O PROFISSIONAL SÊNIOR NO MERCADO

13 de setembro de 2015.
ARTIGO DA PROFESSORA PATRÍCIA POUSA

Segundo o IBGE, o Brasil tem aproximadamente 15 milhões de idosos
(pessoas com 65 anos ou mais). Destes, 4,5 milhões de aposentados continuam no
mercado de trabalho. E neste momento tudo nos leva a crer que esse número vai
aumentar. As projeções do Instituto para 2020 são de 20 milhões e, em 2060,
deve quadruplicar, chegando à casa dos 60 milhões de pessoas.
A expectativa de vida aumentou ao longo dos últimos anos, de acordo com
os avanços da medicina e a mudança da relação das pessoas com a questão da saúde. Alinhados aos dados do IBGE, que
consideram o aumento da expectativa de vida dos brasileiros para 74 anos, os
demógrafos chamam atenção para a mudança da pirâmide etária no Brasil,
reforçando a necessidade de aparelhar as áreas de saúde e de previdência para
enfrentar essa nova realidade. 
Um aspecto animador é que nos deparamos com
uma mão de obra com mais idade, e com aumento de trabalhadores com mais
experiência, e nesse sentido, o Brasil tem muito a aprender com países mais
avançados.
Juntando-se a esta faixa etária encontram-se também
no mercado de trabalho aqueles com mais de 40 anos.
Diante do cenário
atual do país e do presente desemprego, muitos profissionais, considerados como
se estivessem “em fim de linha”, passam a ser vistos com um novo olhar.
Fim do antigo
paradigma: 40 anos ou mais não significa fim de carreira, o mercado de trabalho
está valorizando e se reestruturando para a absorção deste profissional.
O aumento da inclusão social, da
autoestima e o exercício do intelecto são
benefícios do trabalho para esta faixa etária. Práticas inovadoras,
para a absorção destes profissionais, entendidos como diferenciais para as
empresas passam a ser alvo da gestão de pessoas. Pois mesmo diante na crise, isso não significa que as empresas estejam paradas na
pesquisa de candidatos. 
Numa economia onde a
criação de valor provém basicamente das pessoas, os resultados dos recursos
humanos, não é questão de opção, e sim de sobrevivência e mais do que isto de
competitividade.
Isto significa que
profissionais acima de 40 anos representam
um núcleo considerável daqueles que são economicamente ativos, e hoje são
entendidos como profissionais qualificados e com capacidade de gerar resultados
positivos. Um profissional motivado e qualificado tem ainda muitos anos pela
frente para colaborar e consequentemente contribuir.
Independente da
sua faixa etária, em vez de ser direcionado pelas circunstâncias, constate que
precisa de determinação. Você deve fazer as coisas acontecerem para melhorar
sua situação. Pode ser responsável pela sua história. Molde-a independente dos
problemas do cenário atual.
Isto
nos remete a importância do desenvolvimento de competências técnicas e
comportamentais. Ou seja, a busca do acúmulo de competências, uma educação sem
paradas, com formação compatível com a função, atualização, pós-graduação, MBA,
aperfeiçoamentos constantes, outras línguas, Inovação, domínio das ferramentas
tecnológicas e mídias sociais (Linkedin, Facebook, Twitter, Instagram
etc). As postagens sinalizam a atenção às mudanças na sua área e a procura
pela atualização, além de somarem pontos. Neste contexto então se reconhece a
essência da capacitação dos profissionais, a convicção do investimento nas
pessoas alavancando a excelência, elaborando um direcionamento das atividades à
sensibilização e desenvolvimento.
Manter-se atraente ao
mercado, desenvolvendo suas competências e potencialidades, agregado a uma boa
rede de relacionamentos.
Algumas recomendações
são importantes no processo de participação de um Recrutamento e Seleção.
Primeiramente estudar
em detalhe a vaga que está disputando, desde o perfil necessário até o salário
praticado pelo mercado. Conhecer em
profundidade a empresa, isto reforçará o interesse ao mencionar aspectos
importantes, por exemplo, relacionados à cultura da instituição.
Relatar situações
positivas e que alavancaram resultados, reforçar o comprometimento e destacar
que a idade é um diferencial, já que permite a experiência para o enfrentamento
de novos desafios e a adaptação a situações de todos os tipos.
Combater o
preconceito que pode existir devido à idade: destacar momentos que foram
necessários uma postura flexível para atingir objetivos e metas, e mencionar
durante a entrevista. Isto ajuda a quebrar o paradigma que “os mais velhos” não
se adaptam com facilidade.
Demonstrar que é
comprometido com práticas relacionadas a qualidade de vida, e melhor ainda,
sabe equilibrar as diversas áreas da vida.
Talvez seja o momento
de um novo recomeço e isto pode significar uma importante queda salarial
relacionado ao status anterior: aceitar o desafio, mostrar que veio para somar.
Lembrar-se que o
mercado procura o profissional capaz de aprender e manter-se atualizado,
polivalente, poli competente, orientado para a interdisciplinaridade,
autodesenvolvimento, para desafios, para aquele que é empreendedor e
comprometido com o negócio da empresa.
Patrícia Carneiro Pessoa Pousa tem 27 anos de experiência na área da
saúde/hospitalar com atuação em hospital de grande porte. Experiência
empresarial no segmento da Gestão de Pessoas, Qualidade, Projetos e
Planejamento Estratégico. Gerencia os Sistemas de Pessoas, com expertise na
elaboração e desdobramento em projetos de RH. Experiência como docente, atuando
na Fundação Getúlio Vargas. Mestre (MSc) pela Unicamp, MBA em Gestão de
Saúde pela FGV, MBA em Gestão Estratégica de Pessoas pela FGV. Especialista na
área de Projetos na Suécia pela Swedish Internacional Development Agency.
Consultora em Gestão de pessoas, Liderança e Planejamento estratégico para
ONGs.
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