INDÚSTRIA DE CAMPINAS AFASTA 2014 E ESPERA O QUE SERÁ DE 2015

20 de agosto de 2014.
O diretor titular do Centro das Indústrias do
Estado de São Paulo (Ciesp) regional Campinas, José Nunes Filho, acredita que a
elevação dos custos em 2015 dos preços reprimidos hoje, até por questões
eleitorais, como é o caso da energia elétrica, dos combustíveis fósseis, dos
preços controlados pelo governo e dos preços represados das empresas
concessionárias podem elevar o índice de inflação e estrangular ainda mais a
indústria no ano que vem podendo refletir numa redução ainda maior do consumo
provocando queda na produção e gerando desemprego. “Para mim 2014 não tem nada,
acabou e vai ficar nesse ponto morto, nessa estabilização do jeito que está
esperando as definições das eleições. Se nós vamos ter alteração na política
econômica ou não para saber os investimentos que vão ser feitos em 2015 e por
outro lado a gente já sabe que em 2015 nós vamos ter elevação dos custos e
elevação de inflação em função dos preços represados”, diz.
José Nunes Filho, afirmou que as expectativas
com relação a uma mudança da política econômica 
que dê mais competitividade ao país depende muito das eleições desse
ano. “Tanto que o humor do empresariado que se reflete na Bolsa de Valores muda
de acordo com a possibilidade de mudança que existe. Democracia se faz com
mudança. Quando você tem o mesmo, não é democracia, então nós temos que mudar a
política econômica, fazer as reformas estruturais da economia brasileira, do
Estado brasileiro. Eu acho que se o empresário não ver isso nos candidatos, ele
também não vê expectativa para o futuro”, analisa.

Esse
é o sentimento do empresário industrial da região de Campinas com relação a
investimentos. Nunes comentou os números do nível de emprego e afirmou que nos
últimos anos os índices vem caindo até chegarem a um patamar de acomodação.”Em junho foram 2.050 demissões na Regional Campinas e agora em
julho tivemos 500 contratações. No acumulado de janeiro a julho deste ano, o
saldo é negativo com 700 demissões. Nos últimos 12 meses, foram perdidos
5,3 mil postos de trabalho na indústria regional, mostrando que as
demissões persistem”, comenta. Para Nunes Filho, onde mais se
percebem as dificuldades da economia é no setor industrial paulista, em razão
do seu peso dentro do cenário nacional.
Para o
diretor do Ciesp Campinas esse quadro não vai se alterar com medidas
imediatistas, mas sim com  mudanças estruturais, que promovam o
desenvolvimento de toda a cadeia produtiva.
O
Ciesp-Campinas também apontou que a balança comercial da indústria regional
deve continuar negativa pelos próximos meses e em 2015, o
que foi agravado com a crise na Argentina, principal importador na América
Latina de produtos fabricados pela região de Campinas. 
O saldo da balança comercial das 19 cidades
de cobertura do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) regional
Campinas, no acumulado do ano até julho, teve um déficit de US$  4.55 bilhões, 1,7% superior ao acumulado até
julho de 2013. No mês, o saldo foi negativo em US$  705,7 milhões, 11,1% inferior ao do período  passado. As exportações, no acumulado, totalizaram
US$ 1.943,5 bilhão, 4,7% inferiores ao acumulado do ano passado; no mês, houve
aumento de 7,9% das exportações, que somaram US$ 329,7 milhões. As importações,
no acumulado, foram de US$ 6.49 bilhões, valor 0,9% inferior ao acumulado de
julho de 2013; no mês, as importações foram de US$ 1.03 bilhão, 5,8% inferiores
a julho de 2013.
A queda total das exportações na região de
Campinas no acumulado do ano até julho pode ser observada pela diminuição das
exportações dos principais grupos de produtos. Dos 10 principais, 6
apresentaram queda, sendo a maior delas a verificada nos veículos automóveis,
tratores, ciclos e outros veículos terrestres, suas partes e acessórios, de
33,3%, entre 2013 e 2014. Sua participação no total exportado foi reduzida em 4,1
pontos percentuais, de 13,8% para 9,7% do total.
Para José Nunes Filho a cadeira produtiva da
indústria automobilística na nossa região é muito forte e sente os
reflexos  da queda das exportações  de automóveis e também de eletroeletrônicos
para a Argentina que passa uma grande crise econômica. “Isso reflete na nossa
balança comercial muito fortemente. Esse é o país para quem nós vendemos
produtos industrializados e alta tecnologia, onde o Brasil optou
ideologicamente pelo Mercosul, que é a pior opção que poderia ter feito hoje.
Ao invés de abrir as fronteiras do país para o mundo e negociar com o mundo
inteiro, nós negociamos com países que estão quebrados. Isso reflete fortemente
hoje na nossa situação e na nossa balança comercial, principalmente o fator
Argentina, que está numa situação muito complicada”, avalia.
Outra queda significativa para o resultado
negativo das exportações foi a da exportação de reatores nucleares, caldeiras,
máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos e suas partes, de 13,0%. Sua
participação foi reduzida em 1,7 ponto percentual, de 19,1% para 17,4% do
total. Por outro lado, o impacto negativo não foi maior graças ao expressivo
resultado dos produtos farmacêuticos, cujo crescimento foi de 104,1% e a
participação aumentou 4,2 pontos percentuais, de 3,7% para 7,9%. Plásticos e
suas obras também contribuíram, com 32,6% de aumento, somando 6,0% de
participação.
As sementes e frutos oleaginosos; grãos,
sementes e frutos diversos; plantas industriais ou medicinais; palhas e
forragens apresentaram um crescimento de 3.093,1% e obtiveram 5,3% de
participação, em 2014, ante 0,2% em 2013.
Fotos 1 e 2 – Coletiva do Ciesp Campinas – Diretor do Departamento de Comércio Exterior do Ciesp Campinas, Anselmo Riso, diretor do Ciesp Campinas, José Nunes Filho e o o professor e economista da Facamp, José Augusto Ruas.
Crédito: Roncon & Graça Comunicações. 
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