SIM OU NÃO PARA OS CLIENTES NA HORA DE FECHAR O VALOR DOS FRETES?

10 de abril de 2015.
ARTIGO DE VALDIR SANTOS.

Em tempos de crise, nossos clientes
cada vez mais querem pagar menos. São poucas as transportadoras que tem
conseguido reajustar seus fretes. A NTC divulgou recentemente defasagem de
14,11% nos fretes praticados pelo mercado, resultado de estudo feito entre 250
empresas do setor de transporte. Porém, esses números são mais altos e temos
problemas pontuais, como roubo de cargas, que vem se agravando nos últimos anos
e se proliferando por todo o Brasil, fato que exige das empresas de transporte
grandes investimentos em segurança patrimonial. E o que dizer do recente incêndio em Santos, que já contabiliza prejuízo
de mais de R$ 5 milhões às Transportadoras desde o sue início?
O
governo, os caminhoneiros e embarcadores não chegaram a um acordo recentemente
quanto à adoção de uma tabela com preços mínimos para o frete do transporte
rodoviário de cargas no país. Um novo encontro foi marcado para o dia 22 de
abril.
Destaco, porém, uma outra situação.
Em diversas empresas as negociações de fretes rodoviários, até um tempo atrás,
eram tratadas diretamente com os departamentos de Importação/Exportação, onde
os gerentes conhecem muito bem o que é o comércio exterior brasileiro, principalmente,
como funciona o Porto de Santos, por exemplo, (para se ter uma ideia, um
caminhão, tanto na importação/exportação, gasta no mínimo 2 dias para fazer um
frete), e, sabedores dessa situação, aceitavam os reajustes.
Contudo, hoje, as negociações são
tratadas em departamentos de vendas/compras, onde os compradores/vendedores
desconhecem nossos trabalhos e ficam leiloando os valores como fossem comprar
peças de veículos ou outros equipamentos quaisquer, além desse um total
desconhecimento, praticam concorrências desproporcionais ao segmento, obrigando
que os TRANSPORTADORES aceitem fretes abaixo do normal.
Chegou a hora de nós,
transportadores, dizermos NÃO às ofertas irresponsáveis. Será melhor manter
nossos caminhões parados, do que pagar para trabalhar. Somente desta forma
poderemos novamente ser reconhecidos como um dos segmentos mais importantes da
cadeia logística de comercio exterior no Brasil. Hoje, 58% de todas as cargas em solo
brasileiro dependem do transporte rodoviário.
Quando
ocorrem aumento de impostos ou a economia não vai bem, quem paga a conta são os
contribuintes, o cidadão brasileiro. E agora, diante dos altos custos do
transporte no Brasil? Os clientes pagarão a conta?
Valdir Santos é
Presidente da Transportadora ASA EXPRESS
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