CARGILL ORIENTA FUNCIONÁRIOS SOBRE PLANEJAMENTO PARA A APOSENTADORIA

O aumento da longevidade e o encerramento precoce da vida corporativa criam um “segundo tempo” profissional que pode durar em média 20 anos. Pensando em preparar os colaboradores para a difícil etapa que é a aposentadoria, a Cargill, uma das maiores indústrias de alimentos do País, desenvolveu um programa para tornar essa fase um período mais tranquilo.Rodrigo Bussab

Desde 2006, mais de 100 gestores já passaram pelo programa Novo Tempo. A iniciativa visa oferecer aos funcionários a possibilidade de reflexão e avaliação para preparação de transição de carreira. Entre os temas abordados estão autoconhecimento, saúde, finanças e novos projetos. “Queremos despertar nos participantes a importância de compartilhar experiências, de refletir para as suas realizações e de construir um projeto para essa importante fase de forma estruturada”, afirma Alexandre Muniz, gerente de Previdência Privada.

Renata Macedo de Paula, 52 anos, se preocupa com essa fase da vida há muito tempo. Desde 1988 começou a fazer o pé de meia e a contribuir com previdência privada. Há 3 anos na Cargill, atuando como coordenadora de responsabilidade social, Renata participou pela primeira vez do programa de preparação para a aposentadoria da empresa. “Foi uma experiência enriquecedora, um olhar diferente para o futuro”, diz. Durante o programa, Renata adquiriu uma nova visão sobre o assunto: passou a refletir mais sobre o que quer fazer, colocou as vontades no papel e começou a planejar. Outro aprendizado foi em relação aos seguros de proteção pessoal. “Como não tenho filhos, nunca tive essa preocupação. Mas aprendi que é algo necessário e que eu mesma posso me beneficiar, principalmente em caso de doença ou invalidez”, afirma.

De acordo com o consultor financeiro Rodrigo Bussab, da FS Advisors – responsável pela aplicação do módulo financeiro do programa, o impacto que a aposentadoria traz à vida financeira das pessoas pode ser brutal. “Além da diminuição de renda, quando o trabalho de transição peca pelo pouco planejamento, o impacto financeiro pode vir acompanhado de fortes consequências emocionais”, ressalta.

E como já se pode imaginar, apenas uma pequena parcela da sociedade se preocupa em constituir uma reserva para a aposentadoriasustentável. Uma pesquisa recente realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) revelou que 64,2% dos brasileiros não se preparam corretamente para essa fase. Os motivos mais citados para a ausência de preparação são a falta de recursos financeiros para este fim (32,7%) e o desconhecimento sobre como começar a poupar (19,6%). “O brasileiro acaba dependendo muito do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Além disso, não possui educação financeira para analisar se o patrimônio que dispõe será suficiente”, afirma Caco Santos, também facilitador do programa e consultor da FS Advisors.

Para os especialistas, o momento ideal para começar a se planejar é já no ingresso do primeiro emprego. “Ainda não tivemos tempo de criar uma cultura para que o jovem com 25 anos comece um processo de poupar para sua independência financeira. Temos apenas 22 anos de Real e esse ainda é um hábito a ser desenvolvido, algo que nos Estados Unidos, por exemplo, é muito avançado”, afirma Bussab.

Entre as variáveis que devem ser observadas na hora de planejar a aposentadoria, os consultores destacam o tempo disposto a trabalhar para acumular riqueza, quanto da renda disponível será dedicada para esse fim, o padrão de vida desejado para a independência financeira, expectativa de vida e os imprevistos de saúde que podem comprometer tanto a fase de acumulação quanto a fase de usufruto.

 

Foto: Consultor financeiro Rodrigo Bussab, da FS Advisors.

Crédito: Divulgação.

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