CRISES HÍDRICA E ELÉTRICA PREOCUPAM A INDÚSTRIA

27 de janeiro de 2015.
Os gestores do Sistema Cantareira
reduziram o volume de água liberado para a região de Campinas e Grande São
Paulo. Até o final do mês poderão ser retirados dos reservatórios, no máximo
22,9 milhões de metros cúbicos. Para isso a região de Campinas terá reduzida a
vazão média de 3m³/s que estava estabelecida em dezembro, para 2,5m³/s.
O Diretor Titular do Centro das
Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) regional Campinas, José Nunes Filho,
está preocupado e espera que a região de Campinas não seja mais penalizada.
Segundo Nunes, se o regime de chuvas mantiver o mesmo padrão atual, com a
retirada de 22,9 m3/segundo e o ingresso a montante das represas seguir entre 5
a 6 m3/segundo, até maio de 2015 o Sistema Cantareira estará seco. “A partir
daí entraremos no período de estiagem com as reservas hídricas zeradas. O que
pedimos é que a região de Campinas não seja mais penalizada e que a vazão de
entrada no sistema seja totalmente liberada para a bacia do PCJ, que é a bacia
doadora. A região de Campinas não tem outra opção de fornecimento de água
potável, ao contrário da Região Metropolitana de São Paulo e a interrupção do
fornecimento será fatal para o desenvolvimento regional e para o segundo maior
polo industrial do país, provocando queda na produção, desabastecimento do
mercado, aumento no preço de produtos industrializados e desemprego. Apenas
queremos que a vazão dos nossos rios seja mantida e cada cidade fará seus
planos de contingenciamento hídrico, de acordo com suas necessidades”, disse.
O diretor do Ciesp Campinas, José
Nunes Filho, também está preocupado com a crise energética que afeta o país.
“Sem dúvida, a crise energética que assola o país afeta o setor produtivo. A
energia é um insumo básico para a indústria, interfere diretamente na produção
e nos custos, podendo desaguar em problemas como desemprego, desabastecimento,
queda no crescimento do país e inflação. E cumpre relatar que esse é um
desastre anunciado, há anos estamos alertando para  a má gestão e o uso
político do setor energético brasileiro, assim como a falta de investimentos”,
lembra.
De acordo com José Nunes, hoje não
temos nenhuma opção. “As termoelétricas que deveriam servir de suporte em
momentos de crise hídrica, já fazem parte da nossa matriz energética, pois
seguem todas funcionando a pleno vapor há mais de um ano, onerando os custos,
usando combustível fóssil importado e poluindo o meio ambiente. Teremos fortes
aumentos nos custos da energia elétrica em 2015 e 2016, para pagar a conta dos
financiamentos públicos às empresas geradoras em 2014, por conta do uso
político do valor das tarifas no ano eleitoral. Acredito também que devemos nos
acostumar aos apagões, que serão mais frequentes de agora em diante”, finalizou.
Foto: Diretor titular do Ciesp Campinas, José Nunes Filho.
Crédito: Roncon & Graça Comunicações.
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