CONSUMO CONSCIENTE

29 de julho de 2015.
ARTIGO DO PROFESSOR LUIZ FERNANDO DE ARAÚJO BUENO
Dou início a este artigo invocando o
seguinte provérbio africano: “o mundo que temos hoje nas mãos não nos foi dado
pelos nossos pais, ele nos foi emprestado pelos nossos filhos”.
Isso significa que cada geração deve
legar às gerações vindouras um meio ambiente igual ou melhor do que aquele
recebido, conforme preconiza a Organização das Nações Unidas (ONU), sem que se
perca de vista o sucesso econômico, pois como diz o ambientalista Claudio
Valadares “o homem no vermelho não protege o verde”.
Por isso a grande meta que sintetiza
todo esse esforço é compartilhar transformação produtiva com equidade social e
sustentabilidade ambiental.
Um pouco disso tudo tratei em artigo
publicado em 2007, cujo tema foi
Responsabilidade Social Empresarial. Lembro-me que naquela oportunidade eu
dizia que a responsabilidade social começa em casa, com a mudança de nossas atitudes.
Como consumidores, devemos ter em mente que não existe um ato de consumo sem
impacto.
O artigo de hoje, prezado leitor, tem
a finalidade de aprofundar um pouco esse tema por considerá-lo de suma
importância para todos nós.
Com algumas informações que
colecionei ao longo dos últimos anos, palestras que assisti do Instituto Akatu
pelo Consumo Consciente e no próprio site desse instituto, bem como material
que ajudei a construir sobre esse tema para a oficina de Gestão de Fornecedores
da Conferência do Instituto Ethos Empresas e Responsabilidade Social de 2004,
decidi compartilhar com vocês um pouco que aprendi desse tema tão importante.
Mas, afinal de contas, do que estamos
falando?
Segunda definição do Instituto Akatu,
consumo consciente é “o consumo com consciência e voltado à sustentabilidade”.
Tudo a ver com o provérbio africano acima, não?
Toda vez que usamos água ou energia
elétrica, jogamos fora o lixo ou vamos às compras, o consumidor consciente já
leva em conta o impacto dessas ações sobre a economia, a sociedade e o meio
ambiente.
Consumir com consciência é uma
questão de cidadania, pois o impacto do consumo de um grande número de pessoas,
mesmo por um curto período de tempo, faz muita diferença.
Consumir conscientemente é possível
quando as pessoas escolhem comprar produtos ou serviços de empresas socialmente
responsáveis, que não têm como objetivo apenas tirar proveito da sociedade, mas
respeitá-la e dar algo em troca. São empresas que levam em consideração a
sociedade e o meio ambiente, como as indústrias que não poluem o ar ou a água,
os produtores agrícolas que não exploram o trabalho infantil ou as lojas de
móveis que não vendem peças fabricadas com madeira extraída ilegalmente das
florestas nativas.
São empresas que investem em suas
comunidades e em seus colaboradores e suas famílias. Privilegiando essas
empresas, o consumidor deixa claro sua escolha por quem ajuda a construir uma
sociedade mais justa.
O simples ato de ir às compras pode
levar as pessoas a mudar o mundo, basta que façamos algumas perguntas. Porque?
O que? Como? De quem? Como vou usar? Como irei descartar? Como posso reduzir,
reutilizar e reciclar?
Não devemos viver para o consumo e
sim consumir para viver. Tenho visto diversas iniciativas de empresas e
organizações orientando as pessoas para o consumo consciente, visto que, tudo
aquilo que se faz todos os dias, faz diferença. Gostaria então de compartilhar
com vocês algumas dessas iniciativas.
O Mc Donalds recentemente em suas
toalhas de mesa divulgou mais de 50 maneiras de salvar o mundo fazendo coisas
simples. A revista Veja da editora Abril, no Guia Veja, recomendou um conjunto
de medidas simples para economizar água, as empresas Johnson&Johnson e CPFL
Energia, em seus jornais internos Climate Care e Qualidade de Vida,
disponibilizaram aos seus colaboradores pequenas ações do dia a dia que tornam
a convivência neste planeta mais saudável. O Instituto Akatu lançou
recentemente um manual com 12 princípios para o consumidor ajudar a combater o
aquecimento global e no site do Planeta Sustentável, o www.planetasustentavel.com.br, pode-se
encontrar um manual de etiqueta com 33 dicas de como enfrentar este e outros
desafios da atualidade.
E agora, prezados leitores? Após a
leitura deste artigo, dá para imaginar como estamos com relação ao tema
“Consumo Consciente”? Indiferentes? Iniciantes? Engajados? Conscientes?
No site do Instituto Akatu (www.akatu.org.br)
vocês poderão, além de fazer o teste de consumidor consciente, encontrar dentre
outras coisas, dicas, orientações básicas e o grau de Responsabilidade Social
das empresas que você consome produtos e serviço.
Uma outra dica seria a leitura do
Guia Exame 2007-Sustentabilidade com a lista das 20 empresas modelo em
Responsabilidade Social Corporativa no Brasil, e verificar o que essas empresas
estão fazendo no tocante ao Consumo Consciente.
Encerro este artigo com uma frase de
George Bernard Shaw que julguei oportuna para este momento, que diz “não há
progresso sem mudança. E quem não consegue mudar a si mesmo, acaba não mudando
coisa alguma”.
Agora é com vocês.
Luiz
Fernando de Araújo Bueno. Administrador de Empresas, professor de pós-graduação
do IBE – FGV Campinas/SP, professor da FGV online, diretor do Departamento de
Sustentabilidade do CIESP – Diretoria Regional de Campinas, consultor e
palestrante.
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