PREÇOS DOS MEDICAMENTOS PARA HOSPITAIS RECUAM 0,61% EM OUTUBRO, REVELAM FIPE E BIONEXO

Os preços dos medicamentos vendidos aos hospitais no Brasil registraram queda de 0,61% em outubro deste ano, de acordo com o Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H), indicador desenvolvido pela Fipe em parceria com a Bionexo – healthtech líder em soluções digitais para gestão em saúde. A variação do índice foi inferior à prévia de outubro do IPCA/IBGE, dada pelo IPCA-15 (+0,59%), embora tenha superado o comportamento mensal do IGP-M/FGV (-0,97%). Além disso, o resultado do índice também contrastou com a elevação da taxa média de câmbio em outubro (+0,25%).

Em perspectiva, os resultados mais recentes podem ser atribuídos, em boa medida, ao recuo dos preços de grupos com peso relevante na cesta de IPM-H, como é o caso de anti-infecciosos gerais para uso sistêmico, sistema nervoso, sangue e órgãos hematopoiéticos. Comparativamente, nos recortes temporais mais longos, a relativa estabilidade do índice oculta divergências marcantes entre alguns grupos, opondo, de um lado, a valorização de medicamentos atuantes no aparelho geniturinário sangue e órgão hematopoiéticos e aparelho respiratório; e de outro, a queda nos preços em grupos como aparelho digestivo e metabolismo; anti-infecciosos gerais de uso sistêmico e sistema nervoso. “O IPM-H apresentou queda pelo quarto mês consecutivo, acumulando variação de -5,8% nesse período. Como resultado, os preços aumentaram apenas +0,1% nos últimos 12 meses. Esse movimento recente foi influenciado pela redução de impostos sobre combustíveis, mas a alteração do imposto não deve impactar a dinâmica do IPM-H nos próximos meses”, afirma Bruno Oliva, economista da Fipe.

Em outubro, entre os grupos terapêuticos analisados, a maioria registrou recuo nos preços, como sistema nervoso (-7,97%); aparelho digestivo e metabolismo (-2,26%); anti-infecciosos gerais para uso sistêmico (-2,22%); aparelho cardiovascular (-1,75%); sangue e órgãos hematopoiéticos (-1,19%); aparelho respiratório (-0,91%); e preparados hormonais (-0,16%). Os demais grupos apresentaram aumento de preços: aparelho geniturinário (+3,33%); agentes antineoplásicos (+2,69%); imunoterápicos, vacinas e antialérgicos (+1,23%); órgãos sensitivos (+0,45%); e sistema musculoesquelético (+0,37%).

No acumulado de 2022, considerando os resultados até outubro, o IPM-H revela que os preços dos medicamentos se mantiveram praticamente estáveis (+0,11%), resultado inferior à inflação ao consumidor acumulada pelo IPCA/IBGE (+4,70%), bem como ao comportamento dos preços da economia apurado pelo IGP-M/FGV no mesmo período (+5,58%).

Adotando-se a janela temporal dos últimos 12 meses como referência da análise, o IPM-H apresenta resultado similar (+0,12%), divergindo também neste caso do comportamento observado nos demais índices de preço da economia: IPCA/IBGE (+6,47%) e IGP-M/FGV (+6,52%). Nessa janela de 12 meses, em particular, a estabilidade apurada pelo índice decorre de contrastes relevantes entre as variações de preço observadas entre certos grupos terapêuticos. Pelo lado positivo, é possível destacar a valorização de medicamentos atuantes sobre: aparelho geniturinário (+38,00%); sangue e órgãos hematopoiéticos (+24,38%); aparelho respiratório (+19,51%); preparados hormonais (+7,52%); agentes antineoplásicos (+4,69%); além de imunoterápicos, vacinas e antialérgicos (+0,35%). Já os medicamentos cujos preços, em média, apresentaram queda estavam incluídos nos seguintes grupos: aparelho digestivo e metabolismo (-21,21%); anti-infecciosos gerais para uso sistêmico (-20,57%); sistema musculoesquelético (-8,79%); aparelho cardiovascular (-7,24%); e sistema nervoso (-1,34%).

O Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H) é uma parceria entre a Fipe e a Bionexo, com o objetivo de disponibilizar informações inéditas e de interesse público relacionadas à área de saúde, com foco no comportamento de preços de medicamentos transacionados entre fornecedores e hospitais no mercado brasileiro. O IPM-H é elaborado com base nos dados de transações realizadas desde janeiro de 2015 através da plataforma healthtech, por onde são transacionados mais de R$ 17 bilhões de negócios por ano no mercado da saúde, o que representa cerca de 20% do que é transacionado no mercado privado nacional.

A empresa conecta mais de três mil instituições de saúde a mais de 30 mil fornecedores de medicamentos e suprimentos hospitalares. A cada mês e para cada grupo de medicamentos, a FIPE calcula o índice de variação do seu preço em relação ao mês de referência, levando em consideração algumas variáveis que podem ser relevantes para determinar o preço das negociações, incluindo: (i) quantidade de produtos transacionada; (ii) distância geográfica entre hospitais e fornecedores.

Os medicamentos são agrupados em 13 grupos terapêuticos (classificação da ATC*) e ponderados de acordo com uma cesta de valor total transacionado na plataforma Bionexo no ano anterior. O IPM-H consolida o comportamento dos índices dos preços de cada grupo terapêutico, também ponderados pelo valor transacionado do grupo na plataforma. Embora possam estar correlacionados, o comportamento do IPM-H não mensura o comportamento dos preços de medicamentos em farmácias, isto é, nos preços ao consumidor final (segmento varejo). Além disso, o IPM-H não é uma medida de variação dos custos dos hospitais e/ou planos de saúde, que envolvem também gastos com equipamentos, procedimentos, materiais, recursos humanos, protocolos de tratamento/atendimento e segundo frequência de uso.

 

Foto: Bruno Oliva, economista da Fipe.

Crédito: Divulgação.

 

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