EMPRESÁRIOS DE CAMPINAS TRAVAM INVESTIMENTOS

A Pesquisa de Sondagem Industrial  no mês de março realizada pelo Centro de
Pesquisas Econômicas da Facamp (Faculdades de Campinas) junto às associadas do
Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) regional Campinas revelou
que os índices de inadimplência que se mantinham estáveis tiveram alta
considerável no mês de março em relação ao mesmo período de 2013. Segundo a
sondagem 36% dos respondentes assinalaram que houve aumento da inadimplência.
Em março do ano passado esse índice foi de 15,2%.
Os custos de produção apresentaram aumento.
Com relação aos custos trabalhistas, para 41,7% dos respondentes houve aumento
e para 58,3% permaneceram inalterados. Os custos de matéria prima também foram
superiores para 75% das empresas pesquisadas e 25% indicaram que permaneceram
inalterados. Os custos de energia elétrica, água e transporte aumentaram para
56% e para 44% permaneceram inalterados. Nenhuma empresa indicou ter havido
redução dos seus custos.
Com relação a lucratividade, as empresas
pesquisadas revelaram que houve queda. Apenas 4%das empresas assinalaram que
sua lucratividade em maço foi superior a fevereiro. Aquelas que indicaram
estabilidade foi de 44% e 52% indicaram queda da lucratividade em relação a
fevereiro.
Para o coordenador adjunto do Centro de
Pesquisas Econômicas da Facamp, José Augusto Ruas, os dados de março mostram
que os empresários estão mais cautelosos. Nesta sondagem os empresários foram
abordados com relação a atual crise hídrica no Estado de São Paulo e de
eventuais transtornos futuros envolvendo a questão energética.  A primeira questão buscou avaliar os efeitos
da atual crise hídrica no Estado de  São
Paulo sobre os resultados das empresas consultadas. Assim, 40% assinalaram que
até o momento houve pouco impacto, 44% que não houve qualquer tipo de impacto,
8% afirmaram que afetou muito e outros 8% que afetou medianamente. A segunda
questão tinha como objetivo avaliar o impacto negativo de um possível
racionamento de água na atividade industrial. Das empresas respondentes, 40% alegaram
que o impacto seria grande, 32% que seria pouco, 24% que não haveria impacto e
4% não possuem essa avaliação. A terceira e última questão do bloco especial
tinha como tema a importância das incertezas no setor de energia elétrica sobre
o planejamento dos investimentos. Para 680% das empresas respondentes, há muita
importância, para 16% há pouca importância, 16% não têm avaliação sobre o tema
e nenhuma empresa declarou que não há importância.  “O empresário está sentindo e está preocupado
com o andamento dessas duas questões. Isso a gente percebeu claramente. O pior
mesmo são as expectativas em relação ao futuro. Um eventual racionamento de
água seria catastrófico para os empresários. Ele não vai fazer investimento se
ele não consegue ler o que vai acontecer com a água e a energia”, diz.
Com relação ao investimento dos empresários
em ampliação da capacidade instalada a sondagem verificou que 40% das empresas
respondentes  não ao investir, mas
nenhuma empresa planeja reduzir o nível de produção. Além disso, 48% vão
atualizar o maquinário existente e apenas 12% pretende ampliar o número de
máquinas já instaladas.
O diretor titular do Ciesp Campinas, José
Nunes Filho, avalia que os resultados da sondagem revelam um cenário pessimista
para 2014 com relação ao investimento industrial. “Tive uma reunião com 20
empresários de Paulínia preocupados com o problema da água, então sem dúvida
nenhuma são empresários que não devem estar pensando em investir. O que a gente
sente é que há um desânimo. Isso a gente já vem denunciando há meses que essa
situação ia acontecer”, diz.
Foto: Coordenador adjunto do Centro de Pesquisas Econômicas da Facamp, José Augusto Ruas.
Crédito: Roncon & Graça Comunicações.

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