QUEDA DE CABELO PÓS-COVID TEM SOLUÇÃO

Vai levar anos até que a Medicina descubra todos os efeitos da Covid-19 no corpo humano, mas uma consequência já foi detectada logo início da pandemia, em 2020. Muitos pacientes tiveram queda de cabelo cerca de dois ou três meses a doença. “Não é um sintoma raro, pelo contrário. No ano passado falavam que entre 25% e 30% dos pacientes teriam queda de cabelo no pós-Covid. Hoje já se fala em 80%. A Covid-19 gera um processo inflamatório muito grande no organismo, mesmo nos casos assintomáticos. O risco de ter queda de cabelo devido à inflamação é grande”, explica a Dra. Aliny Regina Gallico, dermatologista e tricologista da Clínica Eclat, em Campinas (SP). A tricologia é o ramo da ciência que trata dos pêlos ou cabelos.

A Covid-19 provoca outras reações negativas e a queda de cabelo contribui para a perda de autoestima do paciente. A boa notícia é que a tricologia – especialização da medicina que cuida da saúde dos cabelos – é uma opção que permite não apenas o combate ao problema em si, mas também a outros efeitos secundários provocados pela doença.

A consulta com um tricologista, explica a Dra. Aliny, é bem detalhada e vai muito além do tratamento no couro cabeludo. “Precisamos entender qual foi a gravidade da Covid-19, qual medicação o paciente utilizou, como está o sono, alimentação e, também, a saúde intestinal, que é muito importante para o cabelo. Esse levantamento completo permite que tracemos todos os pontos que estão ruins naquele momento. Sono ruim ou um quadro depressivo, por exemplo, podem criar uma resistência ao tratamento no cabelo”, afirma a tricologista.

Os pacientes que tiveram Covid já estão com o emocional abalado e notamos que, quando ocorre a queda de cabelo, a autoestima cai ainda mais. Os que iniciam o tratamento apresentam melhora na queda de cabelo e têm um ganho no bem-estar, no sono e na alimentação. Os benefícios são múltiplos porque a qualidade de vida melhora como um todo. O cabelo é um reflexo do que está acontecendo com a saúde”, detalha a Dra. Aliny.

A dermatologista explica que a Covid-19 é uma inflamação e interfere no ciclo capilar, que é composto por quatro fases. A primeira, de crescimento, é a fase anágena. Dura seis anos e cerca de80% dos fios estão nesta etapa. Depois vem a fase de repouso, que tem duração de duas a três semanas. A terceira, chamada de telógena,é de queda eleva três meses. No último período, o fio já saiu e o óstio folicular está sem folículo (fase quenógena).

Segundo a Dra. Aliny, diante de inflamação ou doença, o organismo dá início a um recrutamento de células, que são direcionadas para aregião do problema que precisa ser reparado. Isso provoca uma carência nos folículos. “O cabelo vai receber menos células, nutrição e vitaminas porque há demanda para outra região mais importante naquele momento. Isso faz com que uma porcentagem dos fios da fase anágena sofra uma antecipação para a fase telógena, que pode ser aguda, e durar semanas, ou crônica, com mais de seis semanas. Como a Covid-19 é uma inflamação intensa, a mudança no ciclo capilar é frequente”, destaca a médica.

A indicação da Dra. Aliny para quem sofre com o problema é a tricologia médica, ciência que estuda todos os minerais, vitaminas e carências do corpo humano que podem interferir no cabelo. A reposição desses nutrientes pode ser feita de forma endovenosa ou oral, mas também existe a possibilidade de aplicações diretamente no couro cabeludo. O objetivo é melhorar a saúde do folículo, a oxigenação e a entrega de vitaminas e nutrientes.

Embora o eflúvio telógeno (queda de cabelo) melhore depois que a inflamação da Covid-19 passa, a demora gera preocupação e abala o paciente. “A tricologia médica entra para amenizar esses danos provocados pela inflamação. É  realizada a tricoscopia, um exame para avaliar como está o couro cabeludo e os fios, e muitas vezes já utilizamos procedimentos médicos para conter essa queda o mais rápido possível”, explica a Dra. Aliny.

 

Foto: Dra. Aliny Regina Gallico, dermatologista e tricologista da Clínica Eclat, em Campinas (SP).

Crédito: Matheus Campos

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