidimos não participar da crise” com uma verdadeira obsessão pelo crescimento. Contudo, assumir uma postura de vendas tão agressiva pode ser um grande tiro no pé.

Isso porque, ao agir desta forma, a franqueadora fica sujeita há alguns riscos como:

Vender unidades para franqueados inexperientes ou que não tenham perfil para atuar no setor,

Lançar novos modelos de negócio pouco estratégicos ou rentáveis para o franqueado e para a rede, e

Perder o controle na gestão das unidades, fazendo com a qualidade do atendimento diminua, assim como a reputação da marca.

É claro que a grande maioria das empresas deseja crescer, mas para ter sucesso é preciso adotar uma estratégia que contemple toda a estrutura do negócio. Uma expansão não planejada, baseada apenas na captação de taxas de franquias, não representa um crescimento real. Os bolsos da franqueadora podem estar cheios, mas sem uma gestão qualificada de nada irá adiantar.

Planeje em longo prazo – a falta de planejamento foi um dos grandes motivos pelos quais a proporção da crise surpreendeu muita gente. Segundo as projeções, o mercado não acreditava que 2016 seria um ano de grandes resultados, mas também não previa tamanha recessão. Sendo assim, se destacaram as marcas que puderam contar com uma boa estratégia, capaz de manter seu crescimento, mesmo no pior dos cenários.

Não é de hoje que as crises são conhecidas como Darwinistas, sobrevivem as empresas que estão mais preparadas, que possuem um plano para lidar com as situações mais adversas e são capazes de aplicar as medidas necessárias para manter-se, ao menos, no mesmo patamar.

Por isso, pensar em longo prazo faz tanta diferença. Seja para estar preparado para o presente, seja para acertar nas decisões que poderão afetar o futuro da empresa. Além disso, é essencial manter as expectativas alinhadas e prezar por uma relação de mútuo-benefício com todos os envolvidos no negócio.

Além dessas questões, para prosperar em 2017 as redes também devem apostar no básico, como investir no relacionamento com seus franqueados, para gerar mais comprometimento e engajamento dos mesmos com o negócio, focar na eficiência da gestão da rede e se aperfeiçoar cada vez mais. Assim, não terá cenário econômico que poderá afetar a sustentabilidade do negócio!

José Carlos Fugice Jr é administrador de empresas especializado em franquias e varejo com MBA em administração de empresas pelo CEAG FGV/SP, com experiência em mais de 150 projetos de franquias. É sócio fundador da GoAkira Consultoria Empresarial.

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