ARTIGO – PRODUTIVIDADE E INOVAÇÃO

Luiz Gonzaga Bertelli*

Qual a maior diferença entre o Brasil e Coreia? Se a pergunta fosse
feita quarenta anos atrás, alguém mais bem humorado poderia dizer que aqui as
pessoas não nascem com os olhos puxados. As duas nações ostentavam índices de
produtividade e inovação muito parecidos. Ou seja, tanto aqui quanto lá um
trabalhador apresentava mais ou menos a mesma produção, da mesma forma que os
números de patentes se equivaliam. Hoje, o engraçadinho não teria tanto motivo
para rir: o Brasil perde  – e feio – nos dois quesitos.

                                                                                                                                 
O concorrente asiático tem produção quatro vezes maior que a brasileira
e está disparado no topo da lista de países mais inovadores, enquanto o Brasil
amarga a 55ª posição. Os dados têm impactos diretos na economia brasileira cujo
crescimento dá sinais de começar a perder vigor. Praticamente toda mão de obra
qualificada está empregada e as organizações precisam descobrir novos meios
para gerar mais divisas, continuando competitivas. 
Uma solução possível para curto prazo é estimular a criatividade e
atenção concentrada nos jovens que chegam agora ao mercado de trabalho. A
geração Y já se provou capaz de surpreender, dependendo apenas de treinamento e
orientação de profissionais experientes. Nesse sentido, os programas de estágio
e aprendizagem – bem como os vários cursos de educação à distância gratuitos
que o CIEE oferece pelo site www.ciee.org.br – valem
como um diferencial a toda modalidade de formação profissional.
A longo prazo há outras opções para a criação desses talentos. Na
capital paulista, por exemplo, o Instituto Superior de Inovação e Tecnologia
(Isitec) – uma faculdade pioneira no país – está na reta final para receber e
formar engenheiros focados no aumento de eficiência e na criação de novos produtos
que possam garantir posições melhores para o Brasil no mercado internacional.
Esse caminho, entretanto, ainda demorará a surtir efeito: os primeiros
graduandos sairão dentro de quatro ou cinco anos.
A decisão de mudar a atual maneira de encarar a produtividade e a
inovação não pode esperar tanto; assim é preciso adotar novas medidas nesse
sentido para resultados também a curto prazo. A posição de liderança que o
Brasil almeja no futuro depende dela.

* Luiz Gonzaga
Bertelli é presidente executivo do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE),
da Academia Paulista de História (APH) e diretor da Fiesp.
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