Diante da forte onda de calor, SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), Sintracon-SP (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de São Paulo) e Seconci-SP (Serviço Social da Construção) estão realizando uma campanha incluindo a emissão de comunicado conjunto das entidades do setor, com recomendações para a preservação da saúde dos colaboradores das empresas do setor da construção civil e incorporadoras nos canteiros de obras. A decisão foi tomada em recente reunião do Fórum Permanente de Negociação, criado por Sintracon-SP e SindusCon-SP, e que contou com a participação do Seconci-SP.
No comunicado enviado para as empresas do setor é reforçada a recomendação para a adoção de uma série de medidas, tais como, fornecer protetores solares, exigência prevista nas Convenções Coletivas de Trabalho.
Fiscalizar se os empreiteiros estão fornecendo protetor solar e conscientizar os trabalhadores sobre o uso adequado do protetor solar. Hidratação é fundamental. Disponibilizar, de forma regular e abundante, água potável para os colaboradores, atendendo ao disposto na Norma Regulamentadora (NR) 18 que para cada 25 funcionários, deve haver um bebedouro, com água filtrada e fresca. Para utilizá-lo, o funcionário deve se deslocar menos de 100 metros na horizontal e 15 metros na vertical. Se a água for servida em recipiente, ele deve ser portátil e hermético. É proibido o uso de copo coletivo.
É muito importante conscientizar os colaboradores sobre a importância de se hidratar frequentemente. Providenciar proteção para nuca e orelhas, para trabalhadores expostos ao sol. Incluir recomendações sobre estes cuidados nos Diálogos Diários de Segurança (DDSs), enfatizando que bebidas alcoólicas não hidratam, ao contrário, desidratam e uso adequado de EPIs e de protetor solar.
Instalar, se possível, tendas para descanso e hidratação nas fases iniciais da obra, quando há muita exposição ao sol, na ausência de área sombreadas. Evitar superlotação dos vestiários e refeitórios, fracionando horários, como foi feito na pandemia. Instalar ventilação mecânica nos refeitórios. Climatizadores umidificadores não são recomendados, devido ao risco de umedecerem os uniformes e provocarem micoses. Adotar ventilação natural cruzada, se possível. Melhorar a ventilação nos vestiários, seguindo as disposições da NR 18.
Aplicar tintas claras e reflexivas sobre as estruturas das áreas de vivência, se possível. Ajustar os horários de trabalho, se possível, para evitar exposição ao sol nas horas mais quentes do dia, a critério da empresa, principalmente entre 12h e 13h. Dar atenção especial aos colaboradores mais suscetíveis ao calor como os que têm hipertireoidismo, diabetes, obesidade, ansiedade, bem como a idosos e mulheres grávidas.
Considerar a aquisição de novos uniformes com tecidos mais leves. Em função das fortes rajadas de vento, encunhar as estruturas com madeira até a execução definitiva da alvenaria. Impedir o acúmulo de águas paradas nos canteiros de obra, para evitar a proliferação de mosquitos que transmitam dengue, zika e a chikungunya. Realizar avaliações e monitoramentos constantes das condições de trabalho, para identificar melhorias e ajustes que se façam necessários.
Foto: Trabalhadores da construção civil.
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