ESTUDO RECÉM LANÇADO APONTA PRINCIPAIS DESAFIOS EDUCACIONAIS EM CAMPINAS

01 de agosto de 2015.
Reduzir o
analfabetismo funcional, que é de cerca de 30% entre a população de 15 a 64
anos, diminuir o déficit de vagas na Educação Infantil, para crianças de zero a
três anos, e melhorar a qualidade da educação no Ensino Fundamental e Ensino
Médio. Estes são alguns dos grandes desafios educacionais em Campinas (SP), de
acordo com o estudo “Dados sobre a educação de Campinas – Um panorama social,
econômico e educacional”, divulgado na última quinta-feira (30/07) durante mais
um Encontro Mensal do Compromisso Campinas pela Educação (CCE). O evento foi
realizado no auditório da Fundação FEAC e também marcou o lançamento local do
relatório “De Olho nas Metas 2013-14”, assinado pelo movimento nacional Todos
Pela Educação.
Estiveram presentes
no evento, além de educadores, membros do Conselho Deliberativo do Observatório
da Educação, Diretoria e Superintendência da FEAC; Antônio Admir Schiavo,
dirigente de Ensino Campinas Oeste; Nivaldo Vicente, dirigente de ensino
Campinas Leste; Juliano Mello, diretor do departamento pedagógico,
representando a Secretaria Municipal de Educação de Campinas; Darci Silva,
diretora executiva da Fundação Municipal para Educação Comunitária (FUMEC);
Maria de Fátima Polesi Lukjamenko, secretária de educação de Itatiba; o
vereador André Von Zuben, entre outras autoridades.
O documento “Dados
sobre a educação de Campinas – Um panorama social, econômico e educacional” foi
produzido no âmbito do Observatório da Educação, ligado ao CCE. O estudo tem a
assinatura de Stella Silva Telles, doutora em Demografia pela Unicamp e
pesquisadora do Núcleo de Estudos em Políticas Públicas (Nepp) da mesma
universidade. A especialista também integra o Comitê Deliberativo do
Observatório da Educação do Compromisso Campinas pela Educação.
Na forma de dados,
tabelas e gráficos, o estudo foi produzido para a melhor compreensão do estado
atual e dos muitos desafios nos campos social e da educação em Campinas, no
momento em que acaba de ser promulgado o Plano Municipal de Educação (PME). Os
resultados do estudo foram apresentados pela
professora Dra. Maria Inês Fini, consultora do Compromisso Campinas pela
Educação, dedicada ao Observatório da Educação.
O documento aponta
vários desafios para a melhoria da educação em Campinas nos próximos anos, em
termos de infraestrutura, ampliação de vagas e melhoria na qualidade do ensino.
O documento cita, por exemplo, estudo dos professores Dalton Andrade e
Francisco Soares Neto, para o mesmo Observatório da Educação, do CCE, indicando
que somente 12,8% de um conjunto de 727 escolas avaliadas em Campinas
apresentavam infraestrutura adequada em 2011, enquanto 56,1% tinham
infraestrutura básica e 31,1% somente um nível apenas elementar de
infraestrutura.
O estudo divulgado na
FEAC mostra que houve uma melhoria na taxa de atendimento escolar dos menores
de três anos, que passou de 20% em 2007 para 39,2% em 2013. Entretanto, ainda
há que se incluir 6.514(estimativa com base em 2013) menores de três anos na
Educação Infantil para que se alcance a meta prevista no Plano Nacional de
Educação de 50% das crianças nesta faixa etária com acesso a creches. Do mesmo
modo, outros 3.121 jovens de 15 a 17 anos devem ser incluídos no Ensino Médio.
São vários desafios
relacionados ao Ensino Médio, que representa, por exemplo, a etapa mais
preocupante em termos de abandono escolar, com uma tendência de crescimento. Em
2007 a taxa de abandono escolar no Ensino Médio era inferior a 5% e, em 2013,
atingiu quase 7% do total de alunos matriculados.
No Ensino
Fundamental, o acesso à escola está praticamente universalizado em Campinas.
Entretanto, a qualidade da educação desperta preocupação. Os dados da Prova
Brasil da edição de 2013 evidenciaram que metade dos estudantes do 5º ano do
Ensino Fundamental em Campinas estava no nível adequado de aprendizagem em
português. Em matemática, esse percentual era de 46%. Com relação à proficiência
dos alunos dos 9º anos, a situação é bastante crítica. A proporção de alunos
que obtiveram nível adequado em matemática é baixa e ficou praticamente
estagnada em torno de 12%. Também em português, a proporção de alunos com
proficiência adequada ficou em um nível baixo (28%) e estagnado no período
analisado. Assim, além de não ter havido melhoria desde 2009, os patamares
alcançados em 2013 pelos alunos dos 9º anos das escolas públicas ficaram muito
longe da meta proposta.
Desafios também
existem para erradicar o analfabetismo, que atinge 3,2% da população, e
diminuir o analfabetismo funcional, abrangendo 30% da população entre 15 e 64
anos. No ensino profissionalizante, o maior desafio é ampliar as ofertas de
ensino profissionalizante integrado ao ensino médio. Apenas 3% das matrículas
no ensino profissionalizante em 2013 em Campinas estavam nessa modalidade.
De Olho nas Metas, o
movimento nacional Todos Pela Educação também apresentou, por meio de sua
diretora administrativo-financeira, Maria Lucia Meirelles Reis, o seu relatório
“De Olho nas Metas 2013-14”. Esta é a sexta edição do relatório, que faz um
balanço, a cada dois anos, de como estão as cinco metas perseguidas desde 2006
pelo Todos Pela Educação (TPE), um movimento da sociedade civil brasileira que
tem como missão contribuir para que até 2022, ano do bicentenário da
independência do Brasil, o país assegure a todas as crianças e jovens educação
básica de qualidade.
Em função do
monitoramento das cinco metas nacionais, o relatório do Todos Pela Educação
identifica alguns dos grandes desafios para a educação no Brasil. O relatório
mostra, por exemplo, que o Brasil ainda precisa incluir 2,8 milhões de
crianças, adolescentes e jovens de quatro a 17 anos no sistema educacional e
aprimorar muito a qualidade da educação, considerando fatos como o de que, em
2013, somente 9,3% dos alunos do 3º ano do Ensino Médio aprenderam o considerado
adequado em matemática, e 27,2% em português. São números muito abaixo das
metas intermediárias do TPE esse ano, que eram de aprendizado adequado de 28,3%
em matemática e 39% em português, respectivamente. A meta para 2022, ainda
muito distante de ser atingida, é que 70% ou mais dos alunos tenham aprendido o
que é adequado para seu ano.
O Encontro Mensal do
Compromisso Campinas pela Educação (CCE) é realizado todas as últimas
quintas-feiras de cada mês, geralmente no período noturno. Em julho,
excepcionalmente, foi promovido no período diurno. Já a edição do mês de agosto
acontece dia 27, à noite. Oportunamente o evento será amplamente divulgado.
Todos os Encontros
Mensais e demais atividades do CCE em 2015 estão sendo promovidas,
preferencialmente, com base na bandeira “Valorização da Escola”, eleita pelo
Compromisso Campinas pela Educação para este ano, quando foi selecionada via
enquete realizada na 5ª Semana da Educação, em novembro de 2014.
Foto: Encontro Mensal do Compromisso Campinas pela Educação (CCE) realizado no auditório da Fundação FEAC.
Crédito: Divulgação. 
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