MESMO COM QUEDA DE EMPREGOS, EMPRESÁRIOS ESTÃO OTIMISTAS

O Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) regional Campinas registrou o pior mês de setembro  dos últimos 13 anos no nível de emprego de suas associadas da série histórica iniciada em 2013 com 900 demissões.. De janeiro a setembro o nível de emprego industrial na área dos 19 municípios de abrangência do Ciesp Campinas registrou 3.150 demissões. O mesmo número 3937a_ciesp_jose_henrique_toledo_correa_credito_roncongraca-comunicacoesde postos de trabalho perdidos em todo o ano de 2014. Nos últimos 12 meses o Ciesp Campinas registra uma queda de 8.950 vagas.

O nível de emprego industrial no Ciesp Campinas no mês de setembro foi influenciado pelas variações negativas  de Máquinas e Equipamentos             (-1,62%); Veículos Automotores e Autopeças (-0.54%); Produtos Químicos  (-0,68%) e Produtos Alimentícios (-0,56%). Para o vice diretor do Ciesp Campinas, José Henrique Toledo Corrêa, mesmo com a expectativa de muitos economistas e da própria equipe econômica do Governo sinalizando para um aumento do produto interno Bruto (PIB) brasileiro para 1% em 2017 depois de uma sequência de resultados negativos não deve se traduzir em um primeiro momento em contratações. “Um aumento do PIB significa um aumento do consumo. O que não vai acontecer de imediato talvez seja a retomada de contratações porque as empresas estão trabalhando com ociosidade. Alguns casos, principalmente empresas menores talvez haja uma necessidade de contratação imediata porque elas trabalham no limite de sua capacidade, mas as grandes empresas conseguem trabalhar com pessoal reduzido”, diz.

O C3928a_ciesp_jose_augusto_ruas_credito_roncongraca-comunicacoesiesp Campinas divulgou também a pesquisa de sondagem industrial  referente ao mês de setembro elaborada pelo Centro de Pesquisas Econômicas da Facamp (Faculdades de Campinas) junto às empresas associadas da entidade. Segundo a sondagem industrial os dados referentes à variação mensal da produção em setembro indicaram que para 45,8% dos respondentes ela diminuiu, para 37,5% permaneceu inalterada e que para 16,7% houve aumento da produção no mês. Para o professor da Facamp e economista José Augusto Ruas, esse resultado é um dos mais negativos da sondagem. “Quando você tem um contingente tão grande de empresas indicando queda de produção é inevitável que isso rebata em queda de emprego. Eu diria que o momento hoje  não é num mais preocupante, mas temerário. Estamos há 2 anos com queda livre da economia. O ano de 2014 foi ruim, mas foi um ano e pequena queda. No ano de 2015 a queda foi significativa e 2016 deve fechar também muito ruim. São sem precedentes na história recente brasileira e não há nenhum parâmetro histórico  de 2 anos de queda dessa magnitude, o que afeta todo tipo de negócio”, diz.

A sondagem industrial de setembro desse ano indicou também que a maioria das empresas, ou seja, 66,7% está operando com capacidade instalada de produção na faixa entre 50,1%  e 80%, outros 33,3% operam  na faixa entre 0 e 50% e nenhum dos respondentes disse estar operando na terceira faixa entre 80,1% e 100%.

O índice de Confiança do Empresário Industrial Paulista caiu para 51,7 pontos em outubro , mantendo-se entretanto, no nível de otimismo pelo terceiro mês seguido. Esse resultado ocorre após alta na passagem de agosto para setembro, quando o índice passou de 50,2 para 53,2 pontos. Anteriormente a esses resultados, o índice apresentou uma sequência de 34 meses em quadro de pessimismo. Apesar desse índice de otimismo isso não reflete ainda em perspectiva de investimentos tanto que a sondagem industrial detectou que co m relação ao planejamento do investimento para os próximos 12 meses, 12,5% dos respondentes declararam que vão aumentar os investimentos planejados. Já 25% pretendem manter o planejamento dos investimentos e 62,5% dos respondentes não pretende investir. “O empresário ainda permanece otimista com a mudança, especialmente no cenário político, no entanto isso não se reflete e investimento. Eu acho que nós temos um ponto positivo que é essa expectativa. Essa expectativa é que na verdade anima os empresários e que vai mobilizá-los para investir quando aparecerem os sinais de que a economia volta a crescer”, finaliza o professor.

 

Foto 1 – Vice diretor do Ciesp Campinas, José Henrique Toledo Corrêa.

Foto 2 – Professor da Facamp e economista, José Augusto Ruas.

Crédito: Roncon & Graça Comunicações

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