AS VEZES É PRECISO DESAPEGAR

07 de julho de 2015.
COLUNA DO CONSULTOR DE EMPRESAS JORGE CARLOS BAHIA

O que sabemos fazer
com qualidade, com custo compatível e competitivo? Essa é a pergunta que
normalmente colocamos em questão no início de trabalhos para os quais a
proposta é identificar ferramentas para enfrentar o momento econômico
desfavorável.
O planejamento
operacional  é ponto de fundamental
importância no momento atual e muitas vezes se contrapõe as  questões de ordem sentimental. O sentimental aqui,
esta relacionado aos esforços passados nos quais, por exemplo, o empresário
investidor trouxe para dentro da operação 
uma atividade que, na época, foi fruto de enorme sacrifício, demandou
investimento, treinamento, alocação específica de profissionais, e outras
exigências que tiveram participação direta dele. É como se aquela determina
parte do processo, fosse também, uma parte do investidor, tamanho é o orgulho
que ele tem em enfatizar que aquela parcela do todo tem diretamente o seu apoio
como mentor.
É interessante notar
nessas situações que mesmo tendo em mãos um processo de perspectivas e de
volume maior em termos de transações e de interligação com outras empresas,  aquele determinado ponto, para ele, é o
crucial em termos de acompanhamento.
Temos nos deparado
muito com  essa situação quando
analisamos a racionalidade, perspectiva, valorização e resultado de
algumas  operações.
Entendemos  esse sentimento todo como válido mas, as
vezes, pouco produtivo no momento econômico atual. Em muitas situações a
atividade esta sendo realizada aos moldes do que foi concebido pelo empresário
investidor, mas com custos altos ou com qualidade não equiparada a
concorrência.
O trabalho, nesse
ponto, chega a ser  psicológico, a termos
que convencer o criador, que a criatura,  no momento atual, não é a melhor
alternativa  operacional para empresa.
A partir daí as
abordagens são direcionadas a apresentar alternativas condizentes ao momento, a
operação da empresa e a parcela dessa operação que comprovadamente esta
causando perda ao macroprocesso.
Essa fase pode ser
identificada como giro de negócios. Assim qualidade alta e custo incompatível
para o momento, ou custo compatível para o momento e qualidade baixa, pode
alertar o empresário investidor  para a
busca de parceiros. Essa busca proporciona que empresas se candidatem a
trabalhar como fornecedoras do empresário investidor, assim como pode abrir,
para o empresário, novos horizontes em termos de negócios.
Aquela determinada
parcela do procedimento produtivo que teve a participação direta do empresário
na sua concepção, pode estar sendo custosa para suportar o seu volume
operacional, mas existe a possibilidade dele se candidatar a terceirizar
parcela da produção de terceiros naquilo em que tem qualidade e custos
competitivos. Ter qualidade e custos competitivos pode estar associado à
economia de escala em sentido reverso, ou seja, pode o empresário investir em
mais qualidade ou em redução de custos tendo perspectiva de retorno,
perspectiva essa suportada em novos clientes, novas vendas, prospecção de novos
mercados. A criatura, ou projeto com participação direta do empresário
investidor, pode ser a solução para várias outras empresas. É preciso divulgar
o que se faz bem, com qualidade e a preço competitivo.
É importante ser
crítico nessa avaliação dos processos, tendo essa critica a visão de sustentabilidade
e rentabilidade do negócio. Não se trata de inviabilizar o processo maturado
com tanto carinho e atenção, trata-se de mudar o foco. Não temos um item de
despesa, temos um item com possibilidade de geração de receita. Essa deve ser a
visão.
Essa avaliação
ocorre  muitas vezes, por exemplo,  em operações industriais, comerciais e de
serviços quando analisamos etapas do processo relacionadas a logística,
transportes, assistência técnica, desenvolvimento e operações industriais para
as quais a empresa não tem demanda isoladamente.
Um dos caminhos para
driblar a crise esta relacionado a ofertar aquilo que nunca se pensou em
ofertar, mas que sabemos fazer com perfeição e a preço competitivo, e da mesma
forma, sabermos nos desapegar daquilo que teve uma concepção específica e  dedicada, mas que hoje pode estar gerando
mais custos do que o planejado ou esperado.
Jorge
Carlos Bahia, bacharel em administração de empresas, contador, consultor de
empresas, palestrante, professor em cursos profissionalizantes, sócio
proprietário do Grupo Bahia Associados,  com experiência profissional de
mais de 20 anos em empresas multinacionais atuando na área fiscal, 
tributária, contábil e controladoria.
  
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