O avanço tecnológico tem desempenhado papel decisivo na prevenção de desastres ambientais, especialmente em setores críticos como infraestrutura e mineração. Uma inovação desenvolvida no Brasil, pela empresa RADAZ, sediada no polo tecnológico de São José dos Campos (SP), vem se destacando internacionalmente por sua capacidade de antecipar acidentes e eventos naturais com alto grau de precisão.
O equipamento RD350, um radar de abertura sintética de apenas 5 quilos, é o único no mundo a operar simultaneamente em três bandas diferentes do espectro eletromagnético — C, L e P. Essa combinação permite monitorar desde a superfície até camadas profundas do subsolo, mesmo em áreas de vegetação densa, produzindo imagens tomográficas detalhadas.
Cada banda cumpre um papel específico: a C detecta variações superficiais, a L alcança a camada superior do subsolo e mede biomassa, enquanto a P penetra em profundidade, revelando informações sobre relevo, umidade e até cursos d’água ocultos. “Essa tecnologia permite detectar alterações estruturais mínimas e movimentações do solo, promovendo ações preventivas eficazes”, explica Laila Moreira, diretora técnica da RADAZ.
O processo de uso é simples e acessível. Transportado por drones leves, o radar realiza sobrevoos em áreas de risco, grava os dados em um pendrive e, em seguida, processa automaticamente as informações em um laptop com auxílio de inteligência artificial. O resultado são relatórios completos que ajudam a prevenir deslizamentos, falhas em barragens, vazamentos em dutos e outros riscos ambientais.
A tecnologia já vem sendo testada e aplicada fora do Brasil. Nos Emirados Árabes Unidos, por exemplo, o RD350 é utilizado para detectar vazamentos na rede de dutos de água, prevenindo desperdícios em uma região de escassez hídrica. Na Islândia, o equipamento foi usado em parceria com o Centro de Geociências Alemão (GFZ) para mapear subsidências e gerar tomografias do subsolo de um vulcão ativo. Na Alemanha, institutos de pesquisa também estudam diferentes aplicações da tecnologia.
Além da praticidade — um drone de classe 3 equipado com o radar consegue mapear até 500 hectares por dia —, o RD350 se diferencia pela miniaturização e custo reduzido em relação aos métodos tradicionais, que dependem de aeronaves e equipamentos pesados. Seu alcance chega a 120 metros de profundidade, com resolução decimétrica, mesmo em condições adversas.
Fundada em 2017, a RADAZ já acumula seis pedidos de patente, incluindo um concedido nos Estados Unidos, e vem crescendo com foco na exportação e em parcerias estratégicas. A empresa aposta no uso de sua tecnologia em áreas como mineração, gestão ambiental, defesa civil e infraestrutura urbana, sempre alinhada às melhores práticas de ESG.
Com soluções de ponta e impacto direto na preservação ambiental e na proteção de vidas, a RADAZ mostra como a inovação brasileira pode competir no cenário global e contribuir para um futuro mais sustentável e seguro.
Foto: Laila Moreira, diretora técnica da RADAZ.
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