COLUNA DA PROFESSORA E PSICÓLOGA ELINE RASERA

TRÊS GERAÇÕES NO
AMBIENTE CORPORATIVO
Eline Rasera
Alguns especialistas afirmam que uma
nova geração surge a cada 10 anos, sendo que, antigamente, isso só acontecia a
cada 25 anos. (Marco de Brito). De qualquer maneira, muito mais comum do
que em tempos atrás, gerações com diferentes características convivem no mesmo
ambiente organizacional, buscam atingir as mesmas metas, gerenciam conflitos e
discutem o futuro do planeta e da humanidade. São as gerações chamadas de Baby
Boomers, X, Y, Z.
Mais do que simplesmente viver, a
convivência não é tarefa tão simples assim. Conviver é relacionar-se, viver
junto com o outro e com todas as diferenças que existem “nos outros”.
E falando em diferenças, cada uma dessas
gerações apresentam características específicas.  O conceito facilita o
entendimento:
Geração Baby Boomers: Nascidos entre
meados de 1946 e 1960, essa geração é caracterizada por gostar de um emprego
fixo e estável. Valorizam tempo de serviço, respeito à hierarquia e foram
reconhecidos pela experiência mais do que pela inovação.
Geração X: Nascidos entre meados de
1960 e 1980 surgem já fazendo uso dos recursos tecnológicos. Eles têm a
vantagem de uma melhor formação acadêmica e experiência internacional na
história. Lutam para romper com padrões tradicionais, buscando ambientes
de trabalho informais e transformando as estruturas corporativas de
hierárquicas para entidades flexíveis e horizontais.
Geração Y: Nascidos em meados da
década de 80, já presenciaram os maiores avanços na tecnologia e apresentam
características como capacidade em fazer várias coisas ao mesmo tempo, do tipo,
ouvir música, navegar na internet e ler os e-mails, entre várias outras. Querem
viver rapidamente novas experiências, desejando ascensão também rápida nas
empresas e de maneira continua.
Geração Z: Nascidos em meados de
2000, apresentam um perfil mais imediatista ainda. Querem tudo para agora,
pouca paciência, principalmente com os que ainda não apresentam muito
conhecimento e habilidade tecnológica. Falam pouco e com menor interação
social. Com pouquíssima idade já operam aparelhos de certa complexidade
tecnológica. E mais: fazem isso com impressionante facilidade e pouco tempo de
aprendizado. Essas gerações ainda estão ocupando os bancos escolares, se
preparando para ingresso no mercado de trabalho.
Então conviver com as diferenças se
torna muito interessante. Trocas de experiências, conhecimentos, etc., mas,
também um grande desafio, pois as diferenças podem ser obstáculos ao bem estar
e crescimento, quando mal gerenciadas.
Cada geração teve aprendizado único,
em momento único da história e lidou com situações também únicas. Desse modo,
conhecimentos e experiências foram específicos. Como então conviver com
maneiras de pensar, comportamentos e atitudes tão diferentes? Como aceitar
crenças e valores às vezes tão divergentes?
Uma das características do ser humano
é considerar suas verdades como absolutas, valendo para questões religiosas,
políticas e da sociedade em geral. Haja vista o grande problema  hoje no
futebol. As pessoas não só acreditam que a sua verdade é absoluta, como também
apelam para agressão física quando contrariadas, chegando mesmo a ferir
gravemente os tidos como “adversários”, que são simplesmente pessoas que pensam
de outro modo ou, no nosso exemplo, que torcem por outro time.
Nas organizações, essas diferenças
também estão presentes, não com tanta intensidade (ainda bem), mas, muitas
vezes, com certa agressividade, velada ou não.
Como podemos lidar com tudo isso?
Nossas verdades só são absolutas para
nós mesmos! Nossas crenças são corretas para nós mesmos! Aprender com o outro,
permitir se abrir a outros modos de pensar e expandir a consciência com novos
aprendizados e possibilidades.
Mais coletividade, menos “ego”. E
como será o futuro com o ingresso da geração Z? Não sabemos, mas aprendendo a
lidar um pouco mais com tudo isso no presente, estaremos, provavelmente,
criando melhores condições para nossa sociedade futura.

Eline Rasera, psicóloga, coach e professora do curso de Pós-graduação em
Administração de Empresas da IBE-FGV.
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