
Uma nova pesquisa revelou que 41% dos profissionais brasileiros estão sofrendo com ansiedade frequente no trabalho, e 65% relatam experiências de angústia ou apatia. Esses dados apontam para um crescente problema de saúde mental no ambiente corporativo, que pode ter consequências significativas não apenas para os colaboradores, mas também para as empresas. Especialistas alertam que altos níveis de ansiedade no trabalho podem levar a transtornos graves, como depressão e crises de pânico, afetando tanto a saúde dos empregados quanto o desempenho organizacional.
Rogério Babler, especialista em neuroliderança, explica que o impacto da ansiedade e do estresse sobre a produtividade é evidente e vai além do indivíduo. “A ansiedade afeta a concentração, a tomada de decisões e a capacidade de inovar. As empresas podem também enfrentar aumento de absenteísmo, diminuição geral na qualidade do trabalho e eventuais riscos de acidentes, dependendo da situação”, afirma Babler. Ele ressalta a importância de as empresas adotarem práticas para ampliar a consciência da liderança e dos trabalhadores para esse tema. “Provavelmente, um cenário desejado de calmaria e estabilidade nunca ocorra, mas as pessoas podem aprender a se sentir mais seguras mesmo diante das incertezas. Trabalhar a cultura organizacional orientada para propósitos comuns, regras claras, diálogos mais abertos e flexibilidade nas decisões pode ajudar a criar um ambiente de maior colaboração e produtividade, pois os times passam a confiar mais em si e nos outros, se sentem mais autônomos e, por consequência, mais seguros, mesmo diante de cenários voláteis e ambíguos.”
A pesquisa indica também que a faixa etária de 28 a 43 anos é a mais impactada, grupo que inclui muitos profissionais em cargos de gerência e funções estratégicas, onde o desgaste mental pode ter um efeito cascata. “Por esse motivo, os líderes precisam aprender a cuidar de si próprios para depois apoiar suas equipes. O autocuidado, por meio da saúde (física, mental, espiritual, familiar, social, financeira, entre outras) deixou de ser tema da moda e passou a ser uma das grandes respostas para a congruência entre eficácia pessoal e a produtividade empresarial”, completa Babler.