PANDEMIA DA COVID-19 ACELERA PROCESSO DE DIGITALIZAÇÃO DAS EMPRESAS

“Em alguns anos existirão dois tipos de empresas: as que fazem negócios pela internet e as que estão fora dos negócios.” A frase célebre de Bill Gates demonstra a grande necessidade dos empresários de se adaptarem ao meio digital. O agravamento da pandemia no País, resultando em uma nova onda de fechamento ou redução de circulação no comércio físico em diversos estados, trouxe ainda mais esse senso de urgência aos empreendedores, que se sentiram praticamente obrigados a renovar seu modelo de gestão para não terem que ver seus negócios fecharem as portas.

Segundo dados da Neotrust, considerado o “censo” do varejo on-line brasileiro, só no primeiro trimestre de 2021 as vendas no e-commerce tiveram alta de 57,4% em comparação ao mesmo período de 2020. Foram realizadas 78,5 milhões de compras on-line só nos três primeiros meses deste ano. Essa quantidade de compras resultou em um faturamento de R$ 35,2 bilhões para o e-commerce entre Janeiro e Março de 2021, um crescimento de 72,2% na comparação com 2020.

Carlos Eduardo Soares tem 40 anos e é CEO da Empresa Obabox, que está no ramo de atuação no varejo online há 17 anos. Ele comenta que a empresa cresceu 148% desde o início da pandemia, e as maiores dificuldades enfrentadas durante esse crescimento foram relacionadas à importação e adaptação de pessoal. “Tivemos um crescimento rápido, e estruturar a empresa no cenário de pandemia foi bastante desafiador, já que, por exemplo, contratamos mais de 50 pessoas de maneira 100% remota. Nossos desafios também foram grandes em relação ao suprimento de produtos, devido à instabilidade que ocorreu com nossos fornecedores, sobretudo em itens de origem internacional. E houve ainda a adaptação de toda estrutura para essa nova realidade, além do esforço para manter a cultura da empresa com a chegada de tantos colaboradores novos e ainda trabalhando em home office”, diz.

Maria Fernanda Bonome tem 38 anos, é sócia proprietária e diretora de marketing da Empresa Defacile, que atua há sete anos no ramo de decoração, presente nos principais marketplaces do mercado. Ela conta que as vendas aumentaram muito durante a pandemia porque as pessoas, que estão mais em casa, resolveram decorar os ambientes. Houve muita dificuldade para atender essa alta demanda, para ir em busca de contratação rápida e compras de maquinário. “Por conta da pandemia, tivemos um crescimento ainda maior do mercado digital. As pessoas estão confiando e comprando cada vez mais. Desde o início, sempre tive a motivação para as vendas on-line, porque eu queria minha liberdade de poder trabalhar de qualquer lugar. E sempre achei que não tem como não estar nesse meio digital, afinal, é uma tendência que acontece no mundo todo. Mas é sempre um passo decisivo, que envolve grandes desafios. Eu mergulhei de cabeça e arrisquei. Fui trabalhando bastante e a empresa foi crescendo”, destaca.

Marcelo Germano é empresário, especialista em gestão empresarial e idealizador do método do EAG (Empresa Autogerenciável), ele também é responsável por orientar muitos empresários a saírem do caos causado pela pandemia e direcionar o Planejamento das empresas para o mercado digital. “Eu sempre falo que a grande empresa é a pequena empresa que fez a coisa certa. E não adianta, estamos falando de uma tendência mundial. O comércio físico está cada vez mais perdendo terreno porque estamos diante de uma revolução do mercado digital. Quem está de fora, vai sofrer. E muitos já estão sofrendo para se adaptar ao varejo on-line. Mesmo quem é pequeno empresário já passou da hora de ir para o digital. E o mais importante: o investimento é acessível para os empreendedores que estão a fim de aprender e se adaptar. O mundo caminha para isso”, reforça.

Como se preparar para a migração digital

Os pequenos empresários que ainda não migraram para o digital ou que estão em processo, já tomaram consciência de que o problema de estar de fora é real, e que é necessário um senso de urgência. Mas ainda que solução pareça estar bem à frente, é preciso muita estratégia para a adaptação e colocar em prática ações que vão fazer a diferença.

