CADA UM TEM O QUE MERECE

27 de janeiro de 2016.
ARTIGO DE FREDERICO AZIZ
“Meu contador é
ruim!” Guardadas as devidas variações de tamanho e passionalidade, essa é a
frase jargão de nove entre dez empresários brasileiros, já que a contabilidade,
via de regra, não atende às expectativas de sua clientela.
Em outras palavras,
os serviços prestados pelas empresas contábeis estão aquém daquilo que as suas
contratantes julgariam ideal. A falta de informação, a pouca proximidade, o
trabalho meramente escritural são os campeões dentre as causas de tanta
insatisfação.
De fato, não podemos
ignorar a culpa desses fornecedores, que muitas vezes trabalham mais para o
fisco do que propriamente o cliente. Na intenção de evitarem multas – muitas
vezes absorvidas pelo profissional contábil – ficam mais atentos ao calendário
fiscal, em detrimento dos objetivos e anseios empresariais.
Contam-se nos dedos,
por exemplo, quantos escritórios possuem registro da data de aniversário dos
seus clientes. Bobagem? Pode até ser, mas tal qual um amigo que espera sua
lembrança no aniversário, o empresário gostaria, sim, de ao menos ver um
balãozinho na tela do computador nessa data.
Enfim, muitas são as
reclamações nessa área, e a grande maioria tem fundamento, sem dúvida.
Agora, um convite à
reflexão: sua empresa estaria mesmo preparada a ter uma contabilidade de ponta?
Será que a estrutura gerencial do seu negócio produz informações que realmente
tornariam viáveis análises mais profundas?
Bem, já prestamos
consultoria a algumas empresas contábeis e identificamos o seguinte: nem sempre
elas são as principais culpadas. Muitos clientes simplesmente despejam sua
desorganização na estrutura contábil e facilmente a culpam pela falta de
informações.
Por sua vez, esses
escritórios, já complexados pela culpa recorrente, assumem o papel passivo de
controladoras do erro, limitando-se a absorver passivamente toda e qualquer
reclamação.
É tempo de mudar tal
cenário, sem dúvida. E um bom começo certamente passa pelo melhor conhecimento
do próprio negócio, antes mesmo de qualquer questionamento à assessoria
contábil que o atende. Que tal dar o pontapé inicial informando ao contador os
controles que você possui e perguntá-lo se eles teriam algum proveito?
Sugiro a você,
empresário, que experimente uma nova modalidade de consultoria: dê à sua
contabilidade informações mais precisas e deixe que ela lhe entregue sugestões
de melhoria, ao invés de apenas guias a serem recolhidas. Permita a ela opinar
sobre a sua operação e lhe forneça alternativas ao fluxo de caixa
Atualmente temos bons
escritórios voltados a este tipo de assistência, um trabalho que suplanta em
muito a técnica pura e simples. Frequentemente, ao se elaborarem relatórios,
vêm à tona processos errados que ninguém sonhava existir.
Confronte seu
contador de forma a direcioná-lo para este tipo de atividade. Se ele não
atender tal demanda, procure outro que possa contribuir de forma mais dinâmica
e fornecer mais e melhores informações.
Ou não! Permaneça
numa gestão medíocre, feita no caderno de pauta. Siga a mentalidade do “se não
sonegar não sobrevivo”. A ignorância pode até ser confortável em certos
momentos, mas se não conhecemos a fundo o nosso próprio negócio, jamais
avaliaremos seu real potencial de crescimento. Neste caso, o mau contador
continuará atendendo sem qualidade e você achando que os honorários estão
superavaliados, independentemente de quão baixos sejam. E acredite, eles sempre
sairão muito caro, de fato.
Frederico Aziz é contador,
advogado tributarista e diretor executivo da NTW Pampulha.
Compartilhe:
Facebook
Twitter
LinkedIn

Veja também

PODCAST PANORAMA DE NEGÓCIOS DESTACA EPISÓDIO PARA O MERCADO DE CONSÓRCIOS

Neste episódio do podcast Panorama de Negócios vamos falar sobre o mercado de consórcios, às …

Deixe uma resposta

Facebook
Twitter
LinkedIn