FOCO NO RESULTADO OU NA MAESTRIA?

06 de setembro de 2015.
ARTIGO DO PROFESSOR E PSICÓLOGO ALEXANDRE ROMEIRO
Resultados, é o que todo líder quer
obter de sua equipe. Uma atitude comum entre líderes é querer ter uma abordagem
diretiva e focada em resultados. Porém, estudos no campo da administração
mostram que este tipo de atitude não é ideal em muitos contextos, pois afasta a
inovação e a capacidade de solucionar problemas de equipes que pretendem ser de
alta performance.
Janssen e Yperen, em um estudo
publicado no Academy of Management em 2004, avaliaram a diferença do estilo de
liderança orientado para
maestria e o orientado
para desempenho. O primeiro significa que o subordinado é encorajado a
ser um especialista, mestre no assunto, sem estar pressionado diretamente por
objetivos externos. O segundo estudo mostrou que o subordinado deve entregar
resultados e é avaliado por isso.
O estudo concluiu que a orientação para a maestria conduz
à uma relação de alta qualidade com o supervisor, a partir do desenvolvimento
de afetos e atitudes positivas, além de intensa troca de conhecimentos. A orientação para o desempenho encontrou
baixa relação com a inovação, com a satisfação e com o desempenho no trabalho.
Esses achados sugerem que líderes que valorizam a maestria tem melhor
desempenho da equipe, porque estabelecem uma relação de alta qualidade com os
subordinados.
Mais recentemente, em 2013, Lorinkova
e colegas publicaram no mesmo periódico científico, uma pesquisa que examina os
efeitos da liderança diretiva comparando
com os efeitos da liderança
delegativa sobre o desempenho ao longo do tempo.
A liderança diretiva é aquela em que o líder se comporta
visando estruturar ativamente o trabalho dos subordinados, provendo claras
direções e expectativas. Já a liderança delegativa envolve compartilhar poder com os
subordinados e aumentar o nível de autonomia e responsabilidade deles, por meio
do encorajamento da expressão de ideias e opiniões do time, da promoção de
decisões feitas de forma colaborativa, e do apoio para a troca de informações.
Este estudo concluiu que a liderança delegativa obtém níveis
superiores de desempenho no tempo, pelo maior aprendizado do time, coordenação
e desenvolvimento dos mapas mentais. Já a liderança diretiva é útil especificamente para contextos que
demandam imediata ação como, por exemplo, polícia, pronto socorro, bombeiro,
que não podem suportar atrasos ou erros do processo de aprendizagem.
Assim, a cultura frenética da
urgência e da atividade por resultados é mais prejudicial do que de fato
favorável ao desempenho, a não ser para contextos que demandam imediata ação.
Desenvolver pessoas, via relacionamentos de alta qualidade, troca de
conhecimentos e encorajamento para assumir responsabilidades e expressar
opiniões, se mostra como o caminho para o alto desempenho das equipes.
Alexandre
Romeiro, é psicólogo, mestre pela FGV-EAESP, professor da IBE-FGV e diretor do
Centro
Mindsight. Atua com coaching de executivos e de negócios.
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