Para isso acontecer, é de grande importância buscar conhecimento em gestão empresarial, ferramentas aplicáveis, conteúdo prático para trabalhar indicadores, criar processos claros e métricas para acompanhar o progresso. Além de tudo, o time de funcionários precisa trabalhar bem, ter comprometimento. E nesse caminho todo vai ser preciso delegar, contratar um agência especializada em marketing digital ou um time interno de marketing, por exemplo, para conseguir uma empresa em que os processos de gestão estejam em pleno funcionamento.

O especialista em gestão empresarial e idealizador do método do EAG (Empresa Autogerenciável), Marcelo Germano, explica que da infraestrutura à logística, do controle do estoque à contabilidade, contar com ferramentas que melhorem os processos e aumentem a confiança nas transações é de extrema importância para as vendas on-line de sucesso. Mas que em primeiro lugar, deve vir o planejamento, para evitar os principais erros de execução, perda de dinheiro e do valioso tempo do empresário durante a migração digital. “A organização precisa estar focada em metas. E, para isso, é preciso um plano de ação bem executado. E, para alcançá-lo, iniciativas-chaves são essenciais. Por exemplo: quanto mais focado no projeto de migração digital o empresário estiver, ele vai agir com mais eficácia e eficiência, obtendo maiores resultado. É preciso escolher quais projetos ele vai atacar – que estejam relacionados com a visão do negócio – e de quais ele vai abrir mão para direcionar melhor as ações”, explica.

A empresária Maria Fernanda também conta que sempre foi necessário planejamento, para tudo, mas principalmente para saber onde a empresa quer chegar. E ir em busca de um método de gestão foi essencial. “Se não sabemos qual caminho seguir, qualquer um serve, e não vamos saber para onde estamos indo. E, nesse cenário, um método de gestão ajuda muito. No começo a empresa ia ‘pelo sopro de Deus’, sem rumo, sem nada, apesar de termos um certo planejamento, não sabíamos onde queríamos chegar. Então, estruturamos nossas metas, visão, valores e uma cultura. Foi quando o Planejamento foi bem feito, e isso nos ajudou bastante. Foi um divisor de águas na nossa performance, fez muita diferença na nossa vida pessoal, profissional, de desempenho e nos resultados na empresa”, comenta.

Marcelo Germano explica que, nos 25 anos de jornada como empresário e orientando centenas de donos de empresas, ele descobriu o que chama de “miopia empresarial”. “A miopia empresarial me mostrou que a maioria dos donos e donas de empresa estão jogando fora a própria vida fazendo um ‘trabalho burro’ dentro do negócio ao invés de ‘trabalhar duro’. Esses donos parecem não perceber que estão no papel completamente errado e, por isso, acabam se frustrando, acabam perdendo a paixão pelo negócio, e os que ainda têm forças vivem numa corrida de ratos de trabalhar 12, 14, 16 horas por dia por 10, 20 anos, mas a vida não muda e o negócio continua estagnado. São normalmente viciados em apagar incêndio, atolados no operacional e não lhes sobra espaço mental para olhar novas estratégias”, explica.

Por isso, durante um período como o de pandemia, diante de uma situação externa que não é possível controlar, é necessário olhar para dentro da empresa e elencar o que realmente é importante para o negócio. Visto que as vendas digitais são tendência no mercado, ainda mais pelo cenário vivenciado, o empresário deve estruturar uma pirâmide de produtividade e acompanhar os resultados para executar essa migração. Assim como explica o idealizador do método do EAG (Empresa Autogerenciável). “É de extrema importância saber estruturar a pirâmide, ao entender o caminho da liderança, fazer planejamento estratégico, visitar clientes, treinar o time de vendas, otimizar os processos, montar um processo comercial, montar o processo de marketing, fazer branding, networking, organizar reuniões mensais de resultados, avaliar desempenho dos colaboradores. Desde estruturar a logística, o departamento de finanças até como atrair o cliente para as vendas on-line, todos são processos essenciais para a migração digital”, finaliza.

 

Foto 1 – CEO da Empresa Obabox, Carlos Eduardo Soares.

Foto 2 –  Sócia proprietária e diretora de marketing da Empresa Defacile, Maria Fernanda Bonome.

Foto 3 –  Especialista em gestão empresarial e idealizador do método do EAG (Empresa Autogerenciável), Marcelo Germano.

Crédito: Divulgação.

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