EDUCAÇÃO FINANCEIRA: COM DESEMPREGO COMO AS FAMÍLIAS DEVEM SE ORGANIZAR?

23 de outubro de 2015.
ARTIGO DE LÉLIO BRAGA CALHAU

O mercado de trabalho passa por um
momento difícil. Para termos ideia, vamos aos números quanto ao
aumento da parcela de lares onde ninguém trabalha. Em 2012, ela correspondia a
17,4%. O número subiu para 18,6% em 2014 e já chega a 19,3% no primeiro semestre
deste ano. Neste cenário, reconhecer que se está em situação de endividamento não é
fácil. Tudo que é ruim nos causa dor. É tão fácil hoje usar as linhas de
crédito mais caras, como cartão de crédito e cheque-especial, que tendemos a
achar que está “tudo sob controle”, mesmo quando temos dívidas que
nunca terminam. E com o desemprego essa situação fica ainda mais
complicada. 
Um recente curso organizado pelo
PROCON carioca promoveu a capacitação de consumidor no tocante à sua educação
financeira. O evento está disponível gratuitamente no canal da instituição no
Youtube e recomendamos acompanharem as interessantes publicações.
Um dos momentos que me chamou a
atenção nesse evento foi o testemunho de um consumidor, sobre um detalhe que
poucas pessoas refletem no seu dia a dia, mas que é essencial para não se
perder o controle financeiro. As pessoas, muitas vezes, não sabem se adequar a
um novo momento financeiro negativo, causado por uma demissão, aumento de
despesas, doença, ou qualquer outro motivo.
Quando há uma queda brusca na
receita, no geral, as pessoas não adotam medidas rápidas e com a mesma
proporcionalidade para se adequar ao novo momento. Ou seja, caiu 15% a receita,
deve se reduzir imediatamente 15% o padrão de consumo. Quando isso acontece,
muitas vezes, o consumidor fica tentado a achar que o problema não é grave. Ele
usa, então, o cartão de crédito para empurrar o problema para a frente. Depois,
a dívida acaba se tornando uma “bola de neve” e fica difícil de ser
paga.
Ou seja, quando há uma queda brusca
de receita, as pessoas não baixam imediatamente o seu padrão de consumo de
forma proporcional a essa queda. Então, as pessoas acabam utilizando as
“facilidades” de linhas de crédito mais caras e não conseguem sair
das dívidas depois. Em pouco tempo, estão superendividadas e daí para a
insolvência, quando não possuem reservas, é um perigo muito próximo.
Fique atento a esse detalhe. Você é o
gerente do seu equilíbrio financeiro. Converse com toda família sobre uma
eventual perda de poder aquisitivo e incentive a cooperação de todos para um
novo momento. Quando a situação melhorar e houver a respectiva “reserva de
emergência “, todos se beneficiarão novamente. Haja rápido, quando houver
necessidade, e não deixe o endividamento crescer e te pegar de surpresa. Seu
bolso agradecerá!
Lélio Braga
Calhau é Promotor de Justiça de defesa do consumidor do Ministério
Público de Minas Gerais. Graduado em Psicologia pela UNIVALE, é Mestre em
Direito do Estado e Cidadania pela UFG-RJ e Coordenador do site e do Podcast
“Educação Financeira para Todos”.
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