ARTIGO – ORGANIZADOR PROFISSIONAL: UMA PROFISSÃO DE “ORDEM E RESPEITO”

* Por Regiane Deppe
Assim como em todos
os dilemas da vida, entre as quatro paredes da nossa casa, em se tratando de
‘bagunça versus organização’, definitivamente não existe o
certo e o errado. Afinal, o que te faz bem? Trata-se apenas de uma questão
muito pessoal e é importante que seja respeitada.
Errado, no geral, é o
julgamento. Quem se considera organizado julgar quem é bagunceiro, e
vice-versa. Quando a pessoa funciona bem do jeito dela – e não prejudica
ninguém -, está tudo certo!
Participei de um
curso onde uma pessoa afirmou com orgulho que era tão organizada a ponto de ter
TOC (transtorno obsessivo compulsivo), e que saía organizando a casa dos amigos
e parentes quando via alguma bagunça… Pensei na hora se as pessoas não se
sentiam invadidas com isso, apesar da boa intenção.
Na minha opinião,
este é um cuidado que todos deveriam ter, sejam os organizados ou os bagunceiros:
respeito ao espaço e ao jeito de ser do outro. Respeito à individualidade e à
diversidade.
Por exemplo, uma
pessoa organizada, ao se hospedar na casa de uma pessoa “bagunceira”,
erra feio ao criticar ou ficar tentando mudar tudo. Assim como erra aquela
pessoa bagunceira na casa de uma pessoa organizada, ao deixar tudo espalhado.
Segundo a autora e professora de etiqueta Ana Vaz, “por mais íntimo que
seja de seu anfitrião, você não mora na casa dele. Por isso não deve
comportar-se como se morasse lá”.
Volta e meia ouço de
algumas pessoas – muito bem intencionadas, aliás – algo do tipo: “Você
precisa organizar a casa de fulano, lá é uma bagunça!”. Minha resposta no
geral é “Mas a pessoa é feliz assim?”. Se a resposta é não, recomendo
que comentem sobre profissionais em organização, e deixem a pessoa decidir.
Afinal de contas, a casa é dela. Uma forma de ajudar é levar informação.
Um bom profissional
da organização vai procurar atuar onde a própria pessoa sente necessidade de
mudar. Vai respeitar a individualidade, e implementar a organização com
técnicas, e não impor regras. Até porque coisas impostas têm poucas chances de
perdurar.
Recentemente, uma
jornalista brasileira, que mora nos Estados Unidos, foi bastante cruel e até
mesmo desrespeitosa em um comentário sobre os profissionais de organização
daquele país e consequentemente com todos os profissionais da área, e também
desmereceu aqueles que contam com os serviços destes profissionais, que nos EUA
é muito bem remunerado. Pergunto-me se a postura reativa desta jornalista não
seria consequência de uma abordagem invasiva sobre a sua maneira de ser. Algo a
se pensar, afinal nos EUA a profissão conta com uma associação bastante
estruturada. Se as pessoas pagam tão bem pelos serviços, é porque têm uma boa
percepção sobre o benefício que isso traz para elas.
Como em toda
profissão, entre os personal organizers também há profissionais e Profissionais
(com P maiúsculo). Assim como existem bons jornalistas, hoje em dia muitos
“comunicadores” sem formação (ou com graduação de qualidade
questionável) exercem essa atividade sem critério, desinformando as pessoas que
os dão algum crédito. Também estamos (infelizmente) sujeitos a sermos
interpretados de maneira negativa por conta de pessoas que atuam como Personal
Organizers, mas não prestam um serviço de qualidade.
No Brasil, a
profissão é muito nova. A Associação Nacional dos Profissionais de Organização
e Produtividade (ANPOP), que atualmente regulamenta a nossa profissão,  foi
criada agora em 2014. Estamos engatinhando, quando comparados aos EUA, mas
vamos chegar lá!
Acabei de retornar da
conferência nos EUA promovida pela National Association of Professional
Organizers (NAPO), e o que pude notar é que há profissionais altamente
qualificados nesta área, alguns com PhD em psicologia inclusive.  Existe
um código de ética, uma certificação bem difícil de se obter, e qualquer
consumidor que se sentir lesado por algum “charlatão” pode fazer uma
denúncia à NAPO. A crítica da jornalista, na minha opinião, foi bastante
pessoal e sem muita informação sobre o setor no país onde ela vive.
Enfim, como diz o
lema dos organizadores “Um lugar para cada coisa, cada coisa em seu
lugar”. Existe um lugar para cada pessoa e cada pessoa em seu lugar. O
importante é o respeito à individualidade e à diversidade. Os personal
organizers de todo o mundo agradecem.
*Regiane Deppe é administradora de empresas e personal organizer da
Organare. A empresa é filiada à ANPOP (Associação Nacional dos Profissionais de
Organização e Produtividade) e à NAPO (National Association of Professional
Organizers).
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