INDÚSTRIA REGIONAL DE CAMPINAS DEMITE 950 PESSOAS EM ABRIL

20 de maio de 2016.
O Centro das
Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) regional Campinas divulgou nesta semana a
pesquisa de sondagem industrial realizada em parceria com o Centro de Pesquisas
Econômicas da Facamp (Faculdades de Campinas).O dado que chama a atenção é o
total grau de paralisia da indústria regional no que tange a investimentos,
queda de produção e demissões.
Este foi o pior mês e
abril nos últimos 13 anos, com o fechamento de 950 postos de trabalho. O
segundo pior número de demissões em abril foi registrado em 2009, ano da crise
mundial, com a perda de 800 postos de trabalho na indústria regional. De
janeiro a abril desse ano já foram fechados 1.800 vagas de emprego. Somando o
total de demissões na indústria considerando os anos de 2014, 2015 e o
quadrimestre de 2016, 14.350 vagas foram perdidas. 
Na avaliação do
diretor titular do Ciesp Campinas, José Nunes Filho, esse número de demissões é
preocupante e deixa claro a situação econômica difícil pela qual passa o país.
Mesmo assim José Nunes Filho acredita o novo governo pode melhorar o quadro de
investimentos de forma gradativa e animar um pouco mais o mercado. “Eu não sei
se é o fundo do poço ainda, embora eu acho e tenho certeza absoluta que as
coisas vão mudar. Eu acho que foi feita muita coisa errada. Para corrigir tudo
isso vai demorar tempo. Você não freia um trem em poucos metros. Ele demora
para frear, mas eu acho que tomando as medidas corretas agora e pelo menos a
gente sabendo que existe um governo, já começa a melhorar a coisa. Quando a
gente ouve o Presidente da República falar um português correto, uma pessoa
serena, uma pessoa que mostra que conhece o Brasil, conhece os problemas
brasileiros e que coloca o ministério da área econômica competente, a gente
começa a ver luz no fim do túnel”, diz.
Para o diretor
titular do Ciesp Campinas, o Brasil precisa urgentemente mudar a lei de
concessões. “O governo não tem dinheiro para investir. Ele vai ter que
conceder, vai ter que privatizar as obras para que a gente tenha investimentos
em infraestrutura. Os investimentos em infraestrutura, além deles acelerarem e
incentivarem a economia, eles também diminuem o custo de produtividade e
melhora a competitividade da indústria, principalmente no Brasil. Tem que ter
uma lei de concessão que seja mais justa para quem investe, o que ela não é
hoje”, destacou.
José Nunes Filho
também disse que o investimento privado, a partir do momento que o investidor
veja que há governabilidade e que existe uma política econômica sólida, aumenta
a sua confiança de investir, principalmente o investidor estrangeiro que vê no
Brasil hoje uma grande oportunidade em função do Real desvalorizado.
Ele rechaçou qualquer
possibilidade de aumento de imposto nesse momento defendendo a campanha da
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e do Ciesp “Eu não vou
pagar o pato”. “Nós continuamos contra qualquer aumento de imposto. Nós achamos
que no Brasil se paga muito imposto. O que tem que fazer é diminuir os cargos
públicos, diminuir esses cargos em comissão com esses parasitas que estão lá
empoleirados vivendo no governo às nossas custas, diminuir a mordomia desse
povo. É preciso aplicar melhor o dinheiro público, com uma gestão pública mais
eficiente, com gente mais competente e dessa forma não há necessidade de
aumento de imposto, pelo contrário, nós achamos que deve diminuir imposto,
diminuir a taxa de juros para aumentar a produção. Com isso você aumenta a base
tributária e você aumenta a arrecadação sem precisar aumentar imposto”, afirma. 
O economista da
Facamp, José Augusto Ruas, na apresentação da Pesquisa Sondagem Industrial,
comentou a questão especial que levantou junto aos associados do
Ciesp-Campinas, sobre quais as  medidas
prioritárias para uma retomada mais rápida das 
condições de mercado pela empresa. A alternativa mais indicada por 85,2%
dos respondentes foi a Redução da Carga Tributária. Em seguida, as outras
alternativas mais selecionadas foram: Controle de Gastos Públicos (63%),
Controle da Inflação (48,1%) e Medidas de Reativação da Demanda (44,4%).  Já as opções Novos Acordos Comerciais
(18,5%), redução da Dívida Pública (7,4%), Desvalorização do Câmbio (11,1%) e
Valorização do Câmbio (zero%) foram consideradas medidas menos importantes para
a retomada do mercado.

O diretor do
Departamento de Comércio Exterior do Ciesp-Campinas, Anselmo Riso, afirmou que
a região de Campinas apresentou um saldo comercial deficitário de US$ 370
milhões em abril deste ano. Isso indica uma redução de 41,6% do déficit
comercial em relação a abril de 2015, que teve déficit de US$ 630 milhões. Em
abril de 2016 as exportações na região foram US$ 210 milhões e as importações
no mesmo mês foram US$ 580 milhões. A corrente de comércio exterior na região
de Campinas registrou queda de 31% no mês de abril de 2016, quando comparada
com o mesmo mês no ano passado.

Fotos 1 a 3 – Diretor Titular do Ciesp Campinas, José Nunes Filho 
Foto 4 – Direção do Ciesp Campinas durante apresentação dos números da sondagem.
Crédito: Roncon & Graça Comunicações.

